Foto do(a) blog

Provas de rua de A a Z

Brasil belisca o pódio da São Silvestre

Núbia de Oliveira cravou o terceira colocação, Tatiana da Silva, a quinta; e no masculino, Johnatas Cruz foi o quarto

PUBLICIDADE

Foto do author Silvia Herrera

Com o calor e a umidade nas alturas, 37.500 corredores de rua lotaram a Avenida Paulista para acabar o ano literalmente suados e felizes. O jejum de vitórias brasileiras continuou na Corrida Internacional de São Silvestre, mas mostrou uma elite brasileira potente. Núbia de Oliveira, 22 anos, tirou forças da alma para conquistar o terceiro lugar na reta final. E o mineiro Johnatas de Oliveira Cruz, 34 anos, seguiu a risca sua estratégia e cravou um quarto lugar entre os africanos. Tanto no feminino como no masculino deu Quênia, e de dois estreantes nessa prova, aliás eles não conheciam o percurso até a véspera. Agnes Keino (51min25s) e Wilson Too (44min21s) dominaram grande parte da prova e venceram com folga. Os quatro são atletas da ASICS, marca esportiva patrocinadora da São Silvestre, que levou uma torcida incrível para agitar na subida da Brigadeiro, no km 14.

 Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

No feminino, o pódio teve mais uma brasileira. Tatiane da Silva foi a quinta colocada. E quase deu também para Fábio de Jesus, que chegou em sexto.  E a irmã mais nova da campeã queniana, Cynthia Chemweno, 28 anos, chegou em segundo com a marca de 52min11, quase um minuto atrás. E foi muito abraçada na chegada por Agnes, de 36 anos.

 Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

PUBLICIDADE

"Agradeço muito a Deus por esse resultado, e agora, mais que nunca, sei que é possível uma vitória brasileira", afirmou Núbia.  "Eu fiz uma preparação bem específica para chegar nesse pódio. Fiquei fora de algumas corridas. Muitos me perguntaram se não sentiria a falta de ritmo, mas confiava que esse era o caminho ideal, muito focado na intensidade de treino. Acho que podemos sonhar com uma evolução gradual da elite nacional para voltar a vencer a São Silvestre. Mas, desta vez, eu fiz uma prova progressiva, buscando os rivais ao longo da prova. É o natural bem-feito, é o arroz com feijão bem-feito", concluiu Johnatas.

 Foto: Silvia Herrera

Entre os amadores, Silvia Herrera à convite da ASICS largou no último pelotão, o vermelho. E se a largada da elite foi às 8h05, a desse pelotão foi trinta minutos depois. Para a próxima edição, a organização bem que podia adotar horários diferentes para cada pelotão, e até dar cinco minutos entre eles. Até poderia criar mais um, do pace 10, para a galera que anda a prova toda. A quantidade de pessoas era tamanha que só foi possível correr um pouco após o primeiro posto de hidratação, que aliás quase já não tinha água, causando uma muvuca daquelas. Mas como é o último dia do ano, e a São Silvestre é a verdadeira festa do corredor amador, tudo vale a pena. Os outros postos de hidratação tinham mais água, mas quem salvou mesmo foi o "santo" vendedor de cocos.

Publicidade

Tradicionalmente a prova realmente começa na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, que este ano recebeu um surpresa A ASICS preparou uma super torcida a um km da chegada, pouco acima do point da cerveja dos corredores conhecido como km 41 - já que a prova é popularmente conhecida como Maratona de São Silvestre há essa brincadeira. Essa torcida realmente deu um gás a mais e foi divertido passar por lá.

Foram colocados dois tapetes de cronometragem no percurso, para desclassificar aqueles corredores - que "correm" de metrô e uber. Para evitar fraudes, o número de peito trazia também o nome, o sexo do corredor e a cor do seu pelotão. E os pipocas  - eles também estavam por lá - foram convidados a se retirar a 50 metros da chegada, e havia seguranças parrudos nesse missão.

Na chegada, a nova organizadora - Vega Sports - deu uma escorregadinha. A entrega da medalha era bem longe do pórtico - três quarteirões de distância - e houve outra muvuca. Ninguém entendia direito onde tinha que ir. E o isotônico era ainda em outra fila. Podiam ter feito como na edição anterior, um staff numeroso colocando a medalha no pescoço dos corredores e riscando o número de peito, tudo realizado de forma tranquila, com farta oferta de água gelada e isotônico nas laterais, e sem ter que andar muito. Com certeza a próxima edição será ainda melhor.

 Foto: Silvia Herrera

A Corrida Internacional de São Silvestre é uma realização e propriedade da Fundação Cásper Líbero com Patrocínio Máster ASICS e CAIXA Governo Federal. Patrocínio Powerade e Stanley. Apoio Newon e Comgás, Innside e Montevérgine. Hidratação by Sabesp. Promovida pelo site Gazeta Esportiva e com organização técnica da Vega Sports, a Prova tem apoio especial da Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, Secretaria de Turismo da Cidade e Governo do Estado de São Paulo. A transmissão ao vivo é das TVs Gazeta e Globo. É homologada pela World Athletics (federação internacional de atletismo), que em 2022, declarou a São Silvestre como Patrimônio Mundial do esporte.

Bora se preparar para a 100ª edição, que já estou sentindo cheiro de vitória brasileira.

Publicidade

Pódio da 99ª Corrida Internacional de São Silvestre:

 Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Masculino

1. Wilson Too (Quênia) - 44min21s

2. Joseph Panga (Tanzânia) - 44min51s

3. Reuben Poghisho (Quênia) - 45min26s

Publicidade

4. Johnatas de Oliveira Cruz (Brasil) - 45min32s

5. Nicolas Kiptoo Kosgei (Quênia) - 45min41s

Feminino

1. Agnes Keino (Quênia) - 51min25s

2. Cynthia Chemweno (Quênia) - 52min11s

Publicidade

3. Nubia De Oliveira Silva (Brasil) - 53min24s

4. Anastazia Dolo Mongo (Tanzânia) - 53min29s

5. Tatiane Raquel da Silva (Brasil) - 53min51s

 

 

 

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.