A primeira temporada do livro "Ella, Segue Sendo Nós" foi escrito em quatro hospedagens em que eu e a Ella vivemos momentos maravilhosos, destes que valem a existência. Locais que me trazem doces lembranças, sempre nos receberam muito bem e adoram os hóspedes pets. Tenho certeza que vocês vão adorar e colocar na lista de lugares pet friendly que valem a pena ir. Aproveita e baixa grátis o e-book "Ella, Segue Sendo Nós" e confere todas as histórias. Alerta de spoiler: você vai rir e chorar e amar ainda mais o seu cachorro.
Pegada da Onça
A pousada Pegada da Onça está perto de uma pequena cidade no interior de São Paulo chamada Tapiraí. Olhando uma foto aérea conseguimos ver como ela está rodeada de verde, da mata fechada. É lindo!
O lago
Você vai encontrar um grande lago e casinhas coloridas, algumas com trapiches. Todas as habitações desfrutam da visão do lago, que em algumas horas do dia vira espelho e duplica o céu e as montanhas. Quem gosta de movimentar-se tem pedalinhos no formato de cisne e prancha de stand up paddle. Os cães que curtem nadar podem entrar nele, que tem uma prainha para sair. Bem, eu e a Ella sempre o vimos de longe, seja balançando na rede, tomando café da manhã ou relaxando no ofurô.
Água!
No verão, a piscina que fica ao lado do casarão, com água da nascente, é liberada para os cães nadarem. Há degraus para entrar, o que é seguro para os pets e uma parte profunda: perfeita para os cães maiores que gostam de mexer as perninhas. Os cães têm permissão de ficar sem guia dentro da propriedade, que tem uma trilha e uma cachoeira. Portanto, água não faltará para os nadadores caninos de plantão. E, claro, também os humanos. Tampouco bons motivos para fazer exercícios.
Comes&Bebes
No casarão são servidas as refeições. Quem preferir também pode contar com o serviço de quarto. O café é servido à francesa e é uma delícia. O meu prato preferido é a tilápia com cogumelos. Os pastéis de pera com gorgonzola acompanhados de um Aperol são a dupla perfeita para os happy hours.
Os quartos que abraçam
Como a Ella é tranquila e gosta de tirar longos cochilos, nossas temporadas na Pegada eram regadas a leitura, filmes e chamego. Se fazia frio, a lareira ficava acesa o dia todo. Nos dias quentes, aconteciam os banhos de sol. No calor, eu revezava entre ficar imersa na piscina com borda infinita e esticada na espreguiçadeira. A Ella entre o sol e o chão fresquinho da sala.
A cama grande, com muitos travesseiros e o lençol super macio, era um deleite. Dormir sem hora para acordar, sonecas depois do almoço, maratonar uma série e assistir documentários dentro do ofurô. Ah, as casinhas da Pegada são perfeitas para quem gosta de conforto e ser mimado. Se batia a fome, bastava levantar o telefone e nossos pratos eram entregues no quarto.
Trecho do capítulo 13 Natureza Bruta
"Escrevi essas linhas sentada na frente da lareira, em um delicioso dia invernal, enquanto caía uma chuvinha fina no lago. Assim como tu, eu gosto de perder meu olhar no horizonte e respirar fundo. Bem fundo. Visitei o passado, resgatei a nossa história, chorei e comecei a construir uma nova consciência da minha relação contigo. Entendo a importância de viver o luto, de aceitar suas fases e de me emocionar sempre que tenho vontade."
Hotel Itapemar
A balsa de São Sebastião nos leva para o paraíso que é Ilhabela. Assim que saímos dela, basta virarmos à esquerda e em 15 minutos chegamos no hotel Itapemar. Apenas uma rua o separa da areia e do mar. Da varanda das suítes superiores vemos as montanhas imponentes da Serra do Mar e a praia do Saco da Capela onde estão estacionados os barcos da marina.
Graminha ou vista?
Quem prefere ficar perto do gramado tem a opção de se hospedar nas suítes de baixo. Eu sou apaixonada pela vista e, portanto, sempre fico em uma Belvedere ou na Esmeralda, que é a minha preferida. Ao longo dos anos fomos conhecendo uma a uma. Ao chegar, deixava a Ella investigar o ambiente e mostrava com um sonoro não onde ela não poderia ir, pois tinha o risco de cair e se machucar.
Vida própria
Era tentador sair para desbravar a ilha e acho que isso deve mesmo ser feito, porém saiba que o Itapemar tem motivos de sobra para você não querer ir muito longe. Vamos à lista: são três piscinas; sendo que uma coberta e aquecida; o bar da Praia com espreguiçadeiras, a quadra de tênis, a academia, o SPA, o restaurante e o room service. Bom, né?
