José de Abreu compartilhou no seu perfil do Instagram que entrou com três ações processuais contra Cássia Kis após as falas homofóbicas da atriz durante entrevista à jornalista Leda Nagle no final de outubro. O ator, que é pai de uma filha trans, Bia, disse que fica “tenso” quando ela vem para o Brasil e condenou as falas da colega de profissão, reiterando que trabalha “num meio onde a grande maioria é LGBT”.
“Fiquei muito chocado, triste com o que a Cássia falou, porque tenho uma preocupação grande com a minha filha. Ela mora na Califórnia, que é um local super aberto, mas quando vem pra cá, fico bastante tenso, porque o Brasil é o país que mais mata trans”, disse.
O ator está sendo representado pela advogada Luanda Pires, especialista em Direito Antidiscriminatório e presidente da Associação Brasileira de Mulheres LBTIs, que explicou como funcionam as ações.
“Entramos com uma representação no Ministério Público Federal. Uma notícia-crime. A gente avisa ao Ministério Público da ocorrência do crime para ele apurar e, após investigação preliminar, propor uma ação penal em desfavor da Cássia em razão do crime de LGBTfobia. Além disso, na parte Cível propomos uma ação civil coletiva, pedindo uma indenização, cujo valor será revertido à população LGBTQIA+. E, na Via Administrativa, ingressamos na Secretaria de Justiça de São Paulo, com uma denúncia pelos mesmos fundamentos, por cometer LGBTIfobia”, disse.
José de Abreu é um dos autores das representações em conjunto com Paula Dalaio, psicóloga de São Paulo, e de instituições como Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos) e o Grupo de Advogados Pela Diversidade Sexual e de Gênero.
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