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Olimpíadas 2024: boxeadora argelina vítima de ataques de gênero ganha medalha de ouro

Imane Khelif venceu a chinesa Yang Liu e levou seu primeiro ouro após viver drama fora dos ringues

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Foto do author Vinícius Harfush
Atualização:

Alvo de fake news e de comentários ofensivos na internet, a boxeadora Imane Khelif conquistou o ouro na categoria até 66kg e transformou uma jornada dramática vivida nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 em um final feliz e histórico. Khelif bateu a chinesa Yang Liu por unanimidade dos juízes e deu o segundo ouro para a Argélia nos Jogos deste ano.

A luta foi de grande dominância de Imane Khelif, que desde o primeiro round conseguiu aplicar sequências de cruzados logo na adversária. Yang Liu devolveu com um golpe direto, mas a vantagem foi para a argelina na primeira etapa. O segundo e terceiro round seguiram o mesmo ritmo, com a argelina sofrendo poucos ataques e controlando a luta.

Imane Khelif celebra a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 Foto: Mauro Pimentel/MAURO PIMENTEL

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A torcida presente no estádio de Roland Garros, que sediou os jogos de tênis e a final do boxe, se mostrou determinada a apoiar a lutadora, que parecia lutar em casa.

No fim, ao contrário de algumas adversárias da boxeadora argelina, Yang Liu cumprimentou Imane Khelife fez questão de levantar os braços da adversária, valorizando sua vitória.

A medalha de ouro vem depois de uma importante declaração do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, ao afirmar que a participação da boxeadora nos Jogos não se trata de uma ação de inclusão, mas sim de justiça. Isso porque Imane Khelif precisou ter a vida pessoal exposta para provar que não era uma mulher trans.

Imane Khelif, ao lado da chinesa Yang Liu, que mesmo perdendo a luta fez questão de cumprimentar a adversária e erguer o seu braço após o resultado dos juízes. Foto: John Locher/AP

Seu pai chegou a vir a público para mostrar fotos e sua certidão de nascimento para garantir que a atleta era, de fato uma mulher. Mesmo assim, Khelif seguiu sendo alvo de bullying na internet e atos desrespeitosos das adversárias no ringue.

“Essa não é uma questão de inclusão, é de justiça. Mulheres têm o direito de participar em competições femininas. Vi uma transcrição da entrevista coletiva dessa organização e não estava claro nem que teste foi feito nem que resultados foram produzidos”, diz Bach.

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