No final de uma entrevista coletiva no dia 23 de janeiro em Paris, onde nem mesmo as ambições globais da NBA conseguiram protegê-lo das críticas domésticas sobre o estado da liga enquanto produto, o comissário Adam Silver reconheceu algo que muitos haviam concluído muito tempo atrás: o movimento da análise de dados na NBA tinha empurrado o esporte para um lugar problemático, onde a liga agora pensava em intervir.
Sobre o excesso de cestas de três pontos na NBA, Silver disse: “É absolutamente (verdade) que as análises de dados levaram os times em certas direções”. Treinadores e gerentes gerais pagos para vencer a todo custo, disse ele, “não estão necessariamente focados no apelo estético do esporte”. Ele concluiu: “Estou ouvindo os críticos. Não quero exagerar, mas acho que podemos fazer alguns ajustes”.
Basta mudar o cenário e as especificações do esporte e mover a data em cinco ou seis anos para concluir que essas mesmas palavras poderiam ter sido ditas pelo comissário da MLB, Rob Manfred. Na verdade, elas meio que foram ditas.
“As mudanças que estamos vendo (no campo) estão sendo impulsionadas por (comissões técnicas) inteligentes, que querem ganhar mais jogos de beisebol”, disse Manfred antes do All-Star Game de 2018, comentando as críticas ao beisebol enquanto produto. “A questão é: em que ponto deveríamos intervir e gerenciar essa mudança orgânica?”

O movimento analítico sem dúvida transformou a paisagem dos principais esportes como nenhuma outra novidade desde o início dos jogos televisionados, mudando a maneira como os técnicos treinam, os jogadores jogam, as diretorias avaliam os talentos e os torcedores consomem o esporte. Vinte e dois anos depois de a publicação de Moneyball ter trazido a análise de dados para o centro das atenções, todo mundo no universo esportivo sabe muito bem o que separa a vitória da derrota.
Não muito tempo atrás, times de beisebol ainda faziam bunts de sacrifício, times da NFL hesitavam em tentar a quarta descida e arremessadores de três pontos eram vistos como especialistas – noções que agora parecem estranhas.
Mas o que ocorreu na última meia década na MLB e na NBA – as principais ligas esportivas norte-americanas, com os movimentos analíticos indiscutivelmente mais antigos e sofisticados – sugere que essa dinâmica, quando prossegue sem controle, pode acelerar o processo de otimização da estratégia, essencialmente “resolvendo” jogos e causando um efeito deletério no apelo estético dos esportes. É uma revelação que traz ramificações ameaçadoras para ligas como a NFL e a NHL, nas quais a análise de dados chegou mais tarde e levou mais tempo para moldar as filosofias organizacionais.
Ao examinar a dinâmica entre análise de dados e estética nos esportes, o Washington Post falou com mais de três dúzias de executivos, treinadores e atletas, além de outros profissionais que trabalham com análise, focando principalmente nas ligas mais antigas – MLB, NBA, NFL e NHL – onde a influência da análise dados é mais evidente. Se há uma conclusão universal, é que essas questões pesam muito nas mentes dos envolvidos. Afinal, qualquer pessoa que trabalhe com análise esportiva provavelmente começou como fã do esporte – e ninguém quer que seu trabalho prejudique o jogo que ama.
“A análise de dados tem sido um grande e bem documentado impulsionador de mudanças nos últimos vinte anos; nós envolvidos reconhecemos isso”, disse Theo Epstein, ex-executivo-chefe do Boston Red Sox e do Chicago Cubs, por e-mail. “E embora tenha sido impulsionada pela otimização e pela vitória, a maneira como o jogo mudou foi prejudicial aos fãs e ao valor de entretenimento do esporte. É um custo alto e ressalta por que é tão importante que as ligas monitorem essas tendências e intervenham para o benefício dos torcedores”.
Ninguém personifica essa dinâmica mais do que Epstein. Como pioneiro do movimento analítico no beisebol, ele guiou o Red Sox e o Cubs a títulos memoráveis da World Series, mas se demitiu de repente em 2020 para assumir uma nova função na MLB, que o escolheu para restaurar parte do valor estético e de entretenimento que tinha se perdido. Sua mudança de emprego marcou uma espécie de ponto de virada, não apenas para o beisebol, mas para a indústria esportiva em geral – um reconhecimento público de que os avanços transformadores da análise de dados, embora sejam uma bênção para nossa compreensão de como ganhar jogos e campeonatos, também podem, com o tempo, destruir a estética do esporte.

Quase cinco anos depois, a relação desconfortável entre análise e estética está bem clara em boa parte do cenário esportivo americano:
- Na MLB, na qual as mudanças de regras lideradas por Epstein em 2023 – embora bem-sucedidas para eliminar cerca de meia hora de tempo morto dos jogos e aumentar as taxas de bases roubadas – fracassaram em remediar um problema de jogabilidade mais fundamental e insolúvel: a falta de ação decorrente do domínio do beisebol de “três resultados verdadeiros” (assim chamado porque strikeouts, walks e home runs envolvem apenas o arremessador e o rebatedor, sem participação da defesa).
- Na NBA, na qual a taxa de cestas três pontos por jogo aumentou mais de 50% desde 2015/16 e mais de 100% desde 2011/12, canibalizando outros aspectos do esporte e provocando a mesma crise quase existencial enfrentada pela MLB anos atrás, marcada por um encolhimento mensurável na audiência e por críticas agudas de fora e de dentro do esporte. “É um produto de baixa qualidade”, disse o membro do Hall da Fama Charles Barkley, sem dúvida o comentarista de televisão mais proeminente do esporte, durante uma transmissão nesta temporada, criticando os times que “marcam cem cestas de três pontos por noite”.
- Na NHL, liga que discutiu mudanças de regras específicas para seu formato de prorrogação de três-em-três – que, desde sua estreia em 2015/16, evoluiu de uma caótica troca de ofensivas para uma batalha de desgaste e posse de bola na qual os times muitas vezes deixam passar ataques com baixa porcentagem de sucesso e voltam para se reagrupar na defesa.
- E na NFL, que se beneficiou muito dos recentes avanços analíticos – como decisões mais ousadas por parte dos treinadores, resultando em mais tentativas de quarta descida e menos punts – mas na qual a mudança brusca para um jogo mais focado em passes traz as marcas de algumas das dinâmicas que acabaram se mostrando problemáticas em outros esportes.
Até mesmo executivos com mentalidade analítica começaram a se indagar – assim como Epstein – se as revelações que eles descobriram e os avanços que adotaram no interesse de vencer poderiam prejudicar seus esportes.
“O que me fez me apaixonar pelo hóquei foi que era emocionante e divertido de assistir”, disse o gerente geral do Carolina Hurricanes, Tyler Dellow, que escreveu sobre hóquei e análise de dados antes de se mudar para os escritórios da NHL. “O Montreal Canadiens dos anos 1970 ou o Edmonton Oilers dos anos 1980 – parte das razões pelas quais esses times têm os legados que têm é por causa da beleza com que eles jogavam. Não acho que me interessaria por algo do tipo, ‘Ei, nós podemos deixar o hóquei totalmente impossível de assistir, mas ganhar tudo’”.
Kirk Goldsberry, ex-vice-presidente de pesquisa estratégica do San Antonio Spurs e autor de Sprawlball: A Visual Tour of the New Era of the NBA, está entre os que acreditam que a NBA precisa conter a revolução dos três pontos. Mas também reconheceu que ele e seus pares têm alguma responsabilidade por essa revolução: “Como pessoa da comunidade analítica, acho que nos importamos muito em termos eficiência e sermos espertos e encontrarmos vantagens para determinado competidor, em vez de olharmos a coisa holisticamente e tentarmos fazer parte da saúde geral do ecossistema”.
No centro dessa dinâmica está uma desconexão fundamental entre os objetivos das ligas e os objetivos das equipes.
“A análise de dados é totalmente agnóstica quanto à importância da estética”, disse Ben Alamar, ex-consultor do Oklahoma City Thunder e do Cleveland Cavaliers e fundador do Journal of Quantitative Analysis in Sports. “Se seu gerente geral está ignorando coisas que podem ajudar o time a vencer porque ele acha que é mais bonito jogar de um outro jeito, ele não está trabalhando direito”.
A NBA PODE AGRADECER POR UMA COISA: a MLB forneceu uma espécie de roteiro sobre como consertar um produto prejudicado pelo foco das equipes em dados e otimização.
Em 2023, a MLB anunciou mudanças de regras que foram consideradas as mais significativas do beisebol em meio século – como o cronômetro de arremesso, a proibição de mudanças extremas no campo interno e incentivos para aumentar o roubo de bases. Precipitadas por uma crise de diminuição de público e audiência televisiva que os dirigentes da MLB atribuíram a fãs desanimados com o estilo moderno do jogo – pesado em strikeouts e tempo morto, mas leve em ação – as mudanças efetivamente lançaram um novo capítulo na história da análise de dados nos esportes: a liga contra-atacando o foco dos times em otimização.
E em uma deliciosa reviravolta no enredo, a revisão do livro de regras da MLB foi liderada por Epstein, que não fez nenhuma tentativa de esconder sua responsabilidade por essa crise do beisebol.
“O que Theo Epstein fez com a MLB foi uma mudança de paradigma, porque demonstrou que a análise pode ser usada no nível da liga: não para otimizar a ordem dos rebatedores do Oakland, mas para otimizar as regras e com isso gerar um produto mais atraente para o consumidor”, disse Goldsberry. “Não me passou despercebido que o cara que levou o Red Sox e o Cubs (ao auge do beisebol) por ser muito esperto com análise de dados foi o mesmo que chegou e consertou as coisas no plano da liga”.
O exemplo do beisebol, historicamente o esporte mais adequado para (e influenciado por) análise de dados, ressalta a maneira como essa dinâmica se desenrola gradualmente – muitas vezes só acelerando tendências que já estavam em andamento – e em vários estágios.
O primeiro estágio é a era da descoberta: a identificação e exploração de ineficiências, oferecendo novas revelações para os insiders e novas texturas para os torcedores. O segundo estágio vê essas estratégias otimizadas em projetos organizacionais e adotadas em todo o esporte. O terceiro estágio traz o desfecho da história, no qual essas otimizações entraram em metástase, sufocando outras estratégias e recursos que os fãs adoravam e resultando em um nível perigoso de homogeneidade – a ponto de a liga, enfrentando uma espécie de crise existencial, precisar intervir.
A MLB atingiu o estágio final no início da década de 2020, quando contratou Epstein para consertar seu produto. A NBA, com as taxas de três pontos ainda subindo, parece próxima desse momento. A NFL e a NHL, nas quais os movimentos analíticos chegaram mais tarde, mas logo ganharam força entre os tomadores de decisão, talvez estejam saindo do primeiro estágio e entrando no segundo.

No beisebol, quando as equipes descobriram que a abordagem ideal para prevenir runs era tentar eliminar todos os rebatedores, o desfecho lógico foi um esporte centrado nos três resultados verdadeiros e um estilo de jogo que servia principalmente para sufocar a ação – marcado por constantes mudanças de arremessadores, taxas decrescentes de bolas em jogo e um produto inchado, com um tempo médio de partida ultrapassando a marca das três horas.
No começo, a análise de dados “deixou o beisebol mais interessante”, disse Christopher Paul, professor de comunicação e mídia na Universidade de Seattle e autor de Optimizing Play: Why Theorycrafting Breaks Games and How to Fix It. “Mas o movimento rumo à adoção universal é um perigo para os esportes. À medida que [a estratégia] começa a se solidificar em torno de uma abordagem otimizada, o jogo se calcifica e acaba virando um jogo da velha”.
Ou seja, um jogo “resolvido”.
Os exemplos recentes da MLB e da NBA deixaram alguns especialistas se perguntando se a dinâmica era inevitável – e, portanto, provavelmente acabaria acontecendo em outros esportes – ou se beisebol e basquete eram anomalias – por causa de algo particularmente suscetível à otimização na jogabilidade desses esportes.
Por exemplo: nos últimos anos, aparentemente todo desenvolvimento orientado pela análise de dados na NFL – mais tentativas de passe, mais tentativas de quarta descida – deixou o esporte mais divertido. Mas isso é algo inerente à jogabilidade do esporte? Ou é sorte? Ou é porque a NFL ainda está no estágio de pré-otimização de sua revolução analítica?

O ex-gerente geral assistente do Houston Astros, Scott Powers, agora professor assistente de análise esportiva na Rice University, aborda essa questão com declarações que parecem opostas.
“O que poderia prever se a proliferação das análises de dados vai melhorar ou piorar determinado esporte? Para ser honesto, parece meio por acaso”, disse ele. “Mas a marca registrada de um esporte realmente bem projetado talvez seja o alinhamento dessas coisas – quando o que leva à vitória também é o que é esteticamente agradável e o que os torcedores querem ver”.
Em outras palavras: ninguém sabe ao certo.
UMA COISA ESTÁ CLARA: o termo “análise de dados” virou um bicho-papão conveniente para quem simplesmente não gosta do rumo que seu esporte está tomando. Na verdade, a análise sem dúvida deixou times, jogadores e torcedores mais sabidos sobre seus esportes – e julgamentos de valor sobre o movimento muitas vezes são motivados por ignorância intencional ou nostalgia equivocada. Afinal, a versão favorita de todo mundo sobre seu esporte favorito é a versão jogada quando eles tinham 13 anos de idade.
“Não tem diferença”, disse Powers, “entre análise de dados e tentar vencer”.
“Temos uma tendência”, disse o técnico do Golden State Warriors, Steve Kerr, “a glamourizar o passado”.
Os torcedores podem até discordar sobre a estética do esporte nos estágios finais da otimização da análise de dados: muitos fãs de beisebol (geralmente mais jovens) diriam que um home run rebatido de uma bola rápida de 160 km/h é mais bonito do que dois singles, um bunt e um fly de sacrifício. E muitos torcedores da NBA diriam que um time arremessar 48 cestas de três pontos por jogo – como o Boston Celtics vem fazendo em média nesta temporada – é mais legal que 48 arremessos de média distância.
“Todo ano eu recebo (feedback) de quem lamenta o desaparecimento dos grandes pivôs e da pontuação tradicional e dos dribles e etc.”, disse Evan Wasch, vice-presidente executivo de estratégia e análise da NBA. “Mas, segundo nossas pesquisas, a maioria prefere o estilo de jogo que vemos hoje em dia”.
Mas a influência crescente do movimento analítico nos esportes forçou as ligas a se fazerem algumas perguntas existenciais: a análise e a estética são inerentemente opostas? Os objetivos das equipes de otimizar as estratégias podem coexistir com os objetivos da liga de aumentar o valor de entretenimento? Quais regras podem ser ajustadas para melhorar o produto? Quais são as consequências não intencionais?
“São questões”, disse Michael Lopez, diretor de dados e análises de futebol da NFL, “nas quais nossa equipe no escritório da liga pensa o tempo todo”.
Para ser claro: nem todo avanço estratégico e transformador dentro de determinado esporte decorre da análise de dados (que definimos vagamente como uma busca por eficiência e otimização). Muitos acontecem organicamente ao longo de décadas, por pura intuição.
Bill James, “padrinho da sabermetria” do beisebol, concorda que a estética do jogo “foi para o inferno num caminhão de lixo”. Ele argumenta que isso não foi resultado das análises, mas sim de forças – as “estratégias egoístas” dos times e a “letargia institucional” da MLB – que começaram décadas antes de James autopublicar seu primeiro Bill James Baseball Abstract em 1977, lançando um movimento.
“O que prejudica a beleza do jogo”, disse James, “são os strikeouts, as infinitas mudanças de arremessadores e as ofensivas que dependem demais de cada jogador tentando fazer um home run. Mas as análises não tiveram nada a ver com isso”.
O problema talvez seja de otimização: aceleradas pela proliferação dos dados avançados, as melhores práticas estratégicas acabam se calcificando.
“Acredito que todos os esportes convergem organicamente para estratégias otimizadas no longo prazo, e isso não necessariamente precisa de dados para acontecer”, disse Sam Ventura, vice-presidente de estratégia e pesquisa de hóquei do Buffalo Sabres. “Mas a análise de dados tem sido um catalizador”.
Ninguém precisa de um computador poderoso ou um algoritmo avançado para descobrir que uma cesta de três pontos vale 50% mais do que uma de dois pontos.
“Quando os arremessadores descobriram que poderiam arremessar com mais força e com o máximo de esforço se demorassem mais entre os arremessos”, disse Epstein, “isso não teve nada a ver com análise de dados”.
