Aos 30 anos, Acelino Popó Freitas resolveu deixar os ringues. Apesar de ser o atual campeão mundial dos leves pela Organização Mundial de Boxe (OMB), ele preferiu se aposentar - pretende se dedicar à promoção de lutas e novos pugilistas. Mas a sua decisão foi criticada por alguns dos maiores nomes do boxe brasileiro. "Acho uma decisão precipitada. Ele poderia ganhar um pouco mais de dinheiro, aproveitar. Espero que faça para o boxe como empresário tudo que fez como lutador. Sua aposentadoria não vai prejudicar o boxe nacional, pois pior do que está não pode ficar?, disse Eder Jofre, que foi campeão mundial na década de 60 e é considerado o maior pugilista brasileiro da história. Famoso peso pesado na década de 80, Adilson Maguila Rodrigues foi ainda mais duro com o agora ex-pugilista baiano. "Sempre achei o Popó um medroso. Nunca foi homem. Perdeu uma vez (para o norte-americano Diego Corrales) e resolveu parar. De todos que perdi, pedi revanche e venci. Só não lutei de novo com o Foreman e o Holyfield porque eles não me deram chance?, atacou. Já Miguel de Oliveira, outro que foi campeão mundial, lamentou a aposentadoria de Popó. ?Trata-se de uma decisão pessoal e precisa ser respeitada. O boxe brasileiro fica órfão, pois perde seu grande campeão. Temos gente com talento, mas é preciso apoio e organização para que todos tenham oportunidade de mostrar seu valor?, afirmou. Para Servílio de Oliveira, bronze na Olimpíada do México/68, Popó deu sorte na carreira. "Foi um bom lutador, mas não teria conquistado todos estes títulos e não teria o mesmo sucesso se tivesse lutado na década de 70?, avaliou. Mas também teve gente que concordou com a decisão de Popó. É o caso de Newton Campos, presidente da Federação Paulista de Boxe. "Popó está certo, ao parar no topo, consagrado. Com seus títulos, Popó está na história como o segundo melhor do País. Atrás do Eder, que foi de outro mundo. Para o boxe sua parada não é boa. Um campeão sempre motiva os jovens?, afirmou.
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