As polêmicas paralelas devem ficar de lado. Não adianta mais, a esta altura, discutir os motivos pelos quais o jogo foi adiado, quase dois meses atrás. A alegação de que o gramado do Engenhão estava ruim até agora não colou. Estava desgastado, é verdade, mas em seguida houve jogos lá. Portanto, essa entra na galeria dos mistérios do futebol nacional.
Arecepção provavelmente pouco amistosa a Ronaldinho faz parte da rotina. Que a torcida vai pegar no pé dele é indiscutível. O fã do Flamengo se sente traído pelo gaúcho e tentará demonstrar contrariedade. Isso é tão antigo quanto o futebol. O astro é escolado, já viveu situações semelhantes e provavelmente nem se abala com isso.
Aliás, seria mais prudente não cutucar demais. Não faltam histórias de craques que arrasaram o adversário justamente quando eram mais hostilizados. Sei lá, fosse flamenguista eu até fingiria que está tudo bem, aplaudiria o Ronaldinho, faria festa, diria que ele é o máximo (da boca pra fora). Quem sabe, assim, não amansaria a fera?
Bem, o que importa é o momento das equipes. A virada sobre o Atlético-GO, no domingo, pode representar a guinada de que o Fla precisava. Dorival Júnior e sua turma sabem que repetir a dose hoje, e contra um rival de peso, será o maior sinal de redenção. A principal baixa é Ibson. A aposta fica para a dupla Vagner Love/Liedson.
O Atlético-MG tem oscilado no returno. Só neste mês de setembro jogou seis vezes, com duas vitórias, dois empates e duas derrotas. Por isso, queimou a gordura que havia acumulado e agora tem 4 pontos a menos do que o Flu. Cuca tem Jô recuperado, mas perdeu Bernard, que cumpre suspensão, e Júnior César, que não joga por pertencer ao Flamengo.
A ironia do jogo: se ganhar, o Flamengo melhora a situação dele e beneficia o Flu. Os tricolores não admitem, mas certamente agradecerão a ajuda do rival.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.