O anúncio de uma adaptação do aclamado videogame The Last of Us provocou as mais diversas emoções. Da mesma forma que fãs comemoraram a possibilidade de ver a história do jogo nas telas, outros temeram pelo histórico de tentativas mal sucedidas em transformar games em filmes e séries.
Porém, Craig Mazin e Neil Druckmann, o diretor e o roteirista da série que chega à HBO Max no dia 15 de janeiro, garantem: desta vez será diferente. Craig, conhecido pela produção de Chernobyl (2019), e Neil, um dos roteiristas da história do jogo, falaram sobre o processo de criação durante a vinda ao Brasil.
Em entrevista coletiva realizada no Palácio Tangará, em São Paulo, criadores e parte do elenco – Pedro Pascal, Bella Ramsey, Merle Dandridge e Gabriel Luna – riram e se emocionaram ao contarem os bastidores da produção.
“Não teve um dia que não chorei no set”, revela Merle, que interpreta Marlene. A atriz já havia sido a responsável por dar voz e movimentos à personagem no jogo e credita o sentimento à “conexão” entre Pedro Pascal e Bella Ramsey, atores que vivem os protagonistas.
A trama acontece 20 anos após a destruição da civilização moderna. Joel, interpretado por Pedro, precisa contrabandear a jovem Ellie, vivida por Bella, para fora de uma zona de quarentena.
Maior desafio foi ‘espelhar’ imersão do jogo, explicam criadores
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Uma adaptação de The Last of Us chega cheia de responsabilidade. Lançado em 2013, o jogo foi desenvolvido pela Naughty Dog para a PlayStation. Em 2020, The Last of Us Part II chegou a ser premiado como o jogo do ano no The Game Awards, o “Oscar dos jogos eletrônicos”.
Craig Maizin explica que o maior desafio com a nova série foi “espelhar” a experiência imersiva do game na passividade oferecida pela televisão.
No passado, adaptações de videogame enfrentaram desafios porque eles tentaram replicar o jogo. Nós não replicamos. Fomos inspirados pela história e pelos personagens.”
Craig Mazin
Para Pascal, “obedecer” ao diretor e não jogar tanto o game foi o maior obstáculo que ele e Bella enfrentaram. “É um material com o qual nunca trabalhamos. Talvez Craig estivesse nervoso porque, no começo, nós queríamos jogar e imitar muito o jogo”, diz.
Série precisa conquistar afetividade da comunidade gamer
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Pedro e Bella já estão acostumados a lidar com as expectativas da comunidade geek. Os dois fizeram parte do elenco de Game of Thrones, série adaptada dos livros de George R.R. Martin, que se dividiu entre elogios e críticas.
Agora, os atores precisam conquistar a afetividade criada pela imersão do jogo. Segundo a protagonista, porém, isso não é um problema para The Last of Us.
“Eu entendo a conexão que essas pessoas têm com esses personagens e a história, quase um elemento protetivo, porque elas passaram muito tempo jogando. Mas não estou preocupada. Vai dar tudo certo”, garante a atriz.
Pascal aposta na parceria entre Craig e Neil para conquistar os corações da comunidade gamer. “Não tenho ideia se conseguimos, mas eles [os criadores] conseguiram com certeza, porque eles amam demais isso”, relata.
O roteirista, porém, diz que ele e o diretor são apenas “uma fração” das pessoas que se dedicaram à produção. Ele relembra uma reunião que teve com a Naughty Dog ao mostrar um dos trailers de The Last of Us.
“Quando os vi por vídeo, eles tinham lágrimas escorrendo pelo rosto. Não apenas porque é bom, mas pelo que conseguimos fazer com um jogo. Realmente honra o que as pessoas tiveram contato por anos”, diz.
*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais