Influenciadora é condenada por ofensas racistas contra filha de Gagliasso e Giovanna após 6 anos

Day McCarthy terá que pagar R$ 180 mil por danos morais contra Titi; defesa da influenciadora entrará com recurso

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Foto do author Bárbara Correa
Por Bárbara Correa (Estadão)
Atualização:

Após seis anos, a Justiça do Rio de Janeiro condenou a influenciadora Day McCarthy por danos morais contra Titi, filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. Dayane terá que pagar R$ 180 mil a família por proferir ofensas racistas contra a menina que, na época, tinha apenas 4 anos de idade.

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Em 2017, a influenciadora disse nas redes sociais que a criança era uma “macaca”, que tinha “cabelo horrível, de bico de palha” e “nariz de preto”. Os pais de Titi acionaram a Justiça que, nesta terça-feira, 6, condenou Day a pagar indenização que, segundo defesa de Bruno e Giovanna, deve superar os R$ 500 mil, pois irá passar por correção monetária.

O juiz Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, da 32ª Vara Cível do Rio de Janeiro, concluiu, no processo que o Estadão teve acesso, que as declarações da influenciadora “evidenciam um conteúdo racista”. Ele os descreveu como “uma ofensa deliberada, cruel e covarde em face de uma criança indefesa, objetivando agredi-la, assim como a seus pais”.

Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso em fotos com Titi Foto: Instagram/@gioewbank e InsInstagram/@gioewbank e Instagram/@brunogagliassotagram/@brunogagliasso

Na época, Day não foi localizada pela Justiça, foi citada por edital e não apresentou contestação. O Estadão entrou em contato com a defesa das duas partes. O advogado de Dayane, Gil Ortuzal, afirmou que a influenciadora entrará com recurso e que reconhece que “tais frases jamais deveriam ter sido proferidas contra qualquer pessoa”. Veja a nota completa da defesa dela:

“Como advogado da Sra Dayane Alcantara Couto de Andrade, conhecida como Day McCarthy, comunico que assumi sua defesa técnica na esfera civil na data de hoje [quarta-feira, 7], uma vez que foi defendida por curadoria especial, sendo decretada revelia, já que reside no exterior. Em tempo, Day McCarthy esclarece que, passados seis anos, tem o entendimento de que tais frases atribuídas a ela jamais deveriam ter sido proferidas contra qualquer pessoa, principalmente se tratando de uma criança. À vítima e seus familiares, apresenta seus sinceros pedidos de desculpas e garantia de que esse erro jamais se repetirá. Os inúmeros vídeos e publicações com falsos pronunciamentos e afronta à justiça com relação ao caso e a sentença, que estão circulando na internet, não são de sua autoria, sendo que a mesma somente se pronunciará através de seu advogado”.

Já o advogado da família de Titi, Alexandre Celano, garante que “a luta continuará pela condenação criminal pelo crime de racismo, que é inafiançável e imprescritível, cuja pena pode chegar a 5 anos de prisão”. Veja o pronunciamento completo da defesa de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank:

“Recebemos com grande contentamento a notícia de que o Juízo da 32ª Vara Cível da Capital do Rio de Janeiro julgou integralmente procedentes os pedidos formulados pela família Gagliasso contra a infuencer digital e socialite Day Macarthy - após mais de seis anos do início do trâmite da ação indenizatória - em sentença cirúrgica e sensível do magistrado Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves. Nada apagará as marcas das atrocidades racistas cometidas pela ré, uma vez que os registros dos fatos continuarão disponíveis no ambiente virtual, que é público. Por outro lado, há o alento de que a condenação em compensar os danos morais sofridos, cujo valor atualizado supera a quantia de meio milhão de reais, ao que me parece, a maior quantia já arbitrada no país contra um racista, terá amplo efeito pedagógico na sociedade, de extrema relevância, pois diariamente assistimos à população preta sofrer as consequências do racismo infelizmente ainda arraigado em muitos. A luta parecia eterna e por isso usamos o clichê de que a justiça tarda, mas não falha. Em muitos momentos me inspirei nas palavras de Nelson Mandela, que gostaria de compartilhar em agradecimento a confiança depositada em meu trabalho pela família Gagliasso: ‘Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar’”. Alexandre Celano - advogado

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