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NBA congela contratações de funcionários e determina cortes orçamentários; crise chega às quadras

Liga de basquete dos EUA repete gigantes da tecnologia e deve promover mudanças no quadro administrativo

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Por Sopan Deb
Atualização:

A NBA, citando “ventos econômicos contrários”, instruiu a equipe do escritório da liga de basquete dos Estados Unidos na terça-feira a reduzir as despesas e limitar significativamente as contratações pelo resto do ano fiscal, de acordo com um memorando obtido pelo The New York Times.

O memorando, enviado por Kyle J. Cavanaugh, executivo da liga, e David Haber, diretor financeiro da entidade, dizia aos funcionários para interromper as contratações, com exceções limitadas, e cancelar algumas reuniões externas ou realizá-las virtualmente. Viagens, entretenimento e outras despesas também serão cortadas, de acordo com o memorando. “Como outras empresas nos Estados Unidos e no mundo, o escritório da liga de basquete mais famosa do mundo não está imune a pressões macroeconômicas e toma medidas para reduzir despesas”, disse Mike Bass, porta-voz da NBA, em um comunicado ao Times.

Organização da NBA passa por crise financeira e promove contenção de despesas. Foto: Jerome Miron/ USA TODAY Sports

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O memorando dizia que a NBA estava “enfrentando uma realidade econômica muito diferente de apenas um ano atrás”. Ele continuou: “Estamos vendo desafios significativos para atingir nosso orçamento de receita com riscos adicionais de queda ainda à nossa frente”.

O próximo ano fiscal da NBA começa em outubro, aproximadamente alinhado com o início da temporada regular de 2023-24. Bass, o porta-voz, não respondeu questões sobre quais iniciativas da liga seriam afetadas pelos cortes ou se haveria demissões.

As mudanças ocorrem pouco antes dos playoffs da NBA e um dia depois da liga estabelecer um recorde de público e ingressos esgotados para a temporada regular de 2022-23. Em 1º de abril, a liga e o sindicato dos jogadores anunciaram que haviam chegado provisoriamente a um novo acordo coletivo de trabalho que entraria em vigor na próxima temporada.

O acordo, que aguarda ratificação por jogadores e donos de times, inclui um torneio de meio de temporada com bônus para jogadores e outro nível de taxação para times que gastam muito. Durante as negociações, Jaylen Brown, do Boston Celtics, vice-presidente executivo do sindicato, disse ao Times que os jogadores queriam “mais parceria” com a liga, incluindo o compartilhamento dos fluxos de receita da NBA. No ano passado, muitas empresas, principalmente no setor de tecnologia, iniciaram demissões e outras medidas de corte de custos, já que a economia americana foi atingida pelos aumentos da inflação e da taxa de juros.

NBA é exemplo de modelo de negócio esportivo e inspira diversas modalidades mundo afora. Foto: Tingshu Wang/ Reuters

A NBA também não é a única liga esportiva que visa reduzir custos. A NFL recentemente reduziu a equipe de seu braço de mídia. A Walt Disney Co. começou a demitir milhares de funcionários. A ESPN, uma dos parceiros de transmissão da NBA, é uma subsidiária da Disney e deve ser afetada.

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Ano passado, o comissário da NBA, Adam Silver, disse que a liga espera arrecadar cerca de US$ 10 bilhões em receita para a temporada 2021-22, entre patrocinadores, acordos de televisão, atendimento, merchandising e outros fluxos de receita.

O contrato de televisão da NBA com a ESPN e a Turner Sports expira após a temporada 2024-25. Espera-se que o novo acordo, em um mercado lotado que agora inclui empresas de streaming, forneça um aumento significativo na receita da liga. A liga teve uma rodada de demissões em 2020, quando sua temporada estava prestes a recomeçar no Walt Disney World, na Flórida, nos primeiros meses da pandemia de coronavírus, embora na época a liga dissesse que os cortes não estavam relacionados à pandemia e, em vez disso, visavam no crescimento futuro.

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