Baseado em uma história real, o filme italiano Yara estreou recentemente na Netflix e, com uma trama repleta de mistérios e reviravoltas, já está entre as 10 produções mais vistas da plataforma de streaming em diversos países, incluindo no Brasil.
O longa reconstrói a misteriosa história do assassinato da jovem ginasta Yara Gambirasio, então com 13 anos, em 2010, e a complexa investigação na qual o culpado, o pedreiro Massimo Bossetti, foi descoberto após a análise do DNA de toda uma população.
Dirigida por Marco Tullio Giordana, a partir de um roteiro de Graziano Diana, a obra conta com os atores Isabella Ragonese, Alessio Boni e Roberto Zibetti nos papéis principais.
O filme revela os vários passos do inquérito, desde a busca pelo corpo da vítima até a caçada pelo autor do crime brutal. A promotora Letizia Ruggeri está no centro da investigação e mantém sua busca incessante pelo criminoso mesmo com a enorme pressão dos cidadãos italianos e sendo alvo de críticas de políticos e da imprensa do país europeu.
O homicídio de Yara é um dos casos que mais atraíram a atenção dos italianos nos últimos anos. A jovem desaparecera no dia 26 de novembro de 2010, quando caminhava do ginásio da pequena cidade de Brembate di Sopra, no norte do país, até sua casa.
Mas seu corpo só foi encontrado três meses depois, em 26 de fevereiro de 2011, no município de Chignolo d'Isola, a cerca de 10 km de distância. A ginasta morreu após ter sido atingida na cabeça, provavelmente por uma pedra, e levado seis facadas.
Além disso, a perícia constatou na época que a menina sofrera tentativas de estupro - que não se consumaram - e encontrou um DNA compatível com o de Bossetti na calça da vítima. Na época, a operação massiva incluiu a coleta de amostras genéticas de mais de 22 mil pessoas.
Os pulmões da vítima ainda tinham vestígios de pó residual de construção civil. Com ficha policial limpa, casado e pai de três filhos, o réu foi identificado como suspeito do crime em junho de 2014, mais de três anos depois do assassinato e sempre jurou inocência. A sentença em primeira instância foi anunciada em julho de 2016. Já um ano depois, a Corte de Apelação de Brescia confirmou a pena de prisão perpétua.
A defesa de Bossetti, por sua vez, chegou a apresentar um recurso na tentativa de uma possível revisão da sentença, mas o Ministério Público se opôs ao pedido. Em junho deste ano, os juízes do Tribunal de Justiça de Bergamo também indeferiram a solicitação dos advogados para terem acesso ao resultado do julgamento que culminou na condenação à perpétua do pedreiro.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.