Dois árbitros que atuaram no boxe nas Olimpíadas de Paris 2024 foram afastados de suas atividades por suspeita de envolvimento em casos de corrupção. De acordo com informações do jornal britânico The Times, Yermek Suiyenish e Alisher Altayev, ambos do Cazaquistão, foram suspensos no dia 4 agosto, ainda durante a realização dos Jogos Olímpicos.
Suiyenish foi o árbitro responsável pela luta que eliminou a brasileira Bia Ferreira na briga pela medalha de ouro na categoria até 60kg contra Kellie Harrington, da Irlanda, que no fim sagrou-se campeã olímpica. Entretanto, a veículo inglês não atribui nenhuma correlação entre o afastamento a atos corruptos durante os Jogos.
Vale ressaltar que há diferença no papel do árbitro e do juiz durante uma luta de boxe. O árbitro controla a luta no ringue, passando os comandos de pausa e reinicio da luta, enquanto os juízes formam uma bancada com cinco profissionais que dão as notas a cada round. No caso de Bia, o cazaquistanês atuou no ringue.
Segundo o The Times, o que se sabe é que o Comitê Olímpico Internacional (COI) recebeu um relatório de avaliação dos árbitros que atuariam na Olimpíada e o documento apontou que Alisher Altayev tinha um ‘alto risco’ para corrupção, enquanto Yermek Suiyenish era definido ‘risco médio’.
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Até a data da suspensão dos profissionais, a dupla tinha comandado, no total, 46 lutas de boxe nas Olimpíadas de Paris. Além da semifinal de Bia Ferreira, Suiyenish já havia sido árbitro no ringue quando Bia eliminou a holandesa Chelsey Heijnen na fase anterior.
Já Altayev foi um dos cinco juízes no combate vencido por Wanderley Pereira contra haitiano Cedrick Belony-Duliepre nas oitavas de final do masculino até 92kg.
Altayev também esteve presente em uma luta que gerou reclamações da atleta italiana Irma Testa. Ele foi o Juiz 1 do combate. Veículos da Itália repercutiram que a boxeadora ficou insatisfeita com o desempenho da bancada de arbitragem na sua derrota para a chinesa Xu Zichun na fase preliminar.
A reportagem do veículo britânico afirma que, além dos juízes cazaquistaneses, outros nove nomes da arbitragem do boxe estariam envolvidos nos casos de corrupção e seriam investigados. Até agora, nem o COI e nem a Federação Internacional de Boxe emitiram comunicados sobre o caso.
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