Após admitir ter praticado sorofobia pela própria ‘ignorância e falta de informação’, a apresentadora Regina Volpato apagou um vídeo em que fazia um comentário visto como ofensivo a pessoas que vivem com o vírus HIV. Mas, afinal, o que é sorofobia e como ela afeta a vida das pessoas? Entenda em 5 tópicos.
Leia também
- O que é sorofobia: É estigma sorológico ou fobia da AIDS. O preconceito, medo, rejeição e discriminação contra pessoas que vivem com HIV.
- Como a sorofobia se manifesta: Pode ocorrer de várias formas, como a recusa em participar de atividades sociais com alguém HIV positivo; pode haver também discriminação no emprego, moradia ou educação, restringindo o acesso a pessoas com HIV a esses espaços; abuso verbal ou assédio; medo de contato casual, como apertar as mãos.
- Quais são os impactos: de acordo com a Unaids, a sorofobia pode interferir profundamente na vida de pessoas com HIV. Ela pode levar ao isolamento social, depressão e ansiedade. Também pode desmotivar as pessoas a buscar o teste para HIV ou tratamento. E, em vários países, a discriminação pode afetar até mesmo políticas públicas de cuidado a quem vive com o vírus, culminando inclusive em restrições e recusa de atendimento.
- Sorofobia é crime: Em muitos países, a sorofobia é ilegal. No Brasil, por exemplo, a Lei nº 12.984/2014 a define como crime. Isso significa que pessoas que discriminam pessoas vivendo com HIV podem ser processadas. A condenação pode ser punida com prisão de um a quatro anos e multa.
- Importância da conscientização: Aumentar a conscientização sobre a sorofobia é essencial para combater o estigma e a discriminação contra o HIV. Ao educar o público sobre os fatos da transmissão do HIV, é possível ajudar a criar um ambiente mais inclusivo e solidário para pessoas vivendo com HIV. De acordo com a Unaids, 38 países em todo o mundo se comprometeram a acabar com o estigma e a discriminação relacionados ao HIV. O Ministério da Saúde do Brasil lembra no próprio site que todas as pessoas diagnosticadas com HIV têm direito a iniciar o tratamento com antirretrovirais imediatamente, e, assim, poupar o sistema imunológico.
Sempre bom lembrar que ter sido infectado com o HIV não significa desenvolver a Aids. Com o acompanhamento médico e tratamento correto, a pessoa pode reduzir a carga viral no sangue de tal maneira a tornar o vírus indetectável e impedir completamente a transmissão.
Entenda o caso
No último final de semana, a apresentadora Regina Volpato publicou um vídeo em resposta a um seguidor falando da seguinte questão. “Apaixonado por um boy que me contou depois de três vezes que é HIV positivo! Como continuar”. Ela, então, disso o seguinte: “Você vai continuar com uma pessoa que te ocultou uma informação como essa?”
O sigilo sobre a condição médica é assegurado por lei no Brasil. E desde 2022 a lei 14.289 também proíbe a divulgação por agentes públicos ou privados de informações que permitam a identificação dessas pessoas. Nesta segunda-feira, 15, ela pediu desculpas pela declaração depois da repercussão, que apontou a fala como problemática e sorofóbica.
Volpato decidiu inclusive apagar o primeiro vídeo “por conta da minha ignorância e da falta de informação”. “Quem me conhece sabe que não sou de apagar conteúdo quando erro, pois prefiro assumir o erro. No entanto, no caso desse vídeo, era mais do que erro. Foi preconceito, desinformação”, admitiu.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.