Um submarino que transportava turistas e pesquisadores para ver os restos do Titanic, que naufragou em 1912, desapareceu no Oceano Atlântico, entre a costa dos Estados Unidos e do Canadá, na segunda-feira, 19. A embarcação, que pertence à empresa OceanGate Expeditions, faz viagens frequentes ao local do naufrágio. Cada passagem pode custar até US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão). Equipes de resgate dos dois países procuram os submersível.
James Cameron, diretor responsável pelo filme Titanic, de 1998, em recente entrevista, à rede norte-americana CBS, revelou que chegou a visitar o local com os destroços do navio mais de 30 vezes.
“Me sinto muito ligado à história [do Titanic], depois de ter mergulhado 33 vezes no naufrágio. Quanto mais você estuda, mais contagiado pela história do Titanic você fica. Digo sempre como é frágil. Você acha que o entende até se aproximar e ver que tem muito mais complexidade na história”, contou o diretor.
Na conversa, ele ainda comentou sobre os objetos que foram encontrados na embarcação naufragada e suas vendas em leilões.
“É aí que você entra em uma área cinzenta. Eles precisam financiar essas coleções de alguma forma. Precisam financiar suas viagens ao redor do mundo, colocando-as em exposição. Acho que quando você as vende e elas vão para um local privado e nunca mais são vistas, ultrapassam o limite. Quando você vê esses óculos, pensa: ‘Quem era essa pessoa? O que ela vivenciou? Isso o conecta à história”, afirmou.
Desaparecimento do submarino
Segundo a Guarda Costeira americana, a embarcação foi dada como desaparecida, com cinco pessoas a bordo, na tarde de domingo, 18, quando deveria retornar para o continente. Ela tem uma autonomia de 96 horas (quatro dias) embaixo d’água e perdeu contato com o continente quando estava submergida havia 1h45. Diante dessas informações, em tese, a data-limite para encontrar o submersível antes que acabe o ar a bordo é na quinta-feira, 22. Um dos passageiros é o bilionário britânico Hamish Harding.
Embarcações e aviões canadenses e americanos participam da busca, restrita a uma área a 1,4 mil km da costa de Massachussetts e a uma profundidade de quase 4 mil metros. A busca conta com dois aviões C130, dois americanos e um canadense, e um submarino canadense P8.
As buscas estão sendo realizadas tanto sob a água, com bóias sonares e o próprio sonar no navio da expedição, quanto na superfície, caso o submersível emergisse e perdesse as comunicações, com o auxílio de aeronaves e embarcações de superfície A Guarda Costeira está coordenando tanto com as autoridades canadenses quanto com embarcações comerciais na área para obter ajuda.
A empresa descreve que o submersível é projetado para “levantamento e inspeção do local, pesquisa e coleta de dados, produção de filmes e mídia e testes em alto mar de hardware e software”.
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