O humorista Rafinha Bastos fez críticas ao extinto programa CQC, da Band, no qual foi repórter entre 2008 e 2011, em um vídeo do canal do YouTube Ilha de Barbados, que apresenta ao lado de Cauê Moura e PC Siqueira, que foi ao ar nesta semana. "Não quero tirar totalmente o mérito das coisas que a gente fez. Tinha uma equipe muito legal que trabalhava. Quero só mostrar o outro lado. Tinha o outro lado, que é um lado de falsidade, que é entretenimento, entendeu?", afirmou Rafinha. A maior parte das críticas se referiram ao quadro Proteste Já, em que ele, Danilo Gentili e Oscar Filho cobravam autoridades sobre problemas públicos em cidades espalhadas pelo Brasil: "'Criar' um problema, não. Mas o que a gente fazia era chegar lá e falar: 'Não é bem assim...'" "O problema não é tão ruim assim... Esse buraco que tá aberto... Meio que não passa carro. Era um buraco horrível, mas não passa carro! O prefeito, coitado, já tentou fazer 50 licitações, tá super envolvido e fala: 'cara, semana que vem os caras tão vindo fechar'. Pô, dá pra gente fazer de conta então que foi por causa da nossa pressão. Tem isso", contou.
Em outro momento, continuou: "Muitas vezes eu entrava, principalmente em mudança de mandato, na cara do prefeito, e o cara me olhava tipo: 'Tô aqui há 12 dias, brother. Não sei nem do que você tá falando'."
"Aí o que a gente fazia? Na hora de montar, tirava ele se justificando e tal e colocava... f*** totalmente. A edição era pra eu ficar da hora e os caras 'ficar mal'. Sem contar que, naturalmente, eu já fazia os caras ficarem mal também porque muitos deles estavam mal, o que eles tavam fazendo era cag***", prosseguiu. Porém, ele ressalta a importância do Proteste Já na maioria das vezes: "Muita coisa que a gente fez ali era legal. A gente realmente pressionava, tinha absurdos na política local, tinha negócios muito terríveis que a gente realmente mostrava, um Brasil real." O ex-repórter ainda falou sobre a cobertura política que era feita pelo CQC: "Quantas vezes a gente vai no Congresso nacional, pega um cara correndo, saindo de uma CPI, entrando na outra, com mil coisas na cabeça e fala assim: 'qual a capital da Argentina?"
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"O cara fica assim: 'Ah... Isso aí é... Hã... Buenos Aires!'. O que a gente faz? Põe uma ampulheta, 'olha nossos representantes, como são burros!', e tal!" Rafinha também fez uma reflexão: "Hoje, quando eu faço uma piada no Twitter ou num show, o cara tira isso de contexto, coloca no site e me f***. Não posso me fazer de vítima, porque eu fazia a mesma coisa. Era eu que tava lá tirando a informação dos caras pra depois tirar de contexto e reeditar."
Na sequência, voltou a criticar seu ex-colega de CQC, Marco Luque: "Se você tem coisa na cabeça, é um ser pensante, você sofre. Porque também tem os 'Marco Luque', que são um bando de ignorante, que entra e sai como se nada tivesse acontecido. E ele é muito mais feliz do que eu, porque não tem ideia do processo. Eu critico, julgo, penso, aí vira um sofrimento". Rafinha Bastos ainda brincou: "vou escrever um livro sobre a verdadeira história do CQC!" Assista abaixo à íntegra do vídeo em que Rafinha Bastos fala sobre os bastidores do CQC no Ilha de Barbados publicado na última quarta-feira, 10:
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