Esses dias escutei uma autodefinição de um cliente antes mesmo da reunião de briefing: "eu sou chato". Como eu já havia feito um trabalho pequeno anteriormente para ele, sabia que seria detalhista, mas, desta vez, consegui captar mais uma característica da sua personalidade: controlador. Assim, percebi que a falta de controle ou de conhecimento do que será executado pode gerar ansiedade e desconfiança na sua postura, portanto, alinhar todos os pontos e evitar "elemento surpresa" é fundamental para que ele se sinta seguro para tomar decisões. Sim, designer de interiores também tem sua dose de terapeuta (risos).
(ANELISA É JORNALISTA E DESIGNER DE INTERIORES. PERFIL NO INSTAGRAM: @anelisalopes)
No fim das contas, o cliente "chato" é mais desafiador no início, mas uma vez que a confiança é conquistada, a relação costuma ser duradoura e ele acaba criando uma fidelidade ao longo da vida em relação aos fornecedores com quem trabalha. Diferentemente do cliente que delega todas as tomadas de decisões para o profissional e na entrega, questiona cada solução e não crê que a proposta vá funcionar. Pensando nestas questões, separei cinco principais perfis de clientes. Você se encaixa em algum deles?
- Autossuficiente
Acredita dominar todos os assuntos, conhece grande parte dos processos e etapas de um projeto e de uma obra. A contratação de um profissional é meramente um protocolo para que ele valide as decisões deste cliente que, muitas vezes são tomadas por conta própria. Neste caso, as consequências desastrosas de trafegar num território que não é seu acabam gerando dores de cabeça, tensão na comunicação entre as partes e, claro, investimentos que não são prioritários.
- Vou perguntar pro meu marido/esposa se ele gosta
Esta frase acaba sendo uma fuga para aqueles que não querem assumir a responsabilidade diante de uma decisão. Claro que a opinião de quem vai habitar o espaço projetado é mais que importante (incluindo crianças), mas todos temos opinião própria. Depois de um tempo, este tipo de cliente acaba sendo o mais prejudicado, pois vai viver em um local que não tem suas preferências nem atende as suas necessidades.
- Senhor(a) pasta de referências
Milhares de imagens e vídeos salvas nas redes sociais e compartilhadas no grupo criado entre profissional e cliente. No fim, é uma mistura de estilos e funcionalidades pouco viáveis para sua rotina e orçamento. Claro que as referências sempre são válidas, mas mais importante que isso é ter uma boa dose de autoconhecimento para saber o que quer e o que pode pagar.
- Entrega na mão do designer
Demora para responder mensagens, desmarca reuniões em cima da hora, não comparece ao fornecedor ou loja para escolher móveis ou objetos de decoração. Seu envolvimento se resume a pagar e receber o serviço contratado, mas não cria qualquer conexão com o processo. No fim, a sensação de vazio fica para ambas as partes: o cliente não se envolveu com nada e o designer fica sem feedback daquilo que foi proposto.
- Ideal
Sabe o que gosta e o que quer, questiona quando algo não ficou claro, participa das etapas, tem um orçamento em mente, trata todos os envolvidos com cordialidade, fica atento aos prazos e é grato pela conquista de uma nova casa ou espaço de trabalho. Se existisse a receita de um cliente ideal, seria este. E, acredite: a energia positiva interfere diretamente no desenvolvimento do projeto e no desenrolar da obra. Toda reforma é passível de dar dor de cabeça, mas na do cliente ideal, as chances são menores. Isso é um fato.
NOVIDADES NO CIRCUITO
Design outdoor - antes representada por lojas de mobiliário indoor, a mineira Pátio Brasil inaugurou seu ponto de venda próprio. Móveis de transição, que servem tanto para a área interna como externa, e itens de decoração são os destaques da marca. Endereço: Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 232 - Jardim América - SP
Homenagem ao Pantanal - o Pantanal sul-mato-grossense foi o ponto de partida para a criação de uma cartela lançada pela Sherwin-Williams, em parceria com o designer Rodrigo Ambrosio, durante a 8ª Semana Criativa de Tiradentes, que aconteceu no mês passado. Formada por tons terrosos, verdes e azuis, a coleção Pantaneira celebra a harmonia entre a terra, a água e o céu e tem seis tons intensos e seis suaves.
Incepa será Roca - A linha de louças da Incepa será incorporada a da Roca. Durante os próximos 18 meses, a logo dupla será impressa nas louças e embalagens, consolidando a mudança gradual. De acordo com a marca, toda a estrutura de pós-vendas segue a mesma para dar suporte para os clientes. Após este período, o portfólio seguirá com o logotipo Roca.
Inspiração nacional - a Tapetah apresentou apresenta a linha "Abraça Brasil", com tapetes de design autoral, desenvolvida em colaboração com designers, arquitetos e artistas plásticos dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. Inspirada na riqueza cultural e nos elementos naturais do país, os tapetes representam as particularidades de cada localidade.
CasaCor 2025 - "Semear Sonhos" será a proposta para a edição 2025 da CasaCor. De acordo com a organização da mostra, sonhos coletivos, ecossistemas em cooperação e confluência de saberes serão o ponto de partida para guiar os projetos de interiores e paisagismo. O primeiro convida a refletir sobre a capacidade de sonhar coletivamente e criar um futuro desejável. Em seguida, está a integração entre o urbano e o natural e, por último, a colaboração entre diversas disciplinas e culturas. A 38ª edição acontecerá no Parque da Água Branca, zona oeste de SP.
Novos metais para cozinha - a Fani apresentou três modelos de monocomando para cozinha e/ou área gourmet: Loreto 675, Bariloche 676 e Lima 677. Já existente em seu portfólio, o modelo Mendoza 604 ganha novas cores: dourado escovado e níquel escovado.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.