'Medida Provisória': Taís Araújo acredita que filme tenha sofrido censura

Longa demorou dois anos para chegar ao público brasileiro; atriz comentou sobre o assunto em entrevista à 'Vogue'

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Por Sabrina Legramandi
Atualização:
Taís Araújo interpreta a personagem Capitu no longa 'Medida Provisória'. Foto: Silvana Garzaro/ESTADÃO

Taís Araújo, atualmente, está em cartaz nos cinemas com Medida Provisória. O longa, que marcou a estreia do marido, Lazáro Ramos, como diretor, demorou dois anos para chegar ao público brasileiro.

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Em entrevista publicada pela revista Vogue nesta segunda-feira, 10, a atriz revelou que acredita que o atraso tenha acontecido por conta de uma censura ao filme. "Ainda bem que foi liberado, porque o Brasil merece ver e discutir esse assunto", afirmou.

Segundo Taís, Medida Provisória foi filmado em 2018 e, de lá para cá, muitas coisas mudaram no País.

O longa aborda um futuro distópico em que as pessoas negras são obrigadas, pelo Estado brasileiro, a migrarem para o continente africano após o protagonista, o advogado Antonio, pedir uma indenização ao governo pelo tempo de escravização.

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A atriz associou essa "distopia" do filme a um futuro cada vez mais próximo. "A gente chamava de um futuro distópico, o que dá muito medo, porque parece que essa distopia está se aproximando muito", disse.

Durante uma entrevista concedida ao Estadão em abril, Lázaro Ramos também comentou sobre o atraso do filme por conta dos "problemas do governo com o setor cultural" e a atualidade que a obra ganhou. 

Medida Provisória foi inspirado na peça Namíbia, Não!, de Aldri Anunciação, dirigida pelo ator em 2011 e ele viu uma necessidade de adaptar a história para as telas.

"Dirigi a peça em 2011 e, em seguida, comecei a produção do filme, que foi rodado anos depois e deveria ter estreado em 2020. A pandemia e os problemas do governo com o setor cultural adiaram para agora, quando muitos detalhes do que parecia distópico hoje são praticamente reais", afirmou.

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À Vogue, Taís disse que o filme reflete toda a identidade de direção de Lázaro e "chama para a conversa de uma maneira afetuosa". "Começa meio leve, como comédia e, quando você vê, não tem nada de engraçado, a situação é dramática, é trágica", finalizou.

Para o longa, o ator escalou um grande elenco de 77 profissionais, a maioria, negros, e com experiência no teatro.

Dentre os nomes, estão Alfred Enoch, ator inglês filho de uma brasileira conhecido por ter participado da saga Harry Potter, e o músico Seu Jorge.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais

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