Leandro Hassum deverá indenizar em R$ 20 mil médicas que chamou de ‘burras’ em rede nacional

O humorista criticou irmãs recém-formadas por terem supostamente furado a fila da vacina contra covid-19. Advogado do ator disse ao ‘Estadão’ que não irá se manifestar sobre a decisão da Justiça

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Por Raisa Toledo

A Justiça do Amazonas condenou o ator e humorista Leandro Hassum por danos morais contra duas médicas. A decisão é de 11 de julho deste ano, em um processo que tramita desde 2021. O artista terá que pagar R$ 20 mil de indenização para as profissionais de saúde, que são irmãs gêmeas - R$ 10 mil para cada uma delas. O pedido inicial na ação era de uma indenização de R$ 100 mil.

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A decisão da juíza responsável pelo caso, Ida Maria Costa de Andrade, também prevê que Hassum publique uma retratação formal em rede social, que deve permanecer disponível para visualização durante um prazo de dez dias.

A magistrada declarou a ação extinta, mas a defesa de Hassum recorreu da decisão. Segundo o portal Notícias da TV, caso o recurso de apelação seja aprovado, os autos serão encaminhados para a segunda instância. Procurado pelo Estadão, o advogado do ator disse que não tem interesse em comentar o assunto.

O ator e humorista Leandro Hassum Foto: @leandrohassum via Instagram

O episódio ocorreu em 2021 durante uma participação no programa Encontro, da TV Globo, então apresentado por Fátima Bernardes. Na ocasião, Hassum comentou, ao vivo, sobre pessoas que estariam “furando a fila” e se vacinando antes do cronograma do governo.

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As médicas recém-formadas Gabrielle e Isabelle Kirk Maddy Lins, que publicaram fotos com a primeira dose do imunizante, estavam entre os suspeitos.

“A primeira coisa que me vem é que são burras, né, amor? Na boa, quer fazer besteira, para que é que posta? Acho um absurdo, Fátima. É um caô. Não tem consciência de que está tirando uma pessoa que realmente precisa”, disse Hassum.

A juíza Ida Maria Costa de Andrade entendeu que “a liberdade de manifestação do pensamento pode incorrer em excessos e abusos capazes de conduzir à violação a outros direitos”. Conforme consta nos autos do processo, a fala do humorista “repercutiu em inúmeras manchetes e teria ferido a honra e impactado a vida pessoal e profissional das Demandantes”.

Em fala de audiência reproduzida nos autos, Gabrielle Kirk Maddy Lins relatou que “ainda hoje referem-se a elas como ‘as gêmeas fura fila’”. Os advogados das irmãs Lins não retornaram as tentativas de contato da reportagem.

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