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Inverno 2024: Influenciadores de moda revelam seus gostos pessoais e comentam tendências; veja vídeo

Gabb, Menina Veneno, Adam Mitch e May Lelis refletem sobre estilo, identidade, consumo consciente, inovação, nostalgia e as peças que são a cara deste inverno

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Por Beatriz Nogueira

O inverno de 2024 trouxe uma mistura eclética de nostalgia e inovação para a moda. De meia-calça colorida à transparência. A unanimidade, porém, é o casaco - queridinho disparado entre os influenciadores Gabb, Menina Veneno, Adam Mitch e May Lelis, que, em conversa com o Estadão, avaliam a moda nesta temporada. “Casaco de pelo e trench coat são peças que você compra uma vez e não precisa comprar mais”, afirma May.

Quatro das grandes influenciadoras de moda da atualidade comentam sobre moda, comportamento e estilo em uma entrevista exclusiva ao Estadão Foto: Reprodução/@gabb/@imeninaveneno/adammitch/maylelis

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É embalada pela nostalgia dos anos 2000 que a influenciadora de moda e humor Menina Veneno celebra o retorno dos casacos de pelo que, segundo ela, refletem sua década favorita da moda, que também tem pautando o mercado desde 2021.

“Eu vi que voltou a onda do casaco de pelo, que me traz de volta os anos 2000… as cantoras de hip-hop. Sou fascinada por esse estilo. Eu liguei para todo mundo: ‘Preciso de 20 casacos de pelo’, ‘mas tá calor’ (as pessoas respondem). Espera aí meu amor, ou você sustenta ou você quer se sentir confortável, as duas coisas não dá”, brincou. “Outra coisa que é arriscada, mas voltou também, é a meia-calça colorida. Gosto de mesclar o antigo com o moderno e parecer que pertenço à outra época e não a este tempo”, completa Veneno.

Gabb, apresentadora do Ambulatório da M.O.D.A e socióloga, escolheu destacar, entre suas peças favoritas deste inverno, algo mais ousado e moderno. “O momento é ‘no pants’. Acho que as monas vão vir tudo sem calça, com meia-calça, micro shorts e casacão. A balaclava vai continuar em alta.”

Para a influenciadora de beleza Adam, o inverno trouxe mudanças para o universo das make brasileiras. “Embora as brasileiras amem uma pele matte, elas estão abrindo o coração para uma pele semimatte. Então vamos ver um pouquinho mais de brilho na pele”. Ela ainda compartilha seu desejo pessoal em que os olhos mais pesados e com cores mais fechadas de tons vermelho voltem, “principalmente em um clima mais frio, que a gente já gosta de uma coisa mais vampiresca”, justifica.

Para a influenciadora de moda May Lelis, cherry é a cor do momento. “Estou acompanhando muito a cor cherry. É aquele vinho, bordô, vermelho, chiquérrimo. Eu a vi pela primeira vez no ano passado, na passarela da Valentino, e fiquei pensando ‘Meu Deus, será que essa cor vai virar?’, e já estou vendo todo mundo usar.”

Qual seu estilo no inverno?

Os looks favoritos de cada um refletem uma parte da sua personalidade, às vezes ativadas a cada estação. Adam Mitch expressa sua paixão pelo estilo gótico e emo, que para ela fazem ainda mais sentido nesta estação. “No inverno é sempre bom para as góticas de plantão, e eu que sempre fui emo na adolescência. Essa veia nunca saiu de mim. Eu tenho uma coleção de coturnos, uma coleção de sobretudos, uma coleção de roupa de couro que eu estou louca para usar”, diz Adam.

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Gabb é outro fã de couro. “Eu sempre vou para o lado do couro. Não precisa ser o couro animal, mas a roupa toda de couro assim… meio fetiche. Comprei uma bota de couro que vai quase na virilha. Luva de couro, uma coisa meio macho man, sabe?”, comentou.

Para Veneno, arriscar é fundamental para encontrar um estilo próprio, independentemente da fase. “Gosto de me arriscar, acho que quando você se arrisca em um novo estilo, ou uma nova peça, você descobre algo que estava reprimido. Viver é atuar e nós somos os protagonistas da nossa história, e dentro deste filme a gente tem que ser caricato. É sobre isso - a arte de brincar com tudo isso e mostrar que você pode inovar, renovar e trazer coisas antigas com as coisas de agora, pode brincar e ser quem você é. Acho incrível essa liberdade que a moda dá.”

Tudo que está em alta é ‘cool’?

Algo que “está na moda” pode não necessariamente fazer sentido para você ou sua forma de vestir, mas quem vive este mercado pode ter uma ideia ainda mais conceitual da coisa, que começa por entender suas preferências, mas estar aberto a tudo.

