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Brasil se dá mal no fraco amistoso

Equipe ganha da pobre Estônia por 1 a 0, mas perde Kleberson, machucado, em jogo violento e com pouco público

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Por Jamil Chade
Atualização:

O Brasil venceu ontem a fraquíssima Estônia por 1 a 0, em Tallinn, gol de Luís Fabiano, mas não teve motivos para comemorar. A partida, vista como preparação para as Eliminatórias, se transformou no amistoso do prejuízo para quase todos os envolvidos. Kleberson deslocou o ombro e terminou no hospital, a violência esteve presente em boa parte do confronto, os jogadores viajaram o mundo para chegar até a Estônia e os organizadores não conseguiram lotar a arquibancada - havia apenas 8.500 pagantes na arena com capacidade para só 9.300 pessoas. Até os cambistas foram embora com as mãos vazias de dinheiro. Só a CBF ganhou - cachê de mais de US$ 1 milhão. Os jogadores brasileiros, preocupados em estar em boa forma para o jogo contra a Argentina, em setembro, e iniciar a temporada em seus clubes europeus, se irritaram com as entradas dos estonianos e passaram a revidar. Em pelo menos duas ocasiões, houve início de tumulto em campo. De acordo com Robinho, os adversários foram "maldosos e desleais". "Não estamos aqui para incitar a violência, mas, se eles chegam do lado de lá, nós chegamos do lado de cá." O saldo foi negativo. O flamenguista Keblerson, depois de um choque, deslocou o ombro e, segundo o médico da seleção, José Luiz Runco, deve ser operado. Ficará três meses sem atuar, perdendo o restante do Campeonato Brasileiro. Dunga acredita que a violência dos estonianos impediu a seleção de desenvolver seu jogo. "Se eles (estonianos) agarram as suas mulheres como agarram nossos jogadores, elas são as mais felizes do mundo." O Brasil fez faltas violentas e recebeu seis cartões amarelos. A Estônia teve um atleta expulso e levou um amarelo. Outro aspecto negativo foi o desgaste a que os jogadores se submeteram. Alguns estavam na América do Norte, outros na China, outros no Brasil. Em média, viajaram mais de 17 horas para um amistoso de utilidade bastante questionável. Ainda que fosse bastante superior à Estônia, a seleção teve dificuldade para armar jogadas, com atletas lentos e fora de forma. A primeira defesa do goleiro estoniano ocorreu apenas aos 30 minutos. O gol saiu aos 44 do primeiro tempo, quando Luís Fabiano aproveitou falha da defesa rival e chutou bem. RECORDE DE DUNGA A vitória, pelo menos, marcou novo recorde. Dunga superou Parreira com o maior número de jogos de invencibilidade. São agora 17. "Isso é resultado do comprometimento do grupo."

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