O beisebol brasileiro quer o apoio de uma grande empresa - privada ou estatal - para continuar crescendo e chegar à Olimpíada de Pequim. Esta semana, Jorge Otsuka, presidente da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol, com o novo currículo da seleção principal, começará a procurar um bom patrocinador. Em São Paulo, os dirigentes querem um estádio iluminado para partidas noturnas. "O resultado que tivemos no Mundial de Havana e no Pré-Olímpico do Canadá é nosso cartão de visitas. Acho que merecemos um bom investimento", justifica. Como o Brasil não se classificou para a Olimpíada de Atenas - as vagas ficaram com o Cuba e o Canadá - a CBBS vai receber menos dinheiro do Comitê Olímpico Brasileiro. "Nós queremos mais investimento para disputar mais jogos e torneios internacionais. É isso que falta a nossos atletas. Com um pouco mais de experiência, nós teríamos derrotado os cubanos dentro de Havana", defende Otsuka. Os cubanos derrotaram o Brasil no final do jogo, graças a um home run de dois pontos. Antes mesmo de conseguir um patrocinador, Otsuka já começa a pensar no ano que vem. O Brasil convidou - e os cubanos, a princípio, já aceitaram - a Seleção de Cuba para fazer jogos amistosos contra o Brasil, um mês antes da Olimpíada. Os cubanos terminariam sua preparação no Brasil. E a Seleção Brasileira ganharia experiência atuando com a melhor equipe olímpica do mundo. Esse trabalho faz parte do projeto para garantir ao Brasil condições de se classificar para a Copa do Mundo da Holanda, em 2005. O torneio classificatório ainda não está marcado. O resultado do Brasil no Mundial e Pré-Olímpico já começou a repercutir. Na quarta-feira, o técnico Mitsuyoshi Sato e os jogadores Kleber e Tiago Ojima, Renan, Reynaldo e Estevam Sato e Américo Kobayashi foram homenageados na Câmara Municipal de Mogi das Cruzes. "Estamos sendo reconhecidos. O que precisamos agora é jogar mais contra adversários de peso", diz o técnico Sato que, em 2004, também poderá dirigir a seleção juvenil no Mundial de Taiwan. Sato também defende a formação de uma seleção permanente de beisebol adulto. Olívio Sawasato, presidente da Federação Paulista de Beisebol e Softbol, acompanhou a campanha do Brasil no Panamá como chefe da delegação e voltou para São Paulo com novas idéias: "Conversei com dirigentes de outros países e acho que há algumas coisas que poderemos fazer para melhorar o beisebol por aqui. Uma delas é um estádio com iluminação". Segundo Sawasato, como muitos jogadores trabalham durante o dia, um estádio iluminado daria chances para jogos no meio de semana e não apenas nos finais de semana. "Nós jogamos pouco em comparação com outros países. Isso faz falta na hora de uma competição decisiva", diz. O próximo evento importante do beisebol em São Paulo será a Taça Brasilc, com a seis melhores equipes do Brasil. A primeira fase será disputada dias 29 e 30 de novembro, no estádio do Bom Retiro ou em Ibiuna. A final será dia 14 de dezembro, no Bom Retiro. "Queremos que o público compareça para ver porque o Brasil foi tão elogiado em Havana", diz Olívio Sawasato.
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