As histórias das 20 medalhas do Brasil nas Olimpíadas de Paris

Delegação brasileira deixa a capital francesa com 20 medalhas, sendo três de ouro, sete de prata e dez de bronze

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Foto do author Marcos Antomil

PARIS - A delegação brasileira se despede dos Jogos Olímpicos de Paris com 20 medalhas conquistadas, sendo três de ouro, sete de prata e dez de bronze. O resultado deixou o País no 20º lugar do quadro de medalhas, oito posições abaixo em relação às Olimpíadas de Tóquio, disputadas em 2021, quando o Brasil faturou sete ouros, seis pratas e oito bronzes.

Beatriz Souza

A primeira medalha de ouro do Brasil em Paris foi conquistada no judô com Beatriz Souza. Na categoria +78kg, a judoca não contava com o favoritismo, mas foi mostrando nos tatames da arena provisória montada no Campo de Marte que poderia buscar o lugar mais alto do pódio. No caminho, ela derrotou Izayana Marenco, da Nicarágua, a sul-coreana Kim Ha-yun e a francesa Romane Dicko. Na final, não deu chances para Raz Hershko, de Israel, e foi campeã com um wazari. Após o ouro, Bia se emocionou ao lembrar da avó.

Bia Souza derrotou israelense nos tatames de Paris e ficou com o ouro. Foto: Alexandre Loureiro/COB

Rebeca Andrade

Na ginástica artística, Rebeca Andrade subiu quatro vezes ao pódio e se tornou a atleta brasileira com mais medalhas olímpicas na história, seis. A ginasta de Guarulhos levou o ouro no solo em disputa acirrada com Simone Biles e recheada de polêmica após a revisão de nota da ginasta norte-americana Jordan Chiles que tirou a romena Ana Barbosu do pódio. A Romênia tenta reverter também uma punição a outra ginasta, Sabrina Voinea, que lhe daria o bronze.

Rebeca Andrade exibe as quatro medalhas conquistadas nos Jogos de Paris. Foto: Thibaud Moritz/AP

Rebeca também conquistou duas pratas. Uma no individual geral, que busca apontar a ginasta mais completa do mundo. Novamente, Biles foi a principal concorrente. No salto, prova em que a brasileira faturou o ouro em Tóquio-2021, havia a expectativa de que fosse feito um novo salto, mais difícil e com nota maior, mas Rebeca preferiu realizar os movimentos aos quais já estava habituada e ficou em segundo lugar.

Ana Patrícia e Duda

Líderes do ranking e apontadas como favoritas à medalha de ouro, Ana Patrícia e Duda não decepcionaram na arena montada aos pés da Torre Eiffel. Com uma campanha perfeita, elas conseguiram a medalha de ouro em uma decisão tensa contra a dupla canadense, com discussão, dedo em riste e emoção.

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Duda Lisboa e Ana Patrícia admiram a medalha de ouro conquistada no vôlei de praia nos Jogos de Paris. Foto: Louise Delmotte/AP

Futebol Feminino

A seleção brasileira chegou aos Jogos Olímpicos desacreditada. Em um grupo complicado, seria difícil confiar até mesmo na classificação. A vaga nas quartas de final se confirmou apesar das derrotas para Espanha - em que Marta foi expulsa - e Japão - que conquistou a virada nos acréscimos. A única vitória foi na estreia diante da Nigéria. No mata-mata, a equipe de Arthur Elias se encontrou e superou favoritas: França e Espanha. Uma das marcas dessa campanha foi sustentar os placares durante acréscimos incomuns, que superaram os 20 minutos. Na final olímpica, o Brasil foi melhor do que os EUA, mas pecou na finalização e foi derrotado por 1 a 0, ficando com a medalha de prata no jogo que marcou a despedida em jogos oficiais de Marta pela seleção.

Jogadoras da seleção brasileira se emocionam durante cerimônia de pódio no Estádio Parque dos Príncipes, em Paris. Foto: Aurelien Morissard/AP

Willian Lima

A primeira medalha do Brasil nos Jogos de Paris veio com Willian Lima, do judô. Ele também chegou à capital francesa distante da lista de favoritos. Na campanha, deixou para trás Sardor Nurillaev, do Usbequistão, Serdar Rahimov, do Turcomenistão, Yondonperenlein Baskhüü, da Mongólia, e Gusman Kyrgyzbayev, do Casaquistão. Na final, foi derrotado pelo japonês Hifumi Abe. No pódio, o brasileiro quebrou os protocolos para comemorar com a família e mostra a prata para o filho.

Willian Lima conquistou a prata no judô, em Paris. Foto: Wander Roberto/COB

Caio Bonfim

A marcha atlética trouxe pela primeira vez uma medalha para o Brasil, com Caio Bonfim. No Trocadéro, o brasileiro se manteve no pelotão da frente por quase toda a prova, mas sofreu penalizações que o obrigaram a diminuir o ritmo e limitar sua disputa pela prata. Após a prova, Caio se emocionou e lembrou das ofensas que recebia pelo movimento feito com os quadris para marchar.

Caio Bonfim conquistou uma medalha de prata inédita para o Brasil na marcha atlética. Foto: Bernat Armangue/AP

Tatiana Weston-Webb

No Taiti, Tati Weston-Webb ficou perto de trazer uma medalha dourada. No entanto, a decisão dos juízes na avaliação da sua última onda deixou a gaúcha-havaiana com a prata. Em entrevista ao Estadão, ela afirmou que entendia que a nota poderia ter sido melhor levando-a ao lugar mais alto do pódio.

