Os dois times sofreram baixas e entraram desfigurados para o duelo. A ausência de titulares poderia, portanto, amenizar eventual apresentação ruim. Mas só até certo ponto. Se a falta de Marcos, Cicinho, Kleber e Valdivia tornava menos robusto o Palmeiras, o mesmo se diria de Edu Dracena, Elano, Neymar como razões de enfraquecimento do Santos. Nem coloco o Ganso nessa lista, de tanto tempo em que ele está fora de combate.
A consequência desse esfacelamento foi um primeiro tempo ruim, com raros momentos de qualidade. Ok, não faltaram empenho e correria; o que faltou, de fato, foi técnica. Tanto que a jogada de maior emoção se limitou a uma cabeçada de Alan Kardec, aos 45 minutos, que tocou no chão, subiu, enganou Deola e bateu no travessão. Pouco para a tradição do clássico.
O Santos melhorou no segundo tempo, criou oportunidades, exigiu defesas complicadas de Deola e se garantiu com o gol de cabeça de Borges, sempre ele, o artilheiro da Série A. O Palmeiras não teve forças para reagir, não incomodou, não criou, não foi à frente. Enfim, foi apenas um horror, que piorou a cada substituição feita por Felipão.
Quando se pensava que o Palmeiras já havia esgotado o repertório de decepções, eis que se supera. Mostrou futebol pior do que nos empates recentes com Atlético-GO (que tinha dois a menos, lembram?) e América-MG (o lanterna). Mais uma lambada no dorso de sua história e na paciência de sua torcida.
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