A Globo anunciou na noite desta quinta-feira, 30, que o jornalista Rodrigo Bocardi, apresentador do Bom Dia São Paulo, foi desligado da emissora por “descumprir normas éticas”.
O comunicado ainda cita diretamente o termo compliance, o que deixou o público ainda mais curioso sobre o que teria acontecido internamente para o desligamento repentino do apresentador que estava na emissora desde 1999.
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A saída de Bocardi não é a primeira demissão polêmica da Globo. Relembre outros contratados da emissora que saíram de forma repentina e os motivos que levaram a isso.
Dony De Nuccio
O caso mais parecido com o de Rodrigo Bocardi foi o da demissão de Dony De Nuccio, em 2019, por também envolver compliance. Neste caso, o jornalista se antecipou e pediu para sair por entender que feriu as normas internas do setor de jornalismo da Globo ao prestar serviços para um banco. Na época, Dony De Nuccio apresentava o Jornal Hoje e era visto como um dos possíveis sucessores de William Bonner.
Manoel Soares
Em 2023, o anúncio da saída de Manoel Soares da Globo também veio após uma onda de polêmicas e comentários negativos do público sobre a interação do jornalista e de Patrícia Poeta quando formavam uma dupla na apresentação do Encontro. Apesar dos bastidores, a nota oficial sobre o desligamento do jornalista foi simples e direta, sem citar questões éticas ou compliance, como no caso de Bocardi: “O apresentador Manoel Soares, dos programas Encontro com Patrícia Poeta da TV Globo e do Papo de Segunda do GNT, deixou a Globo nesta sexta-feira”, dizia o comunicado.
Posteriormente, Manoel Soares publicou um comunicado rebatendo o que chamou de “notícias falsas” sobre os motivos de sua demissão e destacou ainda que saiu da Globo “com pagamento integral do contrato, e não com justa causa, como era de se esperar em casos de conduta inadequada”.
William Waack
Em 2017, o então âncora do Jornal da Globo William Waack foi demitido após um comentário de cunho racista feito nos bastidores que acabou vazando na transmissão durante a cobertura das eleições dos Estados Unidos. Após o afastamento da apresentação do jornal, o veterano foi demitido.
A nota oficial da Globo atribuiu o caso como motivação para a decisão de desligar o jornalista, que tinha mais de duas décadas de casa. “A TV Globo e o jornalista decidiram que o melhor caminho a seguir é o encerramento consensual do contrato de prestação de serviços que mantinham. A TV Globo reafirma seu repúdio ao racismo em todas as suas formas e manifestações.”
Cecilia Flesch
Cecilia Flesch, que era apresentadora do matinal Em Ponto, da GloboNews, foi demitida em 2023 do Grupo Globo após uma entrevista dela em um podcast viralizar. Na conversa, ela falava mal da empresa e do programa que comandava. “Tá um saco, a GloboNews só tem política e economia, economia e política, política e economia”, falou a jornalista no podcast É Nóia Minha?, entre outras reclamações sobre os bastidores.
A nota oficial de demissão de Cecilia não cita os deslizes, sendo mais formal e direta: “Após 17 anos de frutífera colaboração, Cecilia Flesch deixou hoje de fazer parte dos quadros da GloboNews”.
Izabella Camargo
Uma das demissões mais polêmicas do jornalismo da Globo foi a de Izabella Camargo, em 2018. O desligamento da jornalista ocorreu depois que ela voltou de uma licença médica por causa da síndrome de Burnout, doença provocada por esgotamento físico e mental em decorrência do trabalho e que ainda era pouco discutida na época.
Após o desligamento, a assessoria da Globo chegou a afirmar que “o motivo pelo qual deixou de trabalhar na TV Globo não guarda relação com as razões que a levaram a tirar licença médica”. Mas, tempos depois, Izabella entrou na Justiça e chegou até a ser recontratada após decisão judicial, em 2019. Atualmente a jornalista é uma das maiores referências sobre Burnout, tendo lançado diversos projetos sobre a síndrome.
