O Brasil encerrou a sua participação na prova de duplas do bobsled em Pequim-2022 com o tempo total de 3min03s81, no 29.º lugar. Depois da terceira descida em que marcou 1min01s34, agora Edson Bindilatti, piloto no 2-man, e Edson Martins, que foi o "breakman" (responsável por empurrar e frear o carrinho), se juntam a Erick Vianna e Rafael Souza, além de Jefferson Sabino (reserva), para a disputa com trenó para quatro atletas. Bindilatti disse que a experiência adquirida na disputa de duplas no Centro Nacional de Esportes de Pistas, em Yanqing, será muito importante para elevar o desempenho no quarteto.
"Hoje (terça-feira) deu o clique na cabeça de que estamos preparados para o 4-man, nosso maior objetivo. Como a gente não veio no evento-teste, essa é a nossa 13.ª descida na pista, com treinos livres, oficiais e a competição. Tem equipes com 60 descidas aqui", contou Bindilatti. "Gostei bastante da pilotagem. Estava errando bastante a curva 13, mas eu que peguei ela. Tive outros errinhos, mas são coisas que são mais tranquilas de acertar. Não é uma pista muito veloz, mas com muitos detalhes. Só descendo que a gente consegue acertar isso", completou.
"Cheguei na Vila ontem (segunda-feira) e mandei o vídeo pro treinador perguntando o que poderia melhorar. Ele me deu uma dica de um detalhe e hoje (terça) me senti bem mais confiante, senti a corrida fluindo bem. O resultado não melhorou tanto, mas a postura está boa. Agora o nosso objetivo é, junto com o Rafael, com o Erick e com o Jefferson, fazer um excelente push, uma largada boa, para buscarmos um bom desempenho", analisou Martins.
Na segunda-feira, a dupla havia feito duas descidas e, com o tempo total de 2min02s47, ficou na 29.ª colocação geral. Na primeira, eles marcaram 1min01s11 e na segunda, 1min01s36. Essa foi a terceira vez que o Brasil esteve representado nessa prova no bobsled. Em Sochi-2014, Fabiana Santos e Sally Silva ficaram em 19.º entre 20 duplas. Já na Coreia do Sul, a mesma dupla de Pequim foi 27.ª de 30 equipes.
Apesar da classificação final um pouco pior em Pequim-2022, a dupla acredita que houve pontos positivos para o bobsled do Brasil nos últimos anos. "O desempenho caiu um pouquinho em relação à posição, mas saímos com saldo positivo pela experiência que adquirimos ao longo dos anos. Ficamos uma temporada sem competir, sem ter contato com pista, sem poder sair do Brasil. Os países que estão aqui não pararam. Nós temos os pés no chão e sabemos que temos que trabalhar. Abrimos as portas para a modalidade e com a visibilidade que estamos tendo aqui, mais pessoas vão conhecer e procurar a modalidade. Queremos motivar outros atletas para que num futuro próximo a gente possa ter um grande resultado", disse Bindilatti.
O bobsled é considerado a Fórmula 1 dos esportes de inverno porque o carrinho com quatro integrantes pode ultrapassar 150km/h. E o Brasil já não pode mais ser considerado um estranho no esporte porque esteve representado na modalidade nos Jogos Olímpicos de Salt Lake-2002, Turim-2006, Sochi-2014 e Pyeongchang-2018. O foco para a equipe treinada por Bryan Berghorn é buscar superar o 23.º lugar conquistado justamente na última participação em Jogos Olímpicos há quatro anos.
"A competição está bem forte, todos times muito bem preparados. A diferença entre os Top 15 é pequena. Vamos descer com o trenó do 4-man pela primeira vez amanhã aqui e podemos ter uma boa base do que fazer na competição", disse Bindilatti, lembrando em poucas horas já estarão de volta à pista para o primeiro treino oficial.
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