O encerramento do desfile da Ken-gá Bitchwear na quarta, 25, foi uma homenagem a Elke Maravilha. A modelo Valeksa Reis entrou usando apenas um casaco felpudo branco e o tirou no meio da passarela, revelando que ela estava toda pintada de vermelho apenas com um colar que pertenceu a artista, morta em 2016. Segundo a top, a peça demorou 38 anos para ser finalizada e tem pingentes comprados por Elke em diversas viagens. A coleção foi inspirada em contos nórdicos e colocou as mulheres como protagonistas da apresentação. Mulheres de diferentes tipos de corpos e até drag queens, como a cantora Aretuza Lovi, foram as modelos da grife, que estreou nesta edição da Casa de Criadores.
Outro momento tocante foi a o desfile de Fernando Cozendey com a coleção Maculada, feita toda de tule bege. Os convidados receberam um poema que fala sobre pedofilia na perspectiva da vítima.
Mais leve, mas não menos político, o desfile de Rafael Caetano foi uma ode ao Chueca, bairro frequentado por LGBTs em Madrid. Outra referência do estilista foi a região da Frei Caneca, em São Paulo, que é conhecida pelo público gay. O resultado foram roupas bem coloridas, com misturas de tecidos, como veludo e paetês. Na beleza, o visual de lágrimas de glitter nas cores do arco-íris foi criado pelo maquiador Bruno Cezar com produtos Kiko Milano.
Também no clima de festa, Diego Fávaro celebrou os cinco anos de sua marca homônima com a coleção Décima (afinal, são criadas duas por ano), revisitando criações de sucesso e trazendo roupas inspiradas em férias com os amigos, com referências a esportes e sinalizações de trânsito.
Mais sóbria e sofisticada foi a apresentação de Alex Kazuo, que misturou trajes de festa com roupas casuais, tudo com ar minimalista e com uma cartela de cores com preto, branco, cinza e bege. A trilha sonora foi feita ao vivo por uma harpista.
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