Pets: conquistas e mimos
O melhor? Os pets têm livre acesso ao hotel. Estes privilégios foram sendo conquistados com o passar dos anos e confesso: é maravilhoso ter contribuido com este crescimento. E tem os mimos: os hóspedes ganham um pote de água e toalha pet, que podem ser levados para casa.
A Ella adorava caminhar na graminha, onde fazia seus xixis. Ficava com a gente na praia sem problema algum (sem o risco de fiscais nos multarem e pedirem para nos retirarmos), deitava no gazebo da piscina do rooftop reservado para os pets e também no meu, acompanhava todas as refeições e via o pôr do sol na varanda da suíte ao meu lado. Minha parceira de todas as horas era cliente VIP no Itapemar e seu pet também será. A piscina para os pets acaba de ser inaugurada, sendo assim, o verão de 2025 promete!
Trecho do Capítulo 14, Ilha, Sol e Mar
"Hoje faço 52 anos. Será meu primeiro aniversário sem ti nos últimos dez anos, Ella. Estou em Ilhabela. Farei daqui, mais uma vez, meu escritório. Depois da tua partida, virei cigana. Escrevo essas linhas mergulhada na água quente da jacuzzi do deque de madeira. Estamos no hotel Itapemar, na suíte Esmeralda, a minha preferida. O dia amanheceu lindo e frio. Não há uma nuvem no céu. O verde dos coqueiros se mistura com o azul do mar e deixa o cenário irretocável. Vejo uma árvore repleta de flores laranja, ela é o único ponto colorido nessa fabulosa imensidão verde. Sou remetida às lembranças de anos atrás, quando estavas exatamente aqui, cheirando essas mesmas flores. Busco te resgatar com a memória. Desde o dia da tua partida, sete semanas atrás, habito este universo paralelo onde te vejo e, finalmente, consigo sentir paz. Percebo a minha tentativa diária de não te esquecer e nem permitir que o tempo te transforme em uma história do passado".
Refúgio Dinamarca
O Refúgio Dinamarca fica perto da capital paulista, em Mairiporã. A casa que virou um pequeno hotel com poucas suítes lembra a arquitetura escandinava e, por isso, recebeu o nome do país nórdico. A cereja do bolo é a parte externa que tem um jardim encantador com um imenso gramado onde os cães podem correr e brincar sem o uso de guia. A piscina é reservada para os humanos. A pedra não só embeleza o jardim como rende ótimas fotos, pois é possível subir nela. Um dia de sol por ali vale ouro.
O jardim
Ah, aquele gramadão, o horizonte largo! Você pode escolher interagir ou achar um cantinho só seu e do seu pet. Ele é grande, tem vários lounges e cabe todo mundo com privacidade. Eu e a Ella curtimos um pouco de tudo. No começo ela brincou com outro hóspede pet, o Tampinha. Como é bom ver cachorro brincar, né? Também paquerou o anfitrião da casa, o Bill, um border collie lindo e super educado. Quando o gramado ficou cheio demais, com todas as mesas ocupadas, puxamos nossa cadeira para o outro lado da grande pedra e vimos o sol se pôr na maior tranquilidade.
Que venha o entardecer
Na hora do jantar, que foi ao ar livre, ao lado da fogueira, comemos a maravilhosa pizza com massa de fermentação natural e pinga feita pela Ju. Olha, que programa mais gostoso! Esse é um bom momento de fazer novos amigos, compartilhar histórias, dar risadas e ir dormir feliz. Ah! De um tempo para cá, foi acrescentado na programação o "Cinema no Refúgio" onde um telão exibe o filme escolhido pelos hóspedes, que ficam bem acomodados nas cadeiras de piquenique. Eu não vejo a hora de participar de um.
Pôr do sol inesquecível
Eu e a Ella gostamos muito do frio, conto isso pois lembro que o dia começou a esfriar, estava sem uma única nuvem, o sol ia baixando e ficando bem redondo contrastado com o azul mais escuro do céu. O pôr ia ser lindo. Foi! Acomodei a Ella na sua caminha, coloquei o moletom nela e a tapei com o cobertor. Fechei o zíper do meu casaco e colecionamos mais um momento inesquecível juntas.
