PUBLICIDADE

‘Asoka Makeup’: filme de Bollywood faz maquiadores se aventurarem em produções artísticas

Influenciadores digitais recriam visual de noivas indianas ao som da trilha sonora do filme ‘Asoka’. Vídeo mais assistido da tendência conta com mais de 300 milhões de visualizações e foi produzido por Camila Pudim, maquiadora brasileira

PUBLICIDADE

Foto do author Maria Fernanda Viana

O sucesso de Bollywood (cinema indiano), Asoka, foi lançado em 2001, mas voltou a fazer sucesso na última semana. Tudo começou quando o influenciador indonésio Ibra publicou um vídeo recriando a maquiagem típica de noivas indianas ao som de uma música do filme. Para reproduzir o visual, o maquiador fez mais de 30 transições.

A produção foi um sucesso e deu origem à tendência batizada de “Asoka Makeup”. Milhares de influenciadores digitais postaram vídeos em que apareciam vestidos com roupas e acessórios típicos da Índia, além de usarem as noivas do país como referência na maquiagem produzida.

Camila Pudim, maquiadora brasileira de 28 anos, acumula mais de 300 milhões de visualizações em seus vídeos da 'Asoka Makeup'. Foto: Reprodução | Instagram @camilapudim]

PUBLICIDADE

Asoka conta a história do imperador indiano de mesmo nome, que governou o país durante o século 3 a.C.

Marcada por lentes de contato coloridas, sobrancelhas bem delimitadas, sombras e delineados escuros e padrões geométricos desenhados no rosto, a trend está sendo reproduzida por criadores de conteúdo de diversos países e etnias, com a grande maioria acumulando milhões de curtidas e visualizações.

Nos vídeos da “Asoka Makeup”, os internautas são apresentados à maquiagem aos poucos, através das transições. Na produção do conteúdo, os influenciadores gravam o mesmo take várias vezes, mudando algumas características da aparência, peças de roupa e acessórios. Na edição, eles intercalam as gravações, para assim, criarem as transições perfeitas e darem ao público a impressão de que estão trocando de roupa e maquiagem sem saírem do lugar.

Não demorou muito para que influenciadores brasileiros entrassem na onda e publicassem suas versões da maquiagem. Camila Pudim, maquiadora e criadora de conteúdo desde 2013, foi uma das primeiras figuras nacionais a participar da trend. Uma semana após postar o primeiro vídeo caracterizada de noiva indiana, ela conta com mais de 300 milhões de visualizações, ultrapassando até mesmo o criador da tendência.

Camila publicou duas versões do vídeo. Uma, como noiva, e a outra trazendo um pouco de características brasileiras no início da produção. “Eu demorei 12 horas para fazer o primeiro vídeo e 14 horas para fazer o segundo”, disse ao Estadão.

Publicidade

“Quando eu postei e o primeiro deu tanta visualização assim, eu já fiquei tão feliz. Quando o primeiro bateu 100 milhões, eu fiquei tipo: ‘Nossa, meu Deus do céu’. Eu nunca vi tantos números na minha vida’. E quando eu postei o segundo, eu não imaginava que ia passar o primeiro. Passou em menos de 48 horas. Em 24 horas deu 50, em 48 horas passou o primeiro. 310 milhões de visualizações só no TikTok. Mas se você somar 310 milhões do TikTok, mais 50 milhões do Instagram, mais 10 milhões do Shorts, é muito mais”

Ela ainda disse que, apesar de ser bem-sucedida trabalhando com a internet, nunca havia atingido números tão altos quanto esses. A influenciadora, que completou 28 anos na última sexta-feira, 3, celebrou sua conquista e revelou acreditar que as visualizações irão subir ainda mais daqui para frente, visto que a música segue em alta após uma semana do início da tendência.

Questionada sobre a maior dificuldade em gravar os vídeos, ela mencionou o tempo e o dinheiro gasto para garantir que a produção ficasse perfeita e do jeito que idealizou.

“Eu acho que foi a questão do tempo. Porque assim, a transição não é uma coisa difícil de fazer. Não, pra mim, né? Já fiz outras vezes. Tanto que o brasileiro está se saindo tão bem nessa trend, porque quem criou a trend foi a gente. Então, a gente sabe fazer isso com o pé nas costas, né? A questão de ser 48 transições me pegou. Porque a gente gastou muito tempo pra fazer ela”

A maquiadora relembrou as transições que fizeram sucesso em 2020, em que brasileiras exibiam produções artísticas ao som de funk. Na época, ela participou da brincadeira e mais uma vez acumulou grandes números de visualizações.

Camila também explicou a motivação por trás do segundo vídeo. “Foi uma junção de coisas, foi o pessoal pedindo a versão estendida, foi o fato de eu querer fazer a versão ruiva porque eu viralizei morena. E tinha alguns detalhes que eu queria fazer diferente. Por exemplo, os acessórios, que eu fiz com os em [cor] prata, eu queria muito fazer [com os assessórios na cor] dourado. E também queria fazer essa parte inicial, né? Da versão estendida. Eu já tinha pensado em usar as cores do Brasil e tudo mais. Depois de mim, muita gente usou”.

Apesar de tudo, ela não foi a primeira a gravar a versão estendida. Muitos criadores de conteúdo asiáticos estão adotando dois visuais diferentes para a sua participação na trend. Nos primeiros segundos, aparecem com as vestimentas tradicionais da Índia, assim como o figurino utilizado no filme de Bollywood. Depois, os influenciadores voltam para frente das câmeras sem maquiagem no rosto para, em seguida, aparecerem como noivas tradicionais do país.

O longa-metragem que inspirou a onda de vídeos ao som da música San Sanana está disponível no catálogo da Netflix.

Após a repercussão de seus vídeos na tendência “Asoka Makeup”, Camila Pudim resolveu inovar mais uma vez, mostrando que ela domina as transições no mundo da maquiagem.

Publicidade

Nesta quarta-feira, 8, a influenciadora digital lançou a “Brasil Makeup Trend”. No vídeo, ela usa inúmeras transições para se transformar em diversos elementos brasileiros. Camila aparece caracterizada de onça-pintada e arara azul.

Ela também trouxe referências ao futebol, carnaval, sertanejo, funk e festival de Parintins. Camila ainda fez uma homenagem ao povo gaúcho, que está sofrendo com as consequências das enchentes.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.