AP/Albuquerque, Novo México - A supervisora de armas, Hannah Gutierrez-Reed, responsável pelo revólver utilizado nas filmagens do filme “Rust”, estava bebendo e fumando maconha durante as gravações, conforme apontam os promotores do caso Alec Baldwin. O ator apontava a arma de fogo para câmera quando acidentalmente atirou e matou a diretora de fotografia Halyna Hutchins. Os promotores alegam que ela provavelmente estava de ressaca quando colocou uma bala de verdade na arma.
As acusações vieram à tona na última sexta-feira, 9, em resposta a uma moção apresentada no mês passado pelos advogados de Hannah, que buscam rejeitar sua acusação de homicídio involuntário. Os promotores a acusaram de ter um histórico de conduta imprudente e argumentaram que seria do interesse público que ela “finalmente fosse responsabilizada”.
Jason Bowles, advogado de Hannah, disse nesta terça-feira, 13, que a promotoria lidou mal com o caso. “O caso é tão fraco que agora eles optaram por recorrer a alegações de assassinato de caráter sobre Hannah”, disse à Associated Press. “A promotoria abandonou a ideia de fazer justiça e chegar à verdade, aparentemente.”
Uma audiência preliminar para Hannah está marcada para agosto. Espera-se que um juiz decida se há uma causa provável para a acusação seguir em frente.
Os promotores observaram ainda que esperavam decidir nos próximos 60 dias se acusariam novamente Baldwin, dependendo dos resultados de uma análise da arma e de seu disparo. Os itens foram enviados ao especialista independente do estado para testes adicionais.
Acusação
A acusação de homicídio involuntário enfrentada por Baldwin, que também foi produtor do filme, foi arquivada em abril, com promotores citando novas evidências e a necessidade de mais tempo para investigar.
Baldwin apontava uma arma para a diretora de fotografia Halyna Hutchins durante as gravações para o filme do Novo México ambientado em outubro de 2021, quando disparou e matou a diretora, ferindo também o diretor do filme, Joel Souza.
Os advogados de Hannah argumentaram que a acusação foi “manchada por motivos políticos impróprios” e que a promotora distrital de Santa Fé, Mary Carmack-Altwies, e a promotora especial inicial, Andrea Reeb, “usaram o trágico acidente no set de filmagem que resultou na morte de Halyna Hutchins como uma oportunidade para promover seus interesses pessoais.”
Os advogados de defesa alegam, no entanto, que o dano permanente causado à arma pelo teste do FBI representou a destruição de evidências e uma violação das regras de descoberta do tribunal. Eles também argumentaram que o “processo seletivo” de Hannah foi uma violação da cláusula de proteção igualitária da 14ª Emenda da Constituição dos EUA.
Novos promotores especiais, que foram nomeados depois que Reeb deixou o cargo, contestaram essas alegações em sua resposta, dizendo que “nada sobre esta acusação foi ou será seletivo.”
Os promotores reconheceram a questão sem resposta de onde vieram as balas encontradas no set, dizendo que estavam tentando descobrir, e que a investigação estava em andamento. Eles também sugeriram que havia evidências para apoiar a teoria de que a própria Hannah pode ser a responsável e, nesse caso, mais acusações podem ocorrer.
Eles não ofereceram detalhes no processo sobre o que essa evidência poderia ser. /AP
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