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Todos os dias um convidado especial escreve sobre o Mundial do Catar

Arnaldo Ribeiro: A Copa começa no mata-mata

Mundial passa a valer nas oitavas de final. E aí entra a história da seleção argentina

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A fase de grupos de uma Copa do Mundo costuma contar as melhores histórias. As surpresas, as novidades, as torcidas, a confraternização entre os povos. Times e jogadores se revelando ao mundo. Mas o campeonato para valer começa mesmo no mata-mata. Hora de os homens se distinguirem dos meninos. E aí entra a história da seleção argentina.

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O time de Messi flertou com a eliminação depois do vexame na estreia contra a Arábia Saudita. Mas venceu os dois jogos seguintes. Terminou na lógica primeira colocação da chave e vai enfrentar a Austrália como grande favorita nas oitavas.

Aliás… Do lado da chave dela, a Argentina me parece ainda ser a principal candidata a chegar à semifinal. Mais forte, em tese, que Austrália, Holanda e Estados Unidos. As previsões iniciais apontavam e continuam apontando para a semifinal Argentina x Brasil.

Messi foi decisivo para a Argentina se recuperar no Mundial.  Foto: Alberto Estevez/ EFE

A seleção brasileira não viveu grandes dramas nas duas primeiras partidas. Mas as lesões, sobretudo mais uma de Neymar, colocaram uma grande interrogação sobre as possibilidades do time no mata-mata, no momento em que o bicho pega. A ‘Neymarindependência’ vai de fato ser colocada à prova.

Desde que Neymar alcançou o status de melhor jogador brasileiro, a seleção nunca teve tantos atletas capazes de substituí-lo. Em campo, no protagonismo e no conjunto. Mas… Isso só vai ser verificado ou não no mata-mata. Quando voltar (se voltar), Neymar terá um desafio pessoal. Mudar um pouco seu estilo de jogar para não expor o tornozelo direito - sempre sujeito a choques e lesões.

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A inspiração para o brasileiro deveria ser o francês Griezmann, que joga na mesma posição dele na seleção do seu país. Griezmann não prende a bola. Tenta jogar de primeira. No máximo dois toques. Desta forma, ele se tornou especialista em assistências, faz gols e, sobretudo, termina inteiro as partidas. Nem faltas tem levado. Quando o adversário chega, a bola não está mais com ele. Neymar é capaz de fazer melhor que Griezmann. E isso não significa trair seu estilo, mas sim aprimorá-lo.

Diferentemente da França e da Argentina, o Brasil tem um banco de reservas forte - em tese. Não tem outro Neymar, mas tem vários jogadores do mesmo nível do meio-campo para frente. Numa Copa tão física, em que as cinco substituições são completamente necessárias, isso pode fazer a diferença.

Elencos comparáveis ao do Brasil? Sim, temos. Espanha, Portugal, Inglaterra… Todos esses times já deram bons sinais no Mundial. O melhor conjunto e o melhor elenco devem, no fim das contas, prevalecer. Não me parece ser a Copa do craque. O único jogador capaz de decidir as coisas “sozinho” no futebol de hoje é o francês Mbappé (e ele já fez um pouco disso há quatro anos na Rússia).

Mbappé tem tudo que o futebol atual exige: força, habilidade, velocidade, personalidade e poder de decisão. No último ato de Cristiano Ronaldo, Messi e possivelmente de Neymar, o francês ainda caminha para o auge - já com um título na bagagem. Mbappé é um fenômeno - e merece ser tratado como tal.

Essa coluna foi enviada na íntegra primeiramente aos leitores inscritos na newsletter “Craques da Copa”. Cadastre-se gratuitamente aqui e receba em primeira mão. “Craques da Copa” são enviados diariamente, às 19 horas. Nesta sexta-feira, quem escreve para a coluna é o jornalista André Henning.

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