Tribunal da Rússia rejeita recurso de Brittney Griner contra sentença de nove anos

Bicampeã olímpica de basquete com os EUA foi condenada por entrar no país europeu com substância derivada da maconha

PUBLICIDADE

Por AP
Atualização:

Um tribunal russo confirmou nesta terça-feira a sentença de nove anos de prisão imposta à estrela do basquete dos Estados Unidos Brittney Griner por posse de drogas, rejeitando seu recurso. Griner, duas vezes medalhista de ouro olímpica, foi condenada em 4 de agosto depois que a polícia disse que encontrou vape contendo óleo de cannabis em sua bagagem no aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou.

O tribunal regional de Moscou decidiu nesta terça-feira manter a sentença. A decisão diz que o tempo que Griner terá que cumprir será recalculado levando em consideração o período em que já esteve em prisão preventiva. Um dia de prisão preventiva será contado como 1,5 dias de prisão, então a estrela do basquete terá que cumprir cerca de oito anos de prisão.

story
Brittney Griner, que foi detida no aeroporto de Moscou e mais tarde acusada de posse ilegal de cannabis, em uma prisão antes do veredito do tribunal em agosto.  Foto: REUTERS/Evgenia Novozhenina/Pool/File Photo

PUBLICIDADE

Griner participou da audiência do Tribunal Regional de Moscou por videochamada. A prisão de Griner em fevereiro ocorreu em um momento de tensões crescentes entre Moscou e Washington, poucos dias antes de a Rússia enviar tropas para invadir a Ucrânia.

Em julho, Griner admitiu que tinha os produtos em sua bagagem, mas testemunhou que se descuidou e os embalou com pressa e não tinha intenção criminosa. Sua equipe de defesa apresentou declarações escritas dizendo que ela havia recebido cannabis para tratar de dores.

Publicidade

A pena de nove anos estava próxima do máximo de 10 anos, e os advogados de Griner argumentaram após a condenação que a punição era excessiva. Eles disseram que em casos semelhantes os réus receberam uma sentença média de cerca de cinco anos, com cerca de um terço deles com liberdade condicional.

Antes de sua condenação, o Departamento de Estado dos EUA declarou que Brittney Griner estava “detida injustamente” - uma acusação que a Rússia rejeitou com veemência. Refletindo a crescente pressão sobre o governo Biden para fazer mais para trazer Griner para casa, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, revelou publicamente em julho que Washington havia feito uma “proposta substancial” para levar Griner para casa, junto com Paul Whelan, um americano que cumpre uma sentença de 16 anos na Rússia por espionagem.

Blinken não deu mais detalhes, mas a Associated Press e outras organizações de notícias informaram que Washington se ofereceu para trocar Griner e Whelan por Viktor Bout, um traficante de armas russo que está cumprindo uma sentença de 25 anos nos EUA e que já ganhou o apelido de “Mercador da Morte.’’

A Casa Branca disse que ainda não recebeu uma resposta produtiva da Rússia à oferta. Diplomatas russos se recusaram a comentar a proposta dos EUA e aconselharm Washington a discutir o assunto em conversas confidenciais, evitando declarações públicas.

Publicidade

Em setembro, o presidente dos EUA, Joe Biden, se encontrou com Cherelle Griner, esposa de Brittney Griner, e com a empresária da jogadora, Lindsay Colas. Biden também se sentou separadamente com Elizabeth Whelan, irmã de Paul Whelan. A Casa Branca disse após as reuniões que o presidente enfatizou às famílias seu “compromisso contínuo em trabalhar por todos os meios disponíveis para trazer Brittney e Paul para casa em segurança”.

Os EUA e a Rússia realizaram uma troca de prisioneiros em abril. Moscou liberou o veterano dos fuzileiros navais dos EUA Trevor Reed em troca dos EUA libertarem um piloto russo, Konstantin Yaroshenko, que foi condenado por uma conspiração de tráfico de drogas.

A jogadora de basquete Brittney Griner foi detida pelas autoridades russas em fevereiro. Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV / AFP
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.