Condenado em primeira instância em 2013, pelo homicídio triplamente qualificado da ex-namorada, ocultação do cadáver e sequestro e cárcere privado do filho, o goleiro Bruno Fernandes já chegou a ficar dois meses solto - entre fevereiro e abril deste ano.
Durante o período de liberdade, que obteve por força de uma liminar concedida pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello, Bruno atuou pelo Boa Esporte, equipe de Varginha (MG), que disputa o módulo 2 do Campeonato Mineiro de futebol, sempre cercado de polêmicas. "As pessoas correm de mim", afirmou Bruno, ao ser contratado pela equipe mineira.
Logo ao anunciar a chegada do goleiro, o clube perdeu patrocinadores, mas o presidente do Boa, Rone Moraes, defendeu a contratação pelo fato de o time estar dando uma "nova chance" ao atleta. "Nós temos o princípio de ajudar o próximo", afirmou, na ocasião.
Entre diversos outros protestos, a ONG Somos Todos Vítimas Unidas chegou a lançar um abaixo-assinado, no início de março, para que o ex-jogador fosse impedido de atuar no esporte e também para que não pudesse requerer a guarda do filho que teve com a ex-mulher Eliza Samudio, Bruninho, de sete anos.
Dentro de campo, Bruno teve atuação discreta. O atleta chegou, na partida conta o Patrocinense, a ser agredido por um torcedor com uma barra de ferro.
Em outro jogo, Bruno e os companheiros de time foram hostilizados com gritos de "time assassino" vindos das arquibancadas.
Hoje, por 2 votos a 1, os desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais diminuíram a pena do goleiro pela morte de Eliza Samudio - o total passou de 22 anos e 3 meses para 20 anos e 9 meses. Bruno já cumpriu cerca de sete anos em regime fechado, entre a condenação e a prisão temporária.
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