Yasmin Brunet, de 34 anos, registrou um boletim de ocorrência na quarta-feira, 26, na Delegacia de Crimes Cibernéticos, em São Paulo, após ser falsamente acusada de tráfico de pessoas. As alegações diziam que ela estaria envolvida no desaparecimento de duas jovens brasileiras nos Estados Unidos, atendidas pela coach Katiuscia Torres Soares. O caso é investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais, o Itamaraty e os EUA.
Luiza Brunet, de 60 anos, mãe da modelo, conversou com o Estadão e contou o motivo da decisão da filha em seguir adiante com o processo.
“Ela pensou bastante e decidiu que não ia deixar isso passar em branco. Acho que ela já tem uma mãe que dá exemplo de que a gente precisa se colocar adiante dessa atrocidade e se posicionar sempre, independente de qual for a violação”, disse ela.
Luiza ainda reafirmou o apoio à filha e opinou sobre crimes cibernéticos como artista e influenciadora digital. Para ela, os usuários acreditam que podem “falar o que quiserem” na internet.
“As pessoas não têm filtro ou respeito pelos outros. A Yasmin foi extremamente madura em tomar essa decisão de levar o processo adiante. Afinal de contas, foi um crime contra a honra e os princípios dela.”
Yasmin também teria decidido preservar a sua imagem por trabalhar com a mídia. “É uma menina que é conhecida no mercado da moda, como influenciadora também, que nunca teve nenhum tipo de problema dessa magnitude”, completou Luiza.
Parte da importância, para mãe e filha, em denunciar as acusações falsas é pela artista de 60 anos ser notada para além de seu trabalho na moda e na televisão.
Em novembro, ela irá a Bruxelas (Bélgica) para acertar detalhes de uma palestra no Parlamento Europeu sobre violência contra mulheres e tráfico de pessoas, conforme reportou Gilberto Amendola. “É uma pauta que é minha e que eu compro fundo”, declarou a mãe de Yasmin.
Entenda o caso
A Polícia Civil de Minas Gerais, o Itamaraty e as autoridades dos Estados Unidos estão investigando o desaparecimento de jovens brasileiras em território norte-americano após estarem envolvidas com a coach e modelo Katiuscia Torres Soares, que se apresenta nas redes sociais como Kat Torres ou Kat a Luz. O caso ganhou repercussão nas redes sociais na última semana por conta da mobilização de familiares e amigos.
Entre as desaparecidas está a jovem Letícia Maria Alvarenga, 21, de Perdões (interior de Minas Gerais, a 213 km de Belo Horizonte), que foi ao país para um programa de au pair e deixou de responder a familiares e amigos no Brasil depois de ter contato com Katiuscia. E a jovem Desirrê Torres, 26, natural do estado de São Paulo, também estaria na mesma situação.
Leticia Maria Alvarenga comentou em um vídeo sobre o caso da influenciadora digital Vanessa de Oliveira. Ela disse que incriminou Yasmin para ela ver “como é ser inocente de algo e ver sua vida virar esse curso que está”.
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