O sucesso de Bollywood (cinema indiano), Asoka, foi lançado em 2001, mas voltou a fazer sucesso na última semana. Tudo começou quando o influenciador indonésio Ibra publicou um vídeo recriando a maquiagem típica de noivas indianas ao som de uma música do filme. Para reproduzir o visual, o maquiador fez mais de 30 transições.
A produção foi um sucesso e deu origem à tendência batizada de “Asoka Makeup”. Milhares de influenciadores digitais postaram vídeos em que apareciam vestidos com roupas e acessórios típicos da Índia, além de usarem as noivas do país como referência na maquiagem produzida.
Asoka conta a história do imperador indiano de mesmo nome, que governou o país durante o século 3 a.C.
Marcada por lentes de contato coloridas, sobrancelhas bem delimitadas, sombras e delineados escuros e padrões geométricos desenhados no rosto, a trend está sendo reproduzida por criadores de conteúdo de diversos países e etnias, com a grande maioria acumulando milhões de curtidas e visualizações.
Nos vídeos da “Asoka Makeup”, os internautas são apresentados à maquiagem aos poucos, através das transições. Na produção do conteúdo, os influenciadores gravam o mesmo take várias vezes, mudando algumas características da aparência, peças de roupa e acessórios. Na edição, eles intercalam as gravações, para assim, criarem as transições perfeitas e darem ao público a impressão de que estão trocando de roupa e maquiagem sem saírem do lugar.
Não demorou muito para que influenciadores brasileiros entrassem na onda e publicassem suas versões da maquiagem. Camila Pudim, maquiadora e criadora de conteúdo desde 2013, foi uma das primeiras figuras nacionais a participar da trend. Uma semana após postar o primeiro vídeo caracterizada de noiva indiana, ela conta com mais de 300 milhões de visualizações, ultrapassando até mesmo o criador da tendência.
Camila publicou duas versões do vídeo. Uma, como noiva, e a outra trazendo um pouco de características brasileiras no início da produção. “Eu demorei 12 horas para fazer o primeiro vídeo e 14 horas para fazer o segundo”, disse ao Estadão.
“Quando eu postei e o primeiro deu tanta visualização assim, eu já fiquei tão feliz. Quando o primeiro bateu 100 milhões, eu fiquei tipo: ‘Nossa, meu Deus do céu’. Eu nunca vi tantos números na minha vida’. E quando eu postei o segundo, eu não imaginava que ia passar o primeiro. Passou em menos de 48 horas. Em 24 horas deu 50, em 48 horas passou o primeiro. 310 milhões de visualizações só no TikTok. Mas se você somar 310 milhões do TikTok, mais 50 milhões do Instagram, mais 10 milhões do Shorts, é muito mais”
Ela ainda disse que, apesar de ser bem-sucedida trabalhando com a internet, nunca havia atingido números tão altos quanto esses. A influenciadora, que completou 28 anos na última sexta-feira, 3, celebrou sua conquista e revelou acreditar que as visualizações irão subir ainda mais daqui para frente, visto que a música segue em alta após uma semana do início da tendência.
Questionada sobre a maior dificuldade em gravar os vídeos, ela mencionou o tempo e o dinheiro gasto para garantir que a produção ficasse perfeita e do jeito que idealizou.
“Eu acho que foi a questão do tempo. Porque assim, a transição não é uma coisa difícil de fazer. Não, pra mim, né? Já fiz outras vezes. Tanto que o brasileiro está se saindo tão bem nessa trend, porque quem criou a trend foi a gente. Então, a gente sabe fazer isso com o pé nas costas, né? A questão de ser 48 transições me pegou. Porque a gente gastou muito tempo pra fazer ela”
A maquiadora relembrou as transições que fizeram sucesso em 2020, em que brasileiras exibiam produções artísticas ao som de funk. Na época, ela participou da brincadeira e mais uma vez acumulou grandes números de visualizações.
Camila também explicou a motivação por trás do segundo vídeo. “Foi uma junção de coisas, foi o pessoal pedindo a versão estendida, foi o fato de eu querer fazer a versão ruiva porque eu viralizei morena. E tinha alguns detalhes que eu queria fazer diferente. Por exemplo, os acessórios, que eu fiz com os em [cor] prata, eu queria muito fazer [com os assessórios na cor] dourado. E também queria fazer essa parte inicial, né? Da versão estendida. Eu já tinha pensado em usar as cores do Brasil e tudo mais. Depois de mim, muita gente usou”.
Apesar de tudo, ela não foi a primeira a gravar a versão estendida. Muitos criadores de conteúdo asiáticos estão adotando dois visuais diferentes para a sua participação na trend. Nos primeiros segundos, aparecem com as vestimentas tradicionais da Índia, assim como o figurino utilizado no filme de Bollywood. Depois, os influenciadores voltam para frente das câmeras sem maquiagem no rosto para, em seguida, aparecerem como noivas tradicionais do país.
O longa-metragem que inspirou a onda de vídeos ao som da música San Sanana está disponível no catálogo da Netflix.
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Após a repercussão de seus vídeos na tendência “Asoka Makeup”, Camila Pudim resolveu inovar mais uma vez, mostrando que ela domina as transições no mundo da maquiagem.
Nesta quarta-feira, 8, a influenciadora digital lançou a “Brasil Makeup Trend”. No vídeo, ela usa inúmeras transições para se transformar em diversos elementos brasileiros. Camila aparece caracterizada de onça-pintada e arara azul.
Ela também trouxe referências ao futebol, carnaval, sertanejo, funk e festival de Parintins. Camila ainda fez uma homenagem ao povo gaúcho, que está sofrendo com as consequências das enchentes.
*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais
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