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“Eu não gosto de mostrar o umbigo - aprendi isso com a Mariah Carey - e não gosto de saia e vestido. De resto, eu uso tudo, eu gosto de experimentar. Acredito que a gente tem que se divertir com a moda. Quando a gente não experimenta ou tenta algo novo, você deixa de ser um comunicador de moda e passa a ser a pessoa que tem um estilo só. E a moda é mutável, então por que você não vai mudar, se a moda vive de ser efêmera, de ser essa borboleta, essa mariposa…? A moda é um convite para se desconstruir!”, reflete Gabb.

“A única coisa que eu não gosto é vestido curto que gruda na bunda, mas é mais sobre a estética e não sobre o vestido. Não vejo nada que olhe e fale ‘não’, porque para quem tem um chinelo em formato de peixe… a gente não precisa falar muita coisa, eu sou uma delas!”, explica Veneno em tom humorado.

E completa: “Existe a roupa e o styling. É muito fácil colocar só um casaco e falar ‘nossa, ficou uma bosta’, mas espera aí, vamos colocar um acessório, um boné, um chapéu. Eu acho que quando você começa a estudar e entender por que isso é assim, porque esse sapato tem esse formato, você consegue entender o artista que desenhou aquilo e como você pode usar na sua vida também. O feio talvez não exista. O que é feio? O que não te agrada? Então só porque não te agrada é feio? Não tem o menor sentido!”.

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O que Gabb, Menina Veneno, Adam Mitch e May Lelis amam e detestam na moda inverno 2024

Algumas das tendências previstas para esta estação, destacadas nas principais passarelas no início do ano, como na Semana de Moda de Paris e no desfile da Valentino, já estão dominando as ruas. Mas será que todas essas tendências são bem aceitas e usadas pelos influenciadores? Neste vídeo, eles compartilham suas opiniões sobre o color-blocking, as saias rodadas, as meias-calças coloridas, a transparência e outros artigos que estão em alta neste inverno.

Consumo consciente

Gabb diz ser um comunicador de moda, não de consumo, e explica essa diferença. “Sou privilegiada pelas marcas que querem me vestir, e essa é minha forma de consumo consciente. Eu pego a roupa, divulgo e devolvo. Porque se eu comprar tudo que eu usar, e eu for usar apenas uma vez, não acho legal. Uma coisa é eu ser uma comunicadora de moda e estar ali vestindo um look por dia, outra coisa é eu incentivar as pessoas que não são a querer aquela roupa da Gabb agora. Meu objetivo é que a pessoa entenda a moda e as coleções. Acho mara quem faz (conteúdo de consumo de moda), e tem muita gente fazendo, mas os degraus amarelos que estou construindo no meu ‘Mágico de Oz’ é sobre comunicação de moda, para as pessoas entenderem as referências”, explica.

May Lelis também aborda o consumo de forma consciente. “Ganho muita coisa, recebo muita coisa, então quase nunca compro novas peças. Acho falta de consciência comprar se eu já tenho horrores de looks que eu recebo sempre”, reforça a influenciadora.

A apresentadora e socióloga continua a elaborar a reflexão de que consumo consciente está também atrelado ao que você escolhe consumir, e que seu papel como comunicadora é também sobre dar destaque ao novo e se aventurar. “Porque não é só sobre a imagem, tem a história, um porquê, o material... e como eu quero trazer informação de moda e não de consumo é importante conhecer novos estilistas. Então eu faço meio que um mix, junto ao meu stylist, para a gente não ter só Label, Fenty, Burberry.”

O que é tendência, quem dita e como ela se transforma no cotidiano?

Ao falarmos de tendência, imaginamos algo novo ou quase que uma ideia de antecipação às vezes incerta. Mas, na prática, elas surgem da semiótica com a soma de características comportamentais se contraponto ao que está em alta e do desejo que é despertado no consumidor, segundo avalia o stylist Léo Augusto.

O especialista ainda explica que esse poder não está nas mãos do consumidor e muito menos na sua individualidade “Isso é transportado da passarela, em um cenário muitas vezes lúdico, para fins comerciais, que é, por si só, a compra do produto. Tem quem pague pela “etiqueta” porque a marca está no hype, e isso torna o apelo pelo novo ainda maior. Ditar novas tendências não está nas mãos de quem consome e menos ainda tem ligação com a própria individualidade ou personalidade; existe uma questão muito mais social ligada a essa designação do “novo”. No fim das contas, é mais um viés contemporâneo criado para afetar direta e indiretamente o consumo de marcas em seus conglomerados e a nossa vida cotidiana, por assim dizer”, diz.

Moda e música

Menina Veneno ressalta a ligação entre a moda e a música e como isso reflete em sua visão e construção de estilo: “Eu parei em 2004, sou muito vintage. Não consegui viver direito na época porque eu era muito novinha, então eu quero viver agora. Eu gosto de lenço, presilha de cabelo em formato de estrelinha… É muito do que eu sou. Gosto de coisa antiga, ouço muita música antiga, minha playlist é dos anos 80, e a música e a moda estão muito interligadas. Eu transfiro isso no meu estilo. Enquanto eu me arrumo, coloco uma música, e essa música vai transformar meu estilo naquele momento”, finaliza Menina Veneno.

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