A atriz Gabriela Duarte, de 50 anos, estreia nesta sexta-feira, 28, um monólogo inspirado no clássico da literatura feminista O Papel de Parede Amarelo, de Charlotte Perkins Gilman. A peça é mais uma tentativa de emancipação da figura materna - Gabriela enfrenta comparações com a mãe, Regina Duarte, desde os primórdios da carreira.
Em entrevista ao Estadão, Gabriela falou sobre a obra, criação dos filhos adolescentes, menopausa, e como ela lida com as comparações com a mãe. “Fico impressionada que saí daquela barriga há 50 anos e ainda preciso provar que tenho o meu próprio CPF”, disse.
“Todo mundo tende a achar que somos a mesma pessoa, temos posturas iguais e parece impossível pensarmos de jeitos diferentes”, disparou a atriz.

Gabriela planeja para o segundo semestre o lançamento de sua autobiografia, escrita em parceria com a jornalista Brunna Condini. “Escrever esse livro foi um alívio e fez com que todas as comparações com minha mãe se resolvessem para mim”, confessou ao Estadão. “Tanto que parei de fazer terapia por dois anos e só voltei nos ensaios do espetáculo”.
No ano passado, Gabriela falou o que pensa sobre o posicionamento político da mãe em entrevista às atrizes Michelle Batista e Giselle Batista, no canal do YouTube GiMi.
“Somos pessoas públicas. Ela tomou um posicionamento. Eu respeito, ela tem todo o direito... mas há uma diferença no modo como nos posicionamos. Ela se manifesta de uma maneira, e eu não faço dessa forma. São coisas que geram ruídos”, afirmou Gabriela. Regina Duarte foi defensora de Jair Bolsonaro, tendo, inclusive, integrado a Secretaria de Cultura durante alguns meses em 2020, na gestão do ex-presidente.
O Papel de Parede Amarelo fica em cartaz no Teatro Estúdio até 1º de junho, com sessões às sextas e sábados, às 20h, e domingo, às 18h. O ingresso custa R$ 120.