LONDRES (ANSA) - A jornalista da BBC Carrie Gracie anunciou nesta segunda-feira, 8, sua saída do posto de correspondente na China em decorrência da discriminação salarial entre homens e mulheres no meio de comunicação britânico.
Em uma carta, a profissional, que estava na empresa há mais de 30 anos, revelou que "os dados mostraram uma indefensável brecha salarial entre homens e mulheres que fazem o mesmo trabalho".
"Eu não estou pedindo mais dinheiro. Eu sou muito bem paga, especialmente para alguém trabalhando numa organização pública. Eu apenas quero que a BBC respeite as leis e valorize homens e mulheres igualmente", escreveu a jornalista ao anunciar sua saída do posto.
No texto, Grace ainda relembrou que cerca de 200 funcionários da BBC apresentaram reclamações sobre seus salários. "É doloroso deixar meu posto na China e dizer adeus ao time da BBC em Pequim, formado em maior parte por mulheres jovens e brilhantes. Eu não quero que a geração delas tenha que lutar esta batalha no futuro porque a minha geração não conseguiu vencer", ressaltou.
De acordo com dados divulgados no ano passado, dois terços dos contratados que recebem mais de 150 mil libras por ano são homens. A demissão de Grace foi amplamente divulgada nos noticiários do próprio veículo britânico, que se defendeu das acusações afirmando que não existe uma discriminação contra as mulheres. (ANSA)
Carrie, no entanto, continua na emissora, voltando à sua função anterior, na redação da BBC News, informa a empresa.
A BBC publicou uma entrevista com Carrie sobre o assunto: