A segunda temporada de O Rei da TV estreia nesta quarta-feira, 29, no Star+. Os novos episódios se passam em 1989, quando Silvio Santos se candidata à Presidência da República. Sua candidatura, porém, não é tolerada pelos adversários, e esse ressentimento serve de motivação para transformar o SBT em um grande canal, numa batalha que marcou a história da televisão brasileira.
A vida pessoal também sofre as consequências do sucesso, quando os holofotes da mídia se viram sobre um dos momentos mais dramáticos da família Abravanel: o sequestro da filha Patrícia.
Em entrevista ao Estadão, José Rubens Chachá, que dá vida ao protagonista, explica que a nova temporada retrata um Silvio mais maduro. “Antes, vimos um Silvio galgando seu espaço na televisão. Agora, ele está consolidado e, naturalmente, isso mexe com a personalidade do personagem”, afirma.
Outro destaque dos novos episódios é a presença mais marcante de Íris Abravanel na trama. Leona Cavalli, que interpreta a mulher do apresentador na série, analisa que sua personagem aparece com “mais força”.
“A gente via muito ela tentando se firmar com uma identidade própria e, nessa segunda temporada, vemos toda força dela de mãe. Ela busca também se firmar como escritora e não quer ser conhecida apenas como a mulher de Silvio Santos”, explica.
Ainda que a segunda temporada chegue cinco meses depois da estreia da primeira, as gravações de ambas foram feitas ao mesmo tempo. Ou seja, José e Leona viveram diversos “saltos emocionais” para interpretar, ao mesmo tempo, seus personagens em fases diferentes.
“Foi uma grande ginástica mental de interpretações. Isso foi o maior desafio, porque eu também passava por mudanças nas caracterizações e isso tudo me traz uma interpretação própria. Quando ele é mais jovem, fica mais inseguro, e, quando está mais velho, é mais firme. Esse quebra-cabeça foi uma das experiências mais interessantes”, diz José.
Leona acrescenta outro grande desafio da produção: manter a autenticidade dos personagens, mesmo que suas histórias sejam muito conhecidas atualmente por grande parte do público. “Tudo que acontece na trama é recente na memória do espectador. Então, o nosso desafio foi ficar na nossa interpretação para trazer uma coisa única e não uma imitação ou paródia”, conclui.
Para além disso, a atriz reflete que trazer a história dessa família é, na verdade, eternizar a história da televisão brasileira. “Não tem como falar da história do Silvio sem falar da televisão brasileira como um todo. A série é também um retrato da história do Brasil”, finaliza.
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