As pessoas dizem ser mais difícil encontrar um parceiro quando se atinge uma certa idade e é verdade. Existem milhões de razões, mas a principal é que elas simplesmente não toleram as péssimas maneiras de uma outra pessoa. Ou, simplesmente, você chega a um momento da vida em que não está mais disposto a aguentar os disparates do outro.
Uma amiga minha de meia idade que está à procura de um companheiro, tem se queixado continuamente dos homens que conheceu, ou por meio de um especialista em arranjar casamentos ou online. Ela gastou US$ 10.000 e os resultados não foram melhores do que seus encontros online, onde ela gasta US$ 29,95 por mês. Nenhum deles atendeu aos seus critérios. Será que ela é exigente demais? Vamos ver: o interessado deve ser formado, estar empregado e não ter dívidas - e também ser uma pessoa atraente. Parece razoável. Mas um deles não estava emocionalmente livre, o outro tinha bagagem demais e um terceiro, que era realmente um belo tipo, jamais retornou seu contato. O problema é dela ou são os homens pelos quais ela se interessou?
Há anos nos falam que não devemos nos acomodar e muitas pessoas resolveram viver sozinhas em vez de manter uma relação solitária com alguém que não é a pessoa certa para elas. Uma vez que você resolve que não vai conseguir o que necessita ou o que deseja, o desejo de estar com alguém apaga como uma fogueira. E se enfrentou um divórcio ou dois, ou mesmo algumas separações difíceis, o desejo de se envolver com um outro ser humano pode ter desaparecido. As pessoas dizem que o tempo cura todas as feridas, mas não é verdade se o seu coração foi despedaçado por alguém que traiu sua confiança ou abusou de você. Ter um pouco de cautela é normal. Você ainda precisa estar envolvida com o mundo, mas é sua a última palavra quanto a se e quando estará pronta para abrir de novo seu coração.
Acho que é melhor manter um relacionamento do que não. Ele nos oferece a oportunidade de crescer sob diferentes aspectos e nos sentir mais reconhecidos; ter um relacionamento pode tornar a vida mais fácil e também mais doce. Mas isto não significa que é preciso estar se relacionando com alguém para ter uma vida plena e profunda.
Todos nós necessitamos de pessoas, mas depois de passado algum tempo o tipo de necessidade muda. Se você não vive com alguém, vai perceber que uma relação empresarial ou mesmo fazer parte da comunidade pode satisfazer essa necessidade. Às vezes membros da família mudam para um local distante, mas outras vezes elas voltam a viver mais perto de você e se tornam uma parte importante da segunda metade da sua vida. Se estiver aberta a tudo isto, não se sentirá frustrada ou sozinha.
A vida tem muito a oferecer. Cabe a você se permitir experimentar novas coisas ou continuar a se queixar, achando que as coisas nunca mudam, ou que não existem mudanças “boas”. Ser mais seletivo é perfeitamente correto. Mas não deixe de se envolver com alguma coisa e não deixe a vida passar por você.
Dr. Barton Goldsmith é psicoterapeuta em Westlake Village, Califórnia. É autor do livro The Happy Couple: How to Make Happiness a Habit One Little Loving Thing at a Times.
Tradução: Terezinha Martino
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