Decisão polêmica dos juízes deixou Tatiana Weston-Webb apenas com a prata no Taiti. Foto: Ben Thouard/AP

Isaquias Queiroz

Na canoagem de velocidade, Isaquias Queiroz obteve sua quinta medalha olímpica. Na disputa individual de 1.000 metros, o brasileiro protagonizou uma arrancada espetacular na reta final, ultrapassou adversários e conquistou a prata. No pódio, uma comemoração inusitada chamou a atenção.

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Isaquias Queiroz conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Paris. Foto: Olivier Morin/AFP

Larissa Pimenta

No judô, Larissa Pimenta faturou a medalha de bronze após uma campanha de recuperação, passando pela repescagem. A brasileira foi eliminada pela francesa Amandine Buchard e superou a alemã Mascha Ballhaus e a italiana Odette Giuffrida para levar o bronze. Larissa passou por uma grave lesão no ano anterior aos Jogos de Paris e pensou que não seria mais capaz de lutar.

Larissa Pimenta exibe a medalha de bronze conquistada na Arena do Campo de Marte. Foto: Wander Roberto/Estadão

Equipes do judô

Na disputa por equipes, o judô brasileiro conquistou a medalha de bronze. Após cair para a Alemanha, o Brasil participou da repescagem, derrotou a Sérvia e encarou a Itália no último confronto. Após estar vencendo por uma boa vantagem, viu os italianos reagirem e igualarem a disputa. No sorteio, uma nova luta foi definida, com Rafaela Silva que derrotou a italiana Veronica Toniolo e garantiu um lugar no pódio para o País.

Judocas brasileiros sobem no terceiro lugar do pódio na disputa por equipes mistas do judô. Foto: Eugene Hoshiko/AP

Rayssa Leal

A skatista de 16 anos roubou a cena no primeiro fim de semana de competição nos Jogos de Paris. Apesar de uma classificação tensa para a final, a brasileira conseguiu competir em alto nível e se recuperar na decisão para ficar com o bronze.

Brazil's skateboarding bronze medallist Rayssa Leal poses for a portrait during a photo session at the Champions Park at Trocadero in Paris on August 9, 2024. (Photo by THIBAUD MORITZ / POOL / AFP) Foto: Thibaud Moritz/THIBAUD MORITZ

Ginástica artística por equipes feminina

Outro time que obteve um lugar no pódio pelo Brasil foi o da ginástica artística feminina. Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira representaram o País em todos os aparelhos. Depois de começar atrás, a equipe nacional conseguiu superar as adversárias na pontuação final do último aparelho.

Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira, Flávia Saraiva e Júlia Soares ganharam o bronze para o Brasil. Foto: Thibaud Moritz/AFP

Beatriz Ferreira

Grande esperança de medalha de ouro para o Brasil, Bia Ferreira foi derrotada na semifinal olímpica pela campeã Kellie Harrington, da Irlanda. O resultado deixou a brasileira com o bronze. Foi a despedida de Bia dos Jogos. Agora ela vai focar na carreira no boxe profissional. Após a derrota, o técnico Mateus Alves não poupou a equipe nacional de críticas.

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Bia Ferreira conquistou o bronze no boxe em sua despedida dos Jogos Olímpicos. Foto: Mauro Pimentel/AFP

Gabriel Medina

O mar sem ondas no Taiti impediu o sonho de Gabriel Medina de subir no lugar mais alto do pódio. O brasileiro não conseguiu surfar uma segunda onda e foi eliminado pelo australiano Jack Robinson na semifinal. Na decisão do bronze, superou o peruano Alonso Correa.

Brazil's Gabriel Medina, surfing bronze medallist, celebrates on stage at the Champions Park at Trocadero during the Paris 2024 Olympic Games in Paris on August 9, 2024, with the Eiffel Tower visible in the background. (Photo by CARL DE SOUZA / AFP) Foto: Carl De Souza/CARL DE SOUZA

Augusto Akio

O malabarismo jogou holofotes sobre Augusto Akio na disputa da final do skate park em Paris. O curitibano, que tem um estilo peculiar, fez uma volta perfeita na última tentativa e conquistou a medalha de bronze na Praça da Concórdia.

Augusto Akio faz malabarismo diante da Torre Eiffel, em Paris, após levar o bronze no skate. Foto: Franck Fife/AFP

Netinho

Edival Pontes, o Netinho, conquistou a medalha de bronze no tae kwon do em uma campanha de recuperação que também passou pela repescagem. O brasileiro perdeu a luta de estreia para o vice-campeão olímpico Zaid Kareem, dos Emirados Árabes Unidos, e teve de torcer para o emiradense chegar à decisão, o que ocorreu. Assim, pôde participar da repescagem e derrotou o turco Hakan Reçber e o espanhol Javier Pérez para ficar com um lugar no pódio.

Edival Pontes comemora a conquista da medalha de bronze no tae kwon do no Grand Palais. Foto: Andrew Medichini/AP

Alison dos Santos

Piu, como é conhecido Alison dos Santos, é o principal nome do Brasil no atletismo. Depois de um ciclo muito promissor, marcado por uma grave lesão, a confiança do pódio foi estabelecida. No entanto, as fases preliminares da disputa dos 400 metros com barreiras deixaram dúvidas sobre seu rendimento. Na final, no Stade de France, Piu fez o seu dever e terminou a prova no terceiro lugar, ganhando mais uma medalha de bronze.

Bronze medallist Brazil's Alison Dos Santos celebrates on the podium during the victory ceremony for the men's 400m hurdles athletics event during the Paris 2024 Olympic Games at Stade de France in Saint-Denis, north of Paris, on August 10, 2024. (Photo by Anne-Christine POUJOULAT / AFP) Foto: Anne-christine Poujoulat/ANNE-CHRISTINE POUJOULAT
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