Corina Cunha, Gisele Violin e Renata Chaim corriam juntas em Leme, no interior de São Paulo, e reclamavam da escassez de cosméticos voltados para os cuidados do corpo durante atividades físicas. Cada uma deles tinha um problema específico, a Gisele bolhas nos pés, a Renata assava no elástico das roupas e Corina tinha muitas manchas de melasma. E como Corina é farmacêutica começou a desenvolver produtos para aliviar esses problemas. Assim, de forma despretensiosa, nasceu em 2011 a Pink Cheeks, bochechas rosadas, em inglês. Chacoalharam o mercado, e dez anos depois, a marca é considerada uma das melhores de cosméticos para esportistas, para mulheres e homens. E já conquistou por três vezes o Prêmio de Melhor Protetor Solar do Brasil, pela ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos).
São produtos que cuidam da pele, inclusive os de maquiagem. Aliás, a linha vai aumentar em março com máscara de cílios e lápis, que não escorrem com o suor.
O nome da marca é o apelido do trio no meio da corrida. Corina e Gisele se conheceram praticamente na maternidade, as mães já eram amigas. "Começamos a correr juntas, às 5 horas da manhã, quando eu já era mãe, com a vida numa zona de conforto que começava a dar desconforto, e a corrida trouxe a alegria de viver, e muita motivação", revela Corina. Com o tempo o trio foi evoluindo muito na corrida, e os protótipos de Corina mais ainda.
Gisele conheceu a corrida em família, o pai e o tio entraram para o triatlo quando ela era adolescente. "A corrida foi nossa conexão, nosso retorno, pós faculdade, quando cada uma foi para um lado. E continua muito importante até hoje", acrescenta Gisele.
Corina foi fazendo os protótipos para o trio Pink Cheeks, elas testavam e iam aprimorando. Foram três anos até decidirem investir na marca, lançando protetor solar, bastão antiatrito, creme relaxante para pernas, lenços umedecidos e leave in de cabelo. "O lenço umedecido fazíamos um a um, borrifandoo produto e dobrando. E quando passamos a ser uma indústria, esse produto se tornou inviável", lembra Corina.
Quando o trio decidiu abrir a empresa, elas todas tinham outros trabalhos. Gisele é administradora e atuava na empresa da família, do ramo de bebidas, Corina tinha a farmácia e a Renata, uma Agência de Publicidade. Fizeram um business plan, dividindo as funções conforme a especialidade de cada uma. "O negócio foi tão sério, que a Corina abriu uma indústria para atender a Pink Cheeks", conta Gisele. No início, o trio comemorava lotes de sete unidades. "Foi uma aposta, fizemos o investimento e não sabíamos se daria certo", revela Corina.
Iniciaram no on-line, depois criaram uma rede de revendedoras. E os organizadores das corridas começaram a procurá-las. Foi aí que ampliaram a linha para a Beleza. Hoje estão na Beleza na Web, na Decatlon, na Centauro e no e-commerce próprio. O carro-chefe das vendas é o Pink Stick, protetor solar, primeiro produto a ser lançado da marca. "É muito mais suor do que glamour, mas vale a pena empreender", afirma Gisele. "O que faz tudo valer a pena é ver que as pessoas estão tendo bons resultados com os nossos produtos", observa Corina.
Mesmo com a rotina maluca da empresa, o esporte continua a fazer parte do dia a dia delas. Corina migrou para o triatlo, e corre curtas distâncias. A Gisele não corre mais todos os dias, tem intercalando com o CrossFit.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.