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Dicas de decoração para deixar sua primeira morada mais bonita e aconchegante

Opinião|Minha imersão no design nacional

Em meio a um processo de autoconhecimento, tenho me aprofundado no design nacional e criado conexões para meus projetos

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Foto do author Anelisa Lopes

Uma das minhas metas para 2024 no campo profissional foi dar início a um estudo mais aprofundado no design brasileiro. Este objetivo inclui não só conhecer os perfis que representam este cenário desde a década de 50 -  período em que a assinatura passou a ganhar identidade em solo nacional -, mas também fazer uma imersão na cultura atual, muitas vezes, passadas de geração em geração, mas sendo reproduzida a partir de interpretações contemporâneas e tropicalizadas. Este estudo abrange estilos arquitetônicos, passa por mobiliário e chega aos elementos decorativos.

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(ANELISA É JORNALISTA E DESIGNER DE INTERIORES. PERFIL NO INSTAGRAM: @anelisalopes)

Eu confesso que este interesse começou a ganhar forma após eu iniciar um processo pessoal de autoconhecimento há cerca de dois anos. Percebi que muitos elementos que uso como referência e gosto de aplicar nos meus desenhos e projetos têm, de uma forma mesmo que sutil, traços dessa ancestralidade. De uma forma bem genérica, oriental por parte de mãe e brasileira, especificamente mineira, por parte de pai. Meu mergulho neste aperfeiçoamento tem se dado em várias frentes: passei a dar preferência ao transporte público e caminhadas (só assim é possível ter contato direto com o meio em que vivemos), estudos, referências, palestras e viagens, principalmente para o Nordeste, onde a cultura regional é onipresente e sobrevive, muitas vezes, com a falta de incentivo local.

De uma forma geral, este ano tem sido bastante agitado na agenda de exibição do design nacional, o que favorece a minha absorção - ter contato e conhecer a efervescência dos estúdios e artistas brasileiros de perto para poder alinhar minha assinatura de projetos tem sido bem enriquecedor. Neste sentido, fiz minha primeira visita ao centro da cidade em um dos circuitos da Design Week no início do ano. Para quem não conhece, vale passar um dia na  Galeria Metrópole  para ver de perto o trabalho do Estúdio Niz, De La Cruz, Nydia Rocha, Pedro Luna, entre outros, petiscar no bar da dona Onça e finalizar nas imensidão do Copan. Passado a DW, a SP Arte, em abril, nos brindou no pavimento de design com marcas e artistas consagrados, mas também com um aroma fresco do que tem sido produzido no país com os estreantes na feira, como Adriana Yazbek, Andre Grippi, Aristeu Pires, Schuster Design...

Na semana passada foi a vez de a MADE (Mercado Arte Design) concentrar um pouco do design autoral com cerca de 70 representantes independentes na quadra de tênis da Arena Mercado Livre Pacaembu, que data de 1939 e tem sido restaurada nos últimos anos. Com o tema "Design em Movimento", as peças colecionáveis de mobiliário, iluminação e decoração destacaram a madeira nacional, como Angelim, Jequitibá e Imbuia, entre as matérias-primas. O recorte, no entanto, é de um aproveitamento consciente, muitas vezes derivado do descarte da indústria. O aço inox, bastante presente nos ambientes da CasaCor, também marcou presença em alguns estandes.

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Além do uso de matérias-primas brasileiras, o design nacional tem sido banhado de identidade, com o resgate das origens de cada artesão, seus afetos e memórias. Esta história é materializada em peças únicas, graças ao repertório singular de cada artista. Meu próximo roteiro de design será dedicado aos estúdios da região da Barra Funda. Em breve, trago as novidades de lá.

Banco da coleção Geoformas, do paranaense Partrick Afornali, na MADE (foto: arquivo pessoal)  
Tapeçaria de Rahyja Afrange (foto: arquivo pessoal)  
Poltrona Proteção da Casa De Marimbondo (foto: arquivo pessoal)  
Produção de Shine Braga (foto: arquivo pessoal)  

Hospedagem com propósito

A convite da rede Hilton, tive a oportunidade de conhecer um dos representantes da coleção Tapestry - hoteis com assinatura que agrega uma conexão regional em seus projetos de interiores -, o Almenat Embu das Artes, localizado em Embu das Artes e primeiro do tipo na América do Sul. O projeto de reforma das áreas comuns do edifício (até 1999 servia como centro de treinamento corporativo e estava desativado na pandemia) foi liderado pelo escritório Bloco Arquitetos. As peças de design nacional selecionadas se espalham pelos paredões de concreto da construção. De acordo com a marca, a influência regional se estende à escolha de materiais e à colaboração com artesãos locais, com tecidos, cerâmicas, móveis e outras peças de decoração encomendados de produtores locais.

Detalhe do projeto de interiores do quarto do Hilton Almenat Embu das Artes (foto: arquivo pessoal)  

NOVIDADES NO CIRCUITO

Inspiração para a hora de dormir - a Casa Mineira, tradicional marca de enxovais sob medida, abriu as portas do casarão no Pacaembu com ambientes idealizados por sete profissionais que resultam na mostra de 2024, batizada de Ajour.  O destaque dos espaços fica por conta da linha da Linha Home, braço da empresa que traz enxoval a pronta entrega.

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Endereço:

Rua Itápolis, 1851 - Pacaembu - SP

Opinião por Anelisa Lopes

Anelisa Lopes (@anelisalopes) é mãe, designer e jornalista. Após atuar por quase duas décadas como jornalista no segmento automotivo, decidiu estudar design de interiores para converter sua paixão por decoração em uma nova carreira. Hoje, faz consultorias e projetos para transformar espaços e vidas.

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