A maneira como a seleção brasileira de handebol conquistou sua vaga nas oitavas de final, nesta sexta-feira, vale mais como alerta do que como comemoração. O Brasil avançou no Mundial Masculino do Catar jogando mal a maior parte do tempo contra o pior time do Grupo A, o Chile. Mesmo assim, conseguiu vencer a partida por 30 a 22. Essa diferença de oito gols só foi obtida na parte final do confronto.
Se em jogos anteriores, o time de Jordi Ribera viu pontos positivos nas derrotas para Espanha e Eslovênia, a partida contra os chilenos foi marcada por aspectos negativos. E deixa uma dúvida no ar: o Brasil, que ficou com a quarta vaga do Grupo A, está preparado para iniciar a fase decisiva do Mundial contra a Croácia, melhor time do Grupo B?
Ninguém ganha jogo de véspera. O favoritismo do Brasil diante do Chile evaporou. No primeiro tempo, a seleção brasileira colecionou erros. Predominaram, sobretudo, as falhas no ataque - o aproveitamento foi baixo, de apenas 55%.
Ribera pediu tempo logo aos nove minutos, com 5 a 2 contra. Pouco adiantou. Na metade da etapa inicial, com 15 minutos de jogo, a seleção brasileira só havia feito cinco gols.
Nervosos, os jogadores brasileiros desperdiçavam contra-ataques. O ponta Borges chegou a reclamar com companheiros do time. No banco, Ribera não acreditava no desempenho de seus jogadores. Resultado parcial: 13 a 12 para o Chile, para quem o Brasil jamais havia perdido.
No segundo tempo, a seleção brasileira continuou passando sufoco. Custou a virar o placar e só abriu uma vantagem considerável quando o jogo entrou em sua parte final. O Chile, cansado, chegou a ficar com dois jogadores a menos na quadra por suspensão. Com sete gols, Zeba foi o artilheiro do Brasil.
Assim, ao menos a seleção brasileira consegue repetir o desempenho do Mundial de 2013, na Espanha, quando também alcançou às oitavas de final e terminou a competição em 13º lugar - até agora é a melhor colocação do Brasil em Mundiais.
* O repórter viajou ao Mundial a convite da Federação Internacional de Handebol
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