De forma semelhante, as ligas começaram a usar mudanças de regras para neutralizar tendências estratégicas antiestéticas muito antes de a análise de dados entrar em cena – como o cronômetro de 24 segundos para o arremesso na NBA e a proibição do passe para o goleiro no futebol internacional.
Mas, como as equipes na era da análise têm mais capacidade de quantificar os benefícios de várias estratégias e como os esportes são inerentemente sistemas de imitação, novas ineficiências podem ser descobertas e exploradas mais rápido – e essas estratégias podem se espalhar mais rápido do que no passado. É só perto do fim do processo que fica claro que, às vezes, a beleza estava nas ineficiências.

As mudanças no campo interno do beisebol, por exemplo, já existiam pelo menos desde os dias de Ted Williams. Mas, quando os times focados em análise, como o Tampa Bay Rays, começaram a forçar seus limites na década de 2010, com resultados espetaculares, elas se espalharam rapidamente.
O problema não eram os fundamentos estatísticos da estratégia, que foram comprovados nos números, mas sim a homogeneidade que eles produziam à medida que se espalhavam – e as outras coisas que eles sufocavam.
Se isso soa familiar é porque descreve quase precisamente a experiência da NBA com a revolução dos três pontos, mas com uma diferença importante. Enquanto a otimização no beisebol levou a uma diminuição nas coisas de que os fãs gostam (bolas em jogo, bases roubadas, arremessadores indo longe nos jogos), esse mesmo processo na NBA empurrou o esporte na direção de dois tipos de arremessos – três pontos e enterradas – que tradicionalmente são os mais emocionantes.
“Nesse nosso momento, com a abertura do jogo e o vigor físico dos atletas – tem caras que conseguem arremessar de 10 metros de distância – acho que podemos dizer que estamos muito bem”, disse o gerente geral do Warriors, Mike Dunleavy Jr., filho de ex-técnico da NBA e jogador da NBA de 2002 a 2017. “Acho que é mais a geração mais velha que quer trazer de volta os arremessos de média distância. Não sei se isso seria mais bonito”.
Mas para uma criança que só toma sorvete nas três refeições do dia, sete dias por semana, até sorvete acaba ficando enjoativo. O problema da NBA, de acordo com um número crescente de críticos, é de volume e homogeneização. Foi legal quando Stephen Curry apareceu e explodiu as possibilidades dos arremessos de três pontos. É menos legal quando oito jogadores do Celtics de 2024/25 estão tentando mais arremessos de três por jogo do que Curry nas três primeiras temporadas da carreira.
“A NBA mostra seu melhor quando os caras voam um por cima dos outros e se encontram no aro. É quando ela mostra seu melhor produto televisivo”, disse a personalidade da Fox Sports Nick Wright nesta temporada. Fazer um monte de arremessos de três pontos, reconheceu ele, é “o jeito mais inteligente de jogar”. Mas também é “péssimo para a TV”.
Esta temporada da NBA tem visto sinais crescentes de desencanto entre os fãs, algo que se reflete mais visivelmente na queda dos índices de audiência televisiva. Embora esses declínios possam ser atribuídos a outros fatores e não necessariamente indiquem problemas com a estética do jogo, alguns estão botando a culpa bem aí.
E é um bom lembrete de que a MLB também só agiu depois de uma crise de negócios.
O público caiu em todo o esporte todos os anos entre 2013 e 2019 – aproximadamente em linha com um declínio semelhante nas bolas em jogo – e despencou em 2022 para níveis não vistos (descontando as temporadas afetadas pela pandemia em 2020 e 2021) desde os anos seguintes à amarga greve de 1994-95. Depois das mudanças nas regras, o público disparou em quase 10% em 2023 e aumentou novamente na última temporada.
Não que a MLB tivesse se proposto a ser uma advertência para os outros esportes, mas sua experiência apresentou um modelo para mudanças semelhantes na NBA e em outros lugares. Se o beisebol – com sua história profunda e admirada – pode mudar, qualquer esporte também pode.
“As regras do beisebol não se ajustam sozinhas”, disse James. “Nenhum livro de regras se ajusta sozinho. Se você quer que o beisebol seja jogado de uma certa maneira, você tem que ajustar as regras para que isso aconteça”.
/TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU