Whindersson Nunes recebeu a reportagem do Estadão no Clube do Minhoca, na zona central de São Paulo, local aonde o comediante está apresentando um show de stand-up especial chamado Drogas e Outras Coisas, para maiores de 18 anos.
Com quase 60 milhões de seguidores no Instagram, ele falou sobre a polarização das redes sociais, liberdade de humor e a rusga que teve com a primeira-dama Janja envolvendo uma postagem no X (antigo Twitter).
“Acho que a amarra é maior na mente das pessoas. O paulista pensa que não pode imitar um sotaque nordestino porque é um negócio ofensivo. Não, ele não tá fazendo nada ofensivo! (...) A perseguição está na internet. Quando alguém der um tiro no meu carro, aí eu me assusto. Limite do humor: bala! (risos)”, falou o youtuber, em entrevista exclusiva, ao ser questionado sobre o patrulhamento do humor.
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Whindersson também minimizou a atmosfera agressiva e polarizada das redes sociais. “O algoritmo tem uma parada muito parecida com a vida, que você atrai aquilo que você consome. O meu algoritmo me mostra coisas engraçadas, interessantes, divertidas, de aprendizado, de ensinamento. Então, na minha visão, não acho que a internet está com esse ódio todo, porque eu não vejo isso. Agora, o que estou pensando, isso eu falo no meu show. Você assiste o meu show e fala: ‘Essa ideia se alinha com fulano de tal’”, disse.
Depressão e filantropia
O piauiense de 29 anos, apesar da pouca idade, teve uma vida bastante agitada na última década. Em 2016, ele começou a namorar a cantora Luísa Sonza, casando-se com ela em 2018. Em 2020, o casal se separou. No final daquele ano, o influenciador assumiu relacionamento com Maria Lina Deggan, com quem teve um filho, João Miguel. O bebê, no entanto, nasceu prematuro e morreu dois dias depois. Posteriormente, Whindersson e Maria terminaram o noivado.
O artista, que lutou por muitos anos contra a depressão, também se destaca frequentemente por suas ações filantrópicas. Isso foi evidente, por exemplo, no caso do colapso do sistema de saúde em Manaus, durante a pandemia de COVID-19, e na recente tragédia no Rio Grande do Sul.
“Quando um problema nacional acontece, estou lá ajudando e fazendo o que posso fazer. Não é porque me cobram, é porque adoro fazer isso. Adoro fazer uma coisa que é para um político fazer e o artista vai lá e faz. Nas doações, as pessoas confiam em mim e me usam como veículo, mandam [dinheiro] para mim. Eu não boto 100 reais lá e digo que tem 1 milhão. Está lá tudo direitinho”, explicou.
Por fim, Whindersson comentou sobre a pequena rusga que teve com Janja. Em maio, ele compartilhou um meme com a imagem da atriz Jade Picon para zombar da primeira-dama após ela anunciar que o cavalo Caramelo estava salvo das enchentes no Sul, sugerindo que a socióloga estivesse tentando aparecer com a situação.
Janja então respondeu e alfinetou o humorista. “Ele não sabe q já inventaram maquina de lavar roupa faz tempo q libera o tempo das mulheres fazerem e estarem onde elas quiserem”, escreveu ela.
O assunto repercutiu na internet e desde então Whindersson não havia se pronunciado a respeito do ocorrido. “Não tenho problema nenhum com Lula ou Janja. Quando o Bolsonaro falava uma merda, eu falava merda também, fazia piada. Agora, quando eu fiz o tuíte, achei totalmente nada a ver a resposta [dela], mas deixei por isso mesmo. Não vale a pena discutir, porque é um sistema muito maior do que nós e que está aí há muito tempo. E eu estou chegando agora. Então, deixei isso pra lá. Prefiro tapar um buraco de alguma cidade que eu achar que tiver com problema”, disse.
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