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Todos os dias um convidado especial escreve sobre o Mundial do Catar

André Rizek: Os recados da Copa do Mundo

Seleção brasileira teve a melhor estreia? Difícil de avaliar. Houve goleadas impactantes e nem tudo foi excepcional

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Atualização:

Antes de mais nada... É um prazer escrever para um jornal que marca tanto a minha vida. Foi aqui, em 1994, como estagiário, que tive minha primeira oportunidade no jornalismo. Espero estar à altura da exigência dos leitores. Escrevo nesta sexta sobre os recados da primeira rodada, encerrada na vitória do Brasil.

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A mensagem que a seleção passou foi o ataque. Começou com quatro grandes atacantes no time titular: Neymar, Vinícius Júnior, Richarlison e Raphinha. Quem não se impressiona com isso? No lugar deles, ainda entraram Rodrygo (Real Madrid), Antony (Manchester United), Martinelli (Arsenal) e Gabriel Jesus (Arsenal). Nosso ataque reserva seria facilmente titular em seleções fortes como... a Espanha, que deve explodir todas as estatísticas de posse de bola. Dos nove atacantes que o Brasil levou, só Pedro não jogou.

Neymar deve voltar nas oitavas. Não existe lado bom na ausência do melhor jogador. Existe o lado prático. O Brasil já deu mostras de que, como time, funciona sem ele. Individualmente, Neymar é insubstituível. Mesmo quando tem atuação discreta, como na estreia, é fator de desequilíbrio. É útil até quando não brilha. O adversário se prepara tanto para marcá-lo que, basta fazer conta básica, fica com menos gente para impedir os outros ótimos jogadores que temos. O Brasil precisa muito dele.

Richarlison marcou os dois gols brasileiros diante da Sérvia. Foto: Kai Pfaffenbach/ Reuters


Nem tudo foi excepcional. Raphinha teve atuação insegura. Paquetá é outro jogador que merece asterisco. Como meia-atacante, sempre jogou muito bem e virou titular incontestável por isso. Deixou a função para a entrada do Vinícius Jr - um acerto do Tite. Mas suspeito que Paquetá, mais recuado, não entregará o melhor dele, como Bruno Guimarães e Fred entregam ali. A conferir.

Vinícius é que não pode sair do time! Ele é um jogador que arrisca e, graças a isso, erra muito. É preciso ter paciência para vê-lo errar uma, duas, três vezes... porque na quarta ele vai acertar em cheio. Tite, incomodado com bolas perdidas pelo garoto, estava pronto para tirá-lo antes de sair o segundo gol. Como sabemos, pela jogada que originou a obra-prima do Richarlison, teria sido um clamoroso equívoco. Deixa o moleque errar, Tite! Nem tudo tem de ser limpinho e super organizado em um time de futebol.

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Casemiro é um monstro e Thiago Silva, aos 38 anos, foi um dos melhores zagueiros da primeira rodada. Fomos muito bem! Mas há recados de outras seleções que precisam ser ouvidos com atenção.

O da Inglaterra é a juventude. Tamanho vigor pode fazer a diferença a favor deles. O recado da França é óbvio: apesar de todos os desfalques, ainda está na primeira prateleira do Mundial. Mbappé é o melhor jogador de seleção do mundo. A dificuldade pode uni-los. E união sempre foi um problema na França.

Copa do Mundo, geralmente, é vencida por quem tem os melhores jogadores. A Argentina não tem... mas tem aquele que é, ou foi, o melhor deste século. Só vai andar até onde Messi for capaz de carregá-la. A Alemanha, em suas duas últimas partidas de Copa, com grandes jogadores em campo, perdeu da Coreia do Sul (2018) e do Japão (2022). O time que a mais finais de Copa chegou deu o seguinte recado: o futebol, como a vida, está sempre em movimento. O novo sempre vem.

Até a próxima.


Essa coluna foi enviada na íntegra primeiramente aos leitores inscritos na newsletter “Craques da Copa”. Cadastre-se gratuitamente e receba em primeira mão. “Craques da Copa” são enviados diariamente, às 19 horas. Neste sábado, quem escreve para a coluna é a jornalista Glenda Kozlowski.

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