Empresa dá equipamentos de segurança ´de graça´ para Pan

Com vantagens, governo federal poupa cerca de 10 milhões de reais nos gastos com plano de segurança

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Por Redação

O governo federal gastou R$ 562 milhões no plano de segurança dos Jogos Pan-Americanos do Rio mas, inesperadamente, conseguiu uma economia de cerca de R$ 10 milhões ao receber de presente alguns equipamentos de ponta para utilizar na competição. As benesses foram concedidas pela empresa vencedora de uma licitação, realizada em 29 de maio, para o fornecimento de 109 máquinas de raios X para a disputa continental. No total, o grupo cederá sem ônus à União cinco equipamentos - o caminhão HCVM capaz de identificar dentro de um contêiner de 20 pés, em 30 segundos, qualquer tipo de armamento, bomba, droga ou produto químico perigoso; o caminhão Silloute, já em uso, de menor potência que o HCVM; um portal de identificação de quantidades pequenas de armas, explosivos e drogas, o Sentinel, além de dois aparelhos Sheltter que possuem as mesmas funções do portal, com a vantagem de ser móveis. O presidente da empresa de segurança EBCO Systems, o belga Jacques Barthelemy, não escondeu estar interessado na visibilidade que os Jogos darão aos equipamentos, fato que compensará as benesses concedidas ao governo federal. Mas ressaltou que todo o processo de cessão ocorreu "com a máxima" lisura. "Uma coisa são as máquinas de raios x, que estão dentro da licitação. E outra são os equipamentos de ponta, que estamos oferecendo por fora, sem ônus. O nosso interesse é o de alugá-los após o Pan, e a polícia federal pode ser o principal cliente", admitiu Barthelemy. A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) confirmou a cessão dos equipamentos sob o pretexto de "testá-los" durante o Pan. O órgão ainda admitiu que há possibilidade de adquiri-los após os Jogos, assim como classificou de normal este tipo de procedimento, que durante a competição só será celebrado com a EBCO. Os demais equipamentos foram adquiridos com os R$ 562 milhões disponibilizados para o Pan. E os reforços recebidos pela polícia impressionam pelos números da compra inédita realizada de uma só vez pelo Brasil no setor de segurança. Foram 24 aeronaves, 18 mil rádios digitais, além de armas letais e não letais - spray de pimenta, granada de gás lacrimogêneo e bala de borracha. Só em unidades de veículos, a Senasp comprou 1.768.

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