Vinte e cindo anos depois do lançamento de Titanic, funcionários do filme ainda recordam o dia em que o set de filmagens entrou em caos depois que o jantar da equipe, uma sopa de frutos do mar, foi “batizada” com alucinógenos.
Em um artigo recente da revista Vulture, alguns membros da produção relembraram o episódio, que aconteceu em 9 de agosto de 1996, e revelaram que, até hoje, ninguém sabe quem foi o responsável por colocar a droga na comida.
“Tínhamos uma sala para os cabos e eletricistas, e um dos caras começou a falar muito alto”, disse o funcionário Jake Clarke. “Ele era um cara grande, com 1,90 metro, e ele disse: ‘Vocês se sentem bem? Porque eu não. Eu sinto que estou tomando alguma coisa, e acredite em mim, eu saberia’. Assim que ele disse isso, vimos James Cameron correndo pela porta e um figurante correndo atrás dele. Ele disse: ‘Há algo em mim! Coloque para fora!’”.
Segundo a revista, o diretor do longa, achou, de início, que o culpado pelo caos era a “maré vermelha”, uma toxina natural que pode tornar o marisco perigoso para comer. Na realidade, alguém colocou alucinógenos na sopa, mas nem uma investigação policial descobriu o culpado.
Quando a histeria começou, os funcionários foram divididos entre o grupo dos que estavam bem e o grupo dos que não estavam. Este segundo cresceu em cerca de uma hora e incluía Cameron e o ator Bill Paxton, que morreu em 2017. Kate Winslet e Leonardo DiCaprio não estavam escalados para aquele dia no set.
A parte da equipe que permanecia sóbria tentou manter a situação sob controle e encaminhou os intoxicados para um hospital da região. De acordo com a Vulture, algumas pessoas estavam surtando, enquanto outras se divertiam com a situação.
“Bill Paxton era um amor, de verdade”, lembrou Claude Roussel, um decorador de cenários. “Ele estava sentado ao meu lado no corredor do hospital e estava gostando da agitação. Enquanto isso, as pessoas rodavam com suas cadeiras de rodas”.
Conforme lembrou o veículo, cerca de três semanas depois da confusão, o Departamento de Saúde da Nova Escócia, nos Estados Unidos, enviou ao produtor Jon Landau uma carta dizendo que sua inspeção confirmou que a sopa continha PCP, um alucinógeno também conhecido como “pó de anjo”.
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