A judoca brasileira Brenda Freitas conquistou a medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago nesta segunda-feira. A carioca de 28 anos subiu ao lugar mais alto do pódio ao derrotar a argentina Nadia Boggiano na categoria até 70 quilos, na classe J1, para cegos totais. “Estou muito feliz com essa conquista. O Parapan é um evento gigante. Vir aqui representar meu País da melhor forma possível, sendo campeã, é emocionante. Esse sentimento não está cabendo no meu coração”, disse Brenda, logo após a conquista.
Para chegar na decisão pelo ouro, Brenda derrotou a chilena Francisca Almanza e a cubana Ariagna Hechevarría. A brasileira venceu todas as lutas, incluindo a final, por ippon. “Nunca passou pela minha cabeça fazer parte da seleção brasileira. Eu só via pela televisão, acompanhava os atletas brasileiros e nunca imaginei estar aqui hoje. É uma realização que vai acima dos meus sonhos”, completou.
Antes de embarcar para Santiago, Brenda Freitas ganhou notoriedade nas redes sociais após conhecer os integrantes da banda mexicana Rebelde (RBD), que passou pelo Brasil e realizou show no Rio e em São Paulo. Ela ficou totalmente cega um dia após assistir a um show do conjunto, 17 anos atrás.
“Eu sou fã da banda até hoje. Na época, em 2006, eu era muito apaixonada. Fiquei muito ansiosa e nervosa. Quando acabou o show, eu já saí com muita dor de cabeça. Dormi enxergando e acordei totalmente cega após um show do RBD”, relembra a atleta de judô paralímpico, que teve a história contada no programa “Fantástico”, da Rede Globo. Ele teve a oportunidade de se encontrar com os músicos da banda no programa dominical.
Segundo a atleta, os médicos afirmam que ela ficou cega por causa de uma inflamação na retina causada pela herpes. Em 2018, Branda começou a praticar muay thai, mas logo se apaixonou pelo judô e iniciou a carreira de atleta. No ano passado, ela conquistou o bronze no Mundial da modalidade.
RESULTADO HISTÓRICO
O judô brasileiro se despediu de Santiago com a sua melhor campanha na história do Parapan. O País faturou 13 medalhas, sendo seis de ouro, quatro de prata e três de bronze. Ainda nesta segunda-feira, o Brasil também ficou com o primeiro lugar na disputa masculina até 90 quilos. O gaúcho Marcelo Azevedo, da classe J2 (baixa visão), derrotou o potiguar Arthur Calvacante, da J1, e subiu ao lugar mais alto do pódio.
Na disputa acima de 90 quilos, o brasileiro Willians Araújo foi superado por ippon no golden score pelo cubano Yordani Fernández e ficou com a prata. O Brasil também foi prata na categoria feminina acima de 70 quilos. Após o ouro em 2019, Meg Emmerich levou duas punições no golden score, por shido, e foi vencida por Sheyla Hernández, também de Cuba. Os judocas Rebeca de Souza e Sergio Fernandes levaram um bronze para casa.
PARAPAN DE SANTIAGO
O Brasil tem 100 medalhas em três dias de Jogos Parapan-Americanos. A expressiva marca foi conquistada na segunda-feira, dia 20, pela judoca Rebeca Silva, que ficou com o bronze na categoria acima de 70kg, da classe J2 (baixa visão). Em quantidade de medalhas, a delegação brasileira alcançou o melhor resultado em um único dia de Parapan (o recorde anterior, de 46 pódios, fora estabelecido há dois dias), com 51 conquistas: 22 de ouro, 17 de prata e 12 de bronze, totalizando 127.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.