Um passeio pela cultura sneakerhead no Brasil e no mundo

Nike e Tiffany criam collab do Air Force 1 de mais de R$ 2 mil

Air Force 1 criado pela Nike e Tiffany tem estilo minimalista, traz em seus acessórios o conceito da rotina de um jogador de basquete e será vendido por US$ 400, mais de R$ 2 mil

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Foto do author Diego Ortiz
Tiffany x Nike AF1 1837  

Uma caixa azul Tiffany's de RGB R:10, G:186, B:181 com o logo da Nike surgia nas redes sociais da joalheria no dia 29 de janeiro com a inscrição "um par legendário", em inglês. Era o estopim de uma bomba que seria lançada no mundo sneakerhead dois dias depois sob a forma de um Nike Air Force 1 em collab entre as duas marcas. Parte das comemorações dos 40 anos de lançamento do AF1.

Preto, de camurça, com o azul da Tiffany & Co no swoosh e na palminha, o tênis agradou a gregos, mas degradou grande parte dos troianos. Fãs da marca encheram as redes da joalheria (e a minha) para elogiar o tênis e perguntar sobre preço e vendas. Já os troianos sneakerheads, sempre mais críticos e belicosos, acusaram a Nike e a Tiffany & Co de não se esforçarem muito na collab. Entendo a posição destes e que bom que são assim, críticas tracionam o mercado para cima, e não para a mesmice que tende a vir com o tempo.

 

Mas eu tenho outro ponto, o da aderência. Marcas precisam grudar como chiclete em seu consumidor. Manter um cliente fiel custa muito menos que arrumar um novo. Quando uma empresa lança produtos toda semana, ousar e testar novos públicos é até obrigação. Mas em uma collab tão restrita, que acontece com a periodicidade da queda de um cometa, ousadia não está na prancheta. O canhão de ideias é todo voltado para o que seu público gosta.

 

E o público da Tiffany & Co, caracterizada por joias de prata com desenho clean e mais conservador, se enxerga totalmente em um tênis preto de camurça de aparente qualidade, com um detalhe da cor da marca cuja qual são clientes/fãs e que traz uma peça de prata 925 no calcanhar. Eu e meus tênis coloridos nos enxergamos nele? Talvez não. Se eu quero um? Com certeza!

 

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E muito desse querer se deve ao conceito da entrega, que é algo que aprecio muito em um tênis. Marcas de luxo têm se voltado para o mundo dos sneakers dentro de uma ideia minimalista. Com algumas até indo na direção do skatewear para se alojar dentro do streetstyle mais urban. E o AF1 x Tiffany se encaixa perfeitamente nisso, da sola ao cabedal.

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Acessórios seguem a rotina de um jogador de basquete

Fora isso, seus acessórios de prata, que são vendidos separadamente de US$ 250 a US$ 475, trazem cada etapa da rotina de um jogador de basquete. Aí, novamente, a tal da aderência total ao público que não é só o da joalheria, mas o do street hype. Ao acordar, o jogador imaginário escova os dentes com sua escova, troca os laces por um azul Tiffany's que vem com dubraes exclusivos, depois calça seus AF1 com as calçadeiras e espera o apito inicial de seu treino. Tudo tendo em mãos a prata 925 que traz fama à joalheria. Tudo muito bem pensado, amarrado com as duas marcas e, não por acaso, com Lebron James como garoto propaganda.

Montagem com os acessórios da coleção  

O AF1 1837, que tem este nome devido ao ano de fundação da Tiffany & Co no dia 18 de setembro por Charles Lewis Tiffany e Teddy Young (ainda com o nome de Tiffany, Young and Ellis), em Nova York, será vendido dia 7 de março por US$ 400 dólares (mais de R$ 2 mil). Mas sua valorização apontada pelo site StockX é estimada em 340%, passando dos US$ 1.300. As lojas brasileiras da joalheria já estão fazendo uma lista de interessados para importar o tênis. Por aqui, seu preço, se vier, deve passar dos R$ 4 mil.

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