Os 5 a 0 do Grêmio, fora o pênalti perdido por Douglas, doeram como as antigas surras de vara de marmelo. Serviram como resposta, com juros e correção, para a perda do título estadual. E afundaram o adversário ainda mais na crise - técnica, administrativa e de identidade - que vem desde a saída da Libertadores.
Não há o que contestar com esse resultado. Aliás, quem perde de 5 a 0 não tem nem o que discutir, o que explicar, o que lamentar. Deve apenas ficar quieto, recolher-se, refletir a respeito do que ocorreu. Foi anormal, ilógico, impiedoso. Desta vez cabe o termo "histórico".
O Inter mal viu a cor da bola, sobretudo no segundo tempo. No primeiro, tomou susto com o pênalti mal cobrado por Douglas com 11 minutos, depois se preocupou com os gols de Giuliano e Luan. Como consolo, restou o chute de Wellington Martins que Grohe defendeu quando ainda estava só 1 a 0.
Na segunda parte, o que se viu na Arena foi um passeio gremista, com os gols a surgir naturalmente. Luan, Fernandinho e Réver (contra) fecharam a conta. Mal dá para avaliar esquemas e atuações: foi um rolo compressor de um lado, contra um grupo apavorado e rezando para a tortura acabar logo.
Sei lá se com Diego Aguirre o vexame seria tão intenso. Mas a tentativa de criar fato novo para motivar o time antes do clássico foi das decisões mais atrapalhadas da atual diretoria do Inter. Com a agravante de que o rival sobe, e muito, enquanto o Inter empacava e já dá adeus a qualquer pretensão de título.