Preta Gil está consagrando os 20 anos de carreira dela com uma turnê com toda a família na Europa. Recentemente, a cantora fez diversas postagens nas redes sociais mostrando os bastidores das apresentações no velho continente. Além desse momento importante na vida da artista, ela também participa das gravações da série do Prime Vídeo, serviço de streaming da Amazon, Viajando com os Gil. Essa segunda temporada passará por 240 países e territórios. Antes dessa experiência, a família protagonizou o Em Casa com os Gil, que revela bastidores deles em um retiro criativo no Rio de Janeiro. Em entrevista ao Estadão, Preta Gil não pôde dar detalhes sobre o documentário, mas está entusiasmada ao ter tudo registrado para a posteridade. "Fico imaginando a gente assistindo essas capturas daqui há alguns anos, e sentindo saudades desse momento tão lindo. A gente não só está trabalhando, nós estamos viajando pela Europa toda, é uma experiência única que vai marcar nossas vidas", afirma.
Para você, como é a experiência de fazer um show ao lado de sua família e não sozinha? É como estar em casa, é tão confortável e aquecedor. Trabalhar com o que a gente gosta já é uma oportunidade incrível, e fazer isso com pessoas que nós amamos é ainda melhor. É claro que existem muitas diferenças entre estar no palco sozinha e dividi-lo com várias pessoas, é uma organização maior. Eu tenho vinte anos de carreira solo, mas a adaptação foi muito rápida para mim, até porque essa é uma dinâmica comum para nós, a gente sempre cantou juntos, em reuniões de famílias a música sempre esteve muito presente, a diferença é que agora a gente faz em frente a milhares de pessoas.
Ainda nessa questão, existem maiores desafios ou vantagens? Muitas vantagens, sem dúvidas…Dividir esse momentos, principalmente com o meu pai, realmente não tem preço e são lembranças que eu vou levar para o resto da vida. Mas é claro que também tem a parte complicada… rsrs As coisas de família, né? Muitas cabeças pensantes… que claro, tem muitas opiniões divergentes muitas vezes. Mas sempre com muito respeito nos organizamos e tocamos tudo rs
Como você se sente com esse registro para a série? Eu acho maravilhoso! E fico imaginando a gente assistindo essas capturas daqui há alguns anos, e sentindo saudades desse momento tão lindo. A gente não só está trabalhando, nós estamos viajando pela Europa toda, é uma experiência única que vai marcar nossas vidas.
Recentemente você teve uma indisposição e não pode participar de uma apresentação. A rotina de shows tem sido muito puxada? Como funciona esse dia a dia? Eu não pude fazer o show em Berlim porque como a gente muda de país a cada três dias, aconteceu que o tempero de marrocos misturado com a comida da Alemanha me causou uma indisposição gastro intestinal e não consegui fazer o show. Mas é realmente muito cansativo, o nosso corpo sofre com muitas muitas mudanças também…
Os shows na Europa tem um público muito diferente do Brasil? Como essas apresentações têm sido diferentes para você? O público tem sido uma das minhas maiores surpresas, porque são brasileiros e estrangeiros que são muito apaixonados pela música brasileira e também são fãs do meu pai, e que receberam a gente com muito carinho, toda a nossa família. É uma energia nos shows que eu não sei explicar. Esse é um show muito emocionante para quem assiste, e o público tem sido uma catarse em todos os países que a gente vai.
Vocês têm encontrado espaço para “turistar” um pouco ou a rotina não tem permitido? Se sim, o que mais gostou de visitar? Sim! É um dos meus momentos preferidos, é tanto lugar lindo, com vistas maravilhosas! Viajar com a família é sempre bom, e fazia anos que a gente não conseguia se reunir dessa forma. Então estarmos juntos é uma coisa muito maravilhosa.
Teve algum show que te marcou mais até agora? Por que? Ou algum que você está mais ansiosa? Cada show é um show, cada plateia tem algo que emociona. Todo show acontece algo diferente no palco que emociona, é muito difícil escolher um show apenas porque cada um tem a sua própria beleza e sua particularidade. Foram muitos shows e todos foram incrivelmente lindos!
O Gil revelou que a ideia inicial de realizar uma turnê em família na Europa foi sua. Até aqui, a experiência tem correspondido com as suas expectativas? O que mudou desde aquele planejamento inicial até aqui? Desde o começo eu nunca romantizei essa viagem, eu sempre soube que ela seria de muita labuta e disciplina para a gente conseguir dar conta, fisicamente e emocionalmente tudo que a gente está vivendo. Mas o fato de estarmos em família, e de podermos nos apoiar facilita muito, porque literalmente nós estamos todos no mesmo barco. Então até os perrengues e as coisas mais complicadas eu guardo no meu coração, porque eu não tenho que reclamar de nada porque faz parte. E nós estamos em uma super estrutura, super aparados, pelas experiências do meu pai e da Flora de ter mais 40 anos de turnê, o Jerry a Maria… São pessoas muito experientes. Mas as vezes acontecem uns perrengues, chega na cidade não tem comida para comer porque tá tudo fechado, às vezes nós chegamos antes do previsto e o hotel não está disponível, enfim coisas bobas.
Essa turnê também é uma celebração para você, que completa 20 anos de carreira. O que podemos esperar no futuro da Preta Gil? Existe algo que você ainda deseja alcançar? Essa turnê sem dúvidastem sido a maior celebração dos meus 20 anos de carreira. Porque depois desses vinte anos eu me permitir estar aqui vivendo tudo isso com a minha família, e isso é sinal de muita maturidade e evolução. Porque se esse projeto fosse há vinte anos atrás talvez eu não tivesse aceitado, por aquela necessidade de se autoafirmar e de encontrar o seu próprio caminho. Mas depois de todo esse tempo, eu agora estou em um lugar que eu me permito ser filha do Gilberto Gil, e de estar ao lado dele celebrando os seus 80 anos. Ele foi muito generoso, eu canto duas músicas minhas e o público tem respondido de uma forma que eu não imaginava. Então a gente tem planos de fazer shows aqui fora depois dessa turnê, eu estou também terminando um álbum que ainda vai ser lançado este ano, e ainda pretendo celebrar os meus 20 anos de outras formas.
* Estagiária sob supervisão de Charlise Morais
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