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Transtornos mentais e suas diferenças entre homens e mulheres

Opinião|Bullying e suas facetas

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Foto do author Dr. Joel Rennó
 Foto: Estadão

Apesar de diversas matérias na imprensa e palestras nos Colégios, o assunto Bullying é ainda subestimado em termos de estratégias de prevenção e intervenção.

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Entendo que nas horas de sofrimento e dor a sociedade se mobiliza para encontrar possíveis motivos e justificativas para um comportamento dessa gravidade e seus impactos. A sociedade, nessas horas, costuma julgar um caso complexo assim como fruto da intolerância reinante na nossa sociedade, da falta de apoio e comunicação familiar, de uma reação aos maus tratos ou bullying -entre outros fatores. Isso é mais palpável para muitos.

Mas quero chamar a atenção para outro aspecto tão ou mais importante: o preconceito e a desinformação ainda reinantes na área de psiquiatria.

Claro que ninguém pode fazer uma análise precisa e específica apenas com base em informações colhidas na imprensa, de forma que as conjecturas necessitam de um cuidado em suas assertivas. Um diagnóstico apurado só será possível com uma avaliação psiquiátrica detalhada.

Um grande universo de crianças começa a sofrer perseguição e humilhações no ambiente escolar desde cedo e muitas vezes tais fatos são minimizados por pais e professores. Muitas não conseguem expor o que sentem ou vivenciam aos pais e professores com medo de represália ou descrédito. Tais crianças não se sentem acolhidas. Algumas brincadeiras maldosas e sem graça, mesmo em crianças de 8, 9 ou 10 anos, acabam sendo relativizadas ou ignoradas.

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Comportamentos e atitudes diferentes tanto de agressores quanto de vitimas do bullying precisam ser acompanhados de perto por todos nós porque o limiar entre o normal e o patológico pode ser tênue no início de alguns distúrbios mentais.

Precisamos observar e acompanhar nossos filhos

Os pais e a sociedade precisam enfrentar esses problemas psiquiátricos de suas crianças e adolescentes de frente porque uma doença mental não tratada pode levar a tragédias de grande magnitude infelizmente. E que deixam sequelas. Algumas doenças mentais, como a depressão nesse período de vida, levam as pessoas a uma sensibilidade extrema perante críticas, outras podem gerar comportamentos bizarros que logicamente tornam as crianças vulneráveis a deboches ou chacotas. Na adolescência, muitos quadros psiquiátricos não tratados têm como componente nuclear a irritabilidade e agressividade (autodirigida ou heretodirigida). Um adolescente com grave doença mental e se sentindo perseguido vai reagir geralmente com violência!

E o que concluimos?

Que os transtornos mentais precisam ser melhor avaliados e diagnosticados na infância e adolescência. Por causa do estigma, muitas famílias e escolas evitam a procura de um psiquiatra ou então pior: a rede pública não oferece o serviço.

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Observo também que muitos procuram profissionais de diversas especialidades nessas horas, exceto o psiquiatra- há uma resistência nítida e tudo é atribuído à fase de rebeldia ou transição da adolescência. Acho que todos têm, sem dúvida, a sua importância mas o diagnóstico precoce e correto de doença mental deve ser realizado prioritariamente pelo psiquiatra como sempre escrevo em minhas colunas. Isso pode salvar a vida de todos!!!

 

 

 

 

Opinião por Dr. Joel Rennó

Professor Colaborador da FMUSP. Diretor do Programa Saúde Mental da Mulher do IPq-HCFMUSP. Coordenador da Comissão de Saúde Mental da Mulher da ABP. Instagram @profdrjoelrennojr

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