Adriano Castro, de 56 anos, ganhou notoriedade no domingo, 8, após abrir uma live de quatro horas em seu canal do YouTube. Na filmagem, ele mostrou e apoiou o ataque aos Três Poderes, em Brasília, no Distrito Federal. Apesar da repercussão, o público o conhecia de outras situações.
Artista plástico nascido na Bahia, ele ficou conhecido no início dos anos 2000 por participar da primeira edição do Big Brother Brasil, na Rede Globo. Chamado de Didi, foi o inventor dos termos “paredão” e “brother”, que fazem referência à eliminação e aos participantes, respectivamente.
Considerado o primeiro vilão do programa, saiu com 74% dos votos. Pedro Bial, o antigo apresentador, citou os motivos de sua fama no discurso de eliminação.
“Você ganhou a simpatia do público pela sua inteligência, seu espírito de luta e até pela vontade de jogar luz sobre os conflitos. Mas, ao mesmo tempo, você, que é confesso arrogante, passou um pouco do ponto. Tem gente que te chamou de antipático e agressivo demais”, disse o jornalista.
Apesar de participar do reality show da TV Globo, o artista plástico já criticou a emissora publicamente. Sem embasamento, ele exaltou a ditadura militar e criticou o atual jornalismo da empresa em seu canal do YouTube, chamado de Didi Red Pill.
A página bolsonarista na plataforma acumula mais de 227 mil inscritos até o momento desta publicação. Entre os conteúdos, ele ataca indígenas, faz críticas a Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aos movimentos contrários ao bolsonarismo, propaga notícias falsas e distorcidas e até fala sobre sua experiência no BBB.
Além de incentivar atos antidemocráticos, Castro também participa e mostra os eventos em seu canal. Exemplo disso é a live de quatro horas na qual filma o caminho da porta de um quartel-general até o Congresso Nacional.
Em determinada parte do vídeo, Castro disse esperar que o movimento tivesse mais de 1 milhão de pessoas. A filmagem, no entanto, foi removida após repercussão.
Em vídeos anteriores ao ataque aos Três Poderes, o artista plástico mostrou a chegada de diversos ônibus e a tentativa dos extremistas de ultrapassar a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) para alcançar a praça.
Castro também fechou sua conta no Twitter desde quando seu vídeo na praça dos Três Poderes viralizou nas redes sociais.
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