Trecho do Capítulo 16, Um Gramado, Fogueira e Pizza
"Algumas viagens acontecem na hora certa. Essa foi uma delas. Havia sido uma semana daquelas. Eu estava cansada e chateada com alguma situação do trabalho e precisava sair de São Paulo para extravasar. Por sorte, nossa viagem para o Refúgio Dinamarca estava marcada para aquela sexta-feira. Chegamos por volta do meio-dia, em um belo dia de sol, não demasiadamente quente. Tudo que eu queria era sentar naquele gramado rodeado de árvores, pedir um drink, algo para petiscar e esquecer da vida. Claro que primeiro fomos fazer um reconhecimento de campo pelo imenso gramado, onde tu investiste um bom tempo investigando os mil cheirinhos deixados pelos cães que frequentam esse pequeno hotel perto da capital paulista. Além disso, rolou um crush com o Border collie da Juliana e do Ricardo, o Bill. Eu vi a troca de olhares de vocês e o quanto a senhorita ficou assanhada, dona Ella. Lá pelo meio da tarde, chegou um novo contatinho, o Tampinha, que tinha toda a energia do mundo, a coisa mais querida. Virou teu amigo e até rolou uma corridinha conjunta".
Doral Guarujá
A gente acaba virando amigo das pessoas que gerenciam os locais que vamos fazer reportagem e assessorar, afinal, passamos a ter uma vivência intensa com troca de experiências e suporte. Foi assim com o Doral Guarujá, um hotel boutique na beira da praia da Enseada no Guarujá.
A primeira estadia no Doral tinha 100% o intuito de consultoria. Logo, a Ella ganhou o apelido mais assertivo possível: Tibetana. Sim, sua calma, tranquilidade, silêncio e equilíbrio eram marcantes; todos reparavam e comentavam: "Ela é sempre assim?" E eu respondia cheia de orgulho: "sempre". A Ella ajudou a abrir portas, não há dúvidas, entretanto, o mais difícil é mantê-las abertas. Infelizmente, muitos cães que não foram bem educados por seus tutores, fizeram com que o hotel desse um passo atrás. Perdemos algumas conquistas, que foram adquiridas no começo.
Café da manhã no Bar do Pets
Ainda assim, o Doral tem uma área coberta para tomarmos café da manhã com os pets, ganchos para prender a guia deles e pontos de saquinhos cata-caca. Dentro do hotel tem uma graminha perfeita para os cães que só fazem xixi no verdinho como a Ella.
Pé na areia
A praia fica atravessando a rua e nos meses fora da alta temporada não há fiscalização, portanto, sempre pude curtir a Enseada com a Ella sem medo. Há serviço de praia com cadeira e guarda-sol. Basta você pedir e eles montam para você. Conforme a hora do dia, inclusive, já estará montado. Será fácil de identificar: os laranjinhas são do hotel. A piscina é um charme, mas infelizmente, não é permitido levar os pets nessa área.
Eu adorava acordar cedo e ir caminhar com a Ella na areia fofinha. O amanhecer é delicioso, a luz é linda, a praia está praticamente vazia e a só se escuta o quebrar das ondas. Então, ficávamos tomando sol. Depois íamos para debaixo do guarda-sol, pois nem eu e a Ella conseguíamos torrar no sol do meio-dia. Para hidratar e mimar a Ella, eu comprava água de coco que ela bebia com gosto.
Ar condicionado e room service
No final do dia, voltávamos para o quarto, que é super charmoso e confortável, e muitas vezes eu pedia um room service; o ceviche e o camarão empanados com farinha de Pako são os meus eleitos. Enquanto isso, a Ella curtia o fresquinho do ar condicionado. Estes pequenos momentos de cuidado próprio, de relaxamento e de cumplicidade eram fantásticos e compartilhados com muito amor.
Trecho do capítulo 15 Dias à beira-mar
"Chegamos no dia 24 de dezembro e ficamos radiantes quando soubemos que a Ella e sua amiga Winnie eram bem-vindas na ceia de Natal. Reservamos uma mesa no Bar dos Pets, com vista para o mar e nos arrumamos com vestido de festa e salto alto. Eu não estava muito animada com a ceia porque não como os típicos pratos da época, mas fui surpreendida por um bufê que agradou quem contava com peru e Tender e também pessoas como eu. Nos próximos dois Natais, voltamos ao Doral. Ella, tu enganaste um bocado de gente, hein? Eu fui tua cúmplice nesse crime perfeito. Todos que te conheciam, ficavam encantados com tua tranquilidade, silêncio e boa educação e fantasiavam que sempre seria assim. Pois é, dona Tibetana, infelizmente têm um monte de cachorrinhos que não foram ensinados pelos tutores a terem uma atitude equilibrada, e isso tem dado tanta confusão. A culpa é tua. OK, é nossa. Não era raro escutarmos: não vi que tinha um cachorro aqui. E tinha, tu estavas ali, no teu cantinho, tirando cochilos, espiando o movimento e me vigiando."
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.