Olimpíadas 2024: Brasil avalia ‘missão impossível’ contra EUA no basquete: ‘Sem medo’

Seleção brasileira tentará desbancar novo ‘Dream Team’ nas quartas de final no mesmo local em que Rebeca Andrade superou Simone Biles

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Foto do author Marcos Antomil
Atualização:

PARIS - A seleção brasileira masculina de basquete surpreendeu especialistas na modalidade ao conquistar a vaga para os Jogos de Paris superando a forte equipe da Letônia na casa do adversário. Nessas Olimpíadas, a classificação para as quartas de final veio com uma vitória sobre o Japão, no entanto, agora, o desafio é o maior de todos: derrotar os Estados Unidos, que reuniram os melhores jogadores da NBA para não deixar escapar a medalha de ouro.

Nesta terça-feira, a Arena Bercy, local em que Rebeca Andrade fez história ao conquistar quatro medalhas (um ouro, duas pratas e um bronze) na ginástica artística, se transforma para receber grandes nomes do basquete. Na primeira fase, os jogos foram disputados em Lille, cidade ao nordeste de Paris. A partida entre Brasil e Estados Unidos está agendada para 16h30 (de Brasília).

Gui Santos é um dos principais nomes da seleção brasileira e conhece de perto astros dos EUA. Foto: Michael Conroy/AP

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Em evento com a imprensa, realizado em um hotel muito próximo da arena, em que estão hospedadas também outras seleções, os principais nomes da seleção brasileira avaliaram a missão de encarar os Estados Unidos, que lideraram a primeira fase e passaram ilesos, com vitórias sobre Sérvia, Sudão do Sul e Porto Rico.

O técnico Aleksandar Petrovic foi contundente ao avaliar as chances do Brasil no duelo. Para o croata, as chances do País são pequenas, mas têm de ser aproveitadas sem temer o poderio americano, que conta com astros, como LeBron James, Stephen Curry, Joel Embiid e Jayson Tatum. “Estamos preparados. Claro que ninguém aqui está dizendo que o Brasil é favorito. Temos respeito pelos EUA, mas medo não”, disse o treinador.

Auxiliar-técnico, Tiago Splitter enxerga problemas na seleção americana e aponta que os jogadores dos EUA estão habituados a serem os líderes de suas equipes na NBA e, no time nacional, precisam dividir os holofotes. “Todo time tem defeito, até o ‘Dream Team’ (de 1992) tinha. A gente sabe quais são as qualidades da seleção brasileira e os defeitos dos Estados Unidos. A gente tem de explorar isso. No time deles, eles são as estrelas e isso também é um fator. Muitos desses jogadores atuam na NBA com uma média de 20 ou 30 arremessos por jogo e, agora, terão três ou quatro chances. Não estão acostumados a jogar fora da bola. São fatores que pesamos para traçar uma estratégia”, explicou ao Estadão.

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Experiente, Vítor Benite já enfrentou jogadores de alto nível naquela que é considerada uma das ligas mais importantes do mundo, a espanhola. Ídolo por lá, o ala-armador reconhece que enfrentar os EUA é uma oportunidade de dar visibilidade ao basquete brasileiro. “O atleta de alto nível aproveita uma competição duelando com os melhores. É a melhor oportunidade que um jogador de basquete pode ter na vida que é enfrentar o time dos Estados Unidos com seus melhores jogadores. Nos traz muita motivação para entrar em quadra e duelar com esse nível de jogador.”

Aos 22 anos, Gui Santos já tem a oportunidade conviver com grandes protagonistas do Golden State Warriors, franquia que defende na NBA, entre eles Curry e o técnico Steve Kerr. O ala contou ter “provocado” os companheiros após a definição do cruzamento entre Brasil e Estados Unidos nas Olimpíadas. “Assim que eu fiquei sabendo que íamos jogar contra os EUA, mandei mensagem e falei: ‘fiquem espertos que a gente está chegando’, mas é só brincadeira. A gente sabe como eles são e quão difícil será ganhar esse jogo. Mas, se eu tivesse como escolher, não escolheria outra opção.”

O armador Yago Mateus quer afastar de vez as desconfianças sobre a seleção brasileira e mostrar aos críticos o comprometimento dos atletas com a camisa do País. “Acho que as pessoas desconfiarem, falarem que a gente não consegue motivo muito, principalmente quando você vai lá e prova. Isso abrilhanta ainda mais o que fizemos e o que faremos pela seleção brasileira”.

Se avançar de fase, o Brasil terá pela frente Sérvia ou Austrália. Caso os Estados Unidos confirmem o favoritismo, a seleção se despede das Olimpíadas e começa a planejar o ciclo para Los Angeles-